Os sprinters voltam a ter mais uma oportunidade amanhã no entanto, tal como hoje, o começo é complicado. Teremos, novamente, alguns dos homens rápidos a ceder?

 

Percurso

O Giro 2022 entra, finalmente, em Itália Continental numa maratona de 192,3 quilómetros corrida sempre junto à costa. Após a partida de Palmi, os ciclistas têm 35 quilómetros iniciais nada fáceis, que culminam com uma contagem de montanha de 4ª categoria (4,1 kms a 3,7%). Estes números enganam pois os 6 quilómetros anteriores também são em subida.

A partir daqui o terreno torna-se bastante mais fácil, existem algumas colinas mas sem dificuldades de maior. A chegada a Scalea é muito simples, com a reta da meta a ser muito mas muito longa … com mais de 5 quilómetros de extensão!

 

Táticas

O início da etapa é relativamente complicado, mas não se compara ao de hoje. Algum sprinter até pode ficar para trás, mas não o suficiente para perder minutos, até esperam que se forme uma fuga antes disso. Portanto, muito provavelmente haverá novo sprint em pelotão compacto. A recta muito grande beneficia os comboios com mais experiência e poder de fogo. A Lotto-Soudal, por exemplo, prefere os finais técnicos, onde gastam os cartuchos que têm antes e Ewan fica relativamente bem colocado assim, aqui o timing tem de ser perfeito.

Favoritos

Continuamos a achar que Caleb Ewan é o sprinter mais rápido presente no Giro. O grande problema é entrar nos 300 metros finais bem colocado. Caso tenha uma boa colocação e não seja fechado tem tudo para vencer em duelo directo com os restantes, só que o australiano perde a roda facilmente e a sua equipa não tem conseguido fazer isso. Vai ser preciso o melhor Roger Kluge.




Uma recta destas parece perfeita para Mark Cavendish. O comboio Ballerini/Morkov/Cavendish é do outro Mundo e a equipa belga deverá conseguir colocar o britânico na perfeição, tal como fizeram no primeiro sprint. Cavendish faz algo muito inteligente, vai surfando rodas na parte da frente do pelotão poupando muita energia em vez de subir pelas laterais, isso só resulta porque Morkov sabe quase sempre o momento certo para sair dali.

Outsiders

Arnaud Demare tem impressionado, já o tinha feito no primeiro sprint e hoje voltou a fazê-lo. O que o francês fez foi incrível, recuperar o fôlego depois da recuperação é para poucos, de certeza que foi ao limite. A Groupama-FDJ tem experiência para dar e vencer, mas de vez em quando falham completamente no timing, parece que em certos finais Demare não confia em Sinkeldam ou Guarnieri e este triunfo pode-lhe dar outra tranquilidade.



Fernando Gaviria já esteve bem próximo por 2 ocasiões. O colombiano da UAE Team Emirates parece em boa forma, pelo menos está a subir muito bem e isso é um bom indicador. O comboio é curto, apenas com Rui Oliveira e Max Richeze, mas é de muita confiança. O cenário perfeito para Gaviria num final destes é escolher a roda certa, do sprinter que lance o sprint primeiro.

Uma etapa deste género é perfeita para alguém que de vez em quando consegue sacar uma vitória inesperada, falamos do possante Phil Bauhaus. Como a Bahrain-Victorious não tem grande comboio, o alemão vai ter de escolher a roda certa (o melhor é apostar em Cavendish ou Demare) e depois esperar que o seu poder seja suficiente para aquela que seria a maior vitória da carreira.

Possíveis surpresas

Giacomo Nizzolo ainda não deu grandes indicações nesta Volta a Itália, principalmente no primeiro sprint ficou sem pernas muito cedo. Hoje já esteve bem melhor, mas pode ainda não estar a 100%. Pelo menos desta vez já contará com o seu principal lançador, Rick Zabel, totalmente focada na tarefa. Biniam Girmay é um ciclista muito regular e provavelmente até estará no top 5, mas o eritreu gostaria certamente de um grupo mais reduzido como o de hoje ou de um final em ligeira subida, cremos que ainda terá mais e melhores oportunidades. Edward Theuns tem sprintado muito bem, como já não víamos o belga fazer há algum tempo, com a confiança a crescer, é ciclista para eventualmente se intrometer no pódio com a colocação certa. Simone Consonni até tem um comboio decente, mas também ele preferia que alguns puros sprinters ficassem para trás, naqueles grupos de 60/80 ciclistas o italiano está sempre lá. Mathieu van der Poel deverá ser o sprinter de serviço da Alpecin-Fenix agora que Jakub Mareczko já não está em prova, mas o holandês não é um puro sprinter e até pode dar a oportunidade a Stefano Oldani ou Alexander Krieger. Dentro da Team DSM muito provavelmente vai sprintar o homem da casa Alberto Dainese, lançado por Cees Bol, no entanto é daquelas equipas que por vezes troca a ordem dos sprinter. Sacha Modolo vai passar a ser o sprinter da Bardiani agora que Filippo Fiorelli foi para casa. Para Magnus Cort e Vincenzo Albanese esta etapa é demasiado fácil.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Lawrence Naesen e Michael Morkov.

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