Chegou a alta montanha! A Planche des Belles Filles, uma subida que já viu Chris Froome, Vincenzo Nibali e Fabio Aru triunfar esta década, promete fazer as primeiras grandes diferenças e a camisola amarela de Julian Alaphilippe está em risco numa jornada muito dura.

Percurso

Raramente na Volta a França a primeira etapa de montanha é tão dura quanto esta. São mais de 4000 metros de desnível positivo, 7 contagens de montanha, incluindo 3 de primeira categoria.

O início de etapa é bastante complicado, o que pode fazer com que uma fuga perigosa se forme. A subida de Le Markstein tem 10800 metros a 5,4% e logo a seguir há 1,3 kms a 9%. Depois de uma longa descida há imediatamente 5,3 kms a 6,9% e 20 kms entre essa subida e o início do Ballon d’Alsace. Esta montanha de 1ª categoria está a 55 kms da meta e tem 11000 metros a 5,8%.




O começo da fase decisiva será no Col des Chevreres, veremos se começam aí os ataques dos favoritos ou se todos se guardam para a Planche des Belles Filles. Chevreres tem 3500 metros a 9,5% e inclui 1000 metros a 14,9% e rampas de 18%, estando a 19 kms da meta. A Planche des Belles Filles tem 7 kms a 8,7% e tem 2 fases, nos primeiros 5 kms é regular e ronda quase sempre os 9%, nos últimos 2 kms há alguns patamares e rampas de 20% e 24%, que devem fazer muitas diferenças.

Na última chegada a esta subida, em 2017, venceu Fabio Aru à frente de Daniel Martin e Chris Froome, mas nesse dia era praticamente um “Unipuerto”, com 33 ciclistas a terminarem a menos de 2 minutos do vencedor. Em 2014 foi outro Astana a ganhar, Vincenzo Nibali, com Thibaut Pinot e Alejandro Valverde a completarem o pódio. Aí o dia foi bem mais duro e foram 22 os corredores a menos de 2 minutos de Nibali.

Tácticas

O mais provável é vermos a Team Ineos, com a sua equipa fortíssima, a comandar as operações e a assumir as responsabilidades de perseguição, até porque não têm gasto energia e têm talvez os 2 maiores candidatos à vitória no Tour. A Quick Step de Alaphilippe deve dar uma mãozinha caso o francês se esteja a sentir bem visto que com tanta montanha está longe de ser garantido que segure a camisola amarela.

Favoritos

Egan Bernal esteve praticamente imparável na montanha durante a Volta a Suiça. O colombiano tinha a preparação alinhavada para o Giro no entanto uma queda forçou-o a repensar o planeamento da temporada e chega aqui bem fresco. Vai querer um ritmo elevado para cavar vantagem para os adversários directos tendo em conta que a capacidade de recuperação para a 3ª semana ainda é uma incógnita.




Estamos com grandes expectativas para ver o que Rigoberto Uran consegue fazer. O colombiano até agora tem tido um Tour sem falhas, ainda não caiu e a EF Education First fez um bom contra-relógio colectivo. Deixou boas indicações na Route d’Occitanie e tem uma boa equipa na montanha, com Woods, van Garderen e Kangert.

Outsiders

Geraint Thomas teve uma preparação longe de ser ideal, caiu na Volta a Suiça e não conseguiu colocar os quilómetros competitivos necessários nas pernas e também foi ao chão, sem grandes consequências, na primeira etapa. Por isso, dificilmente estará a 100% já na 1ª semana, apontando mais à 3ª semana. No entanto é o campeão em título e poderá surpreender.

Thibaut Pinot foi dos mais activos no 3º dia, quando Julian Alaphilippe assumiu a liderança da prova e ganhou inclusivamente 5 segundos à concorrência num corte final, o que demonstra atenção e capacidade física. Pinot costuma começar em força e tem em David Gaudu um apoio importante.




Jakob Fuglsang está claramente a fazer a sua melhor temporada de sempre e a Astana tem tradição de ganhar na Planche des Belles Filles, já o fez com Aru e Nibali. O dinamarquês sofreu um grande revés quando caiu de forma violenta na 1ª etapa e ficou com muitas escoriações. Até agora não mostrou debilidade, mas vamos ver o que acontece quando levar o corpo ao limite.

Possíveis surpresas

Vincenzo Nibali é uma grande incógnita, pensamos que quanto a ele não haverá um meio termo, ou fará top 5 ou ficará fora do top 20 amanhã, já que ainda não competiu desde o Giro e o mesmo se aplica a Mikel Landa. A Jumbo-Visma teve um início de sonho no Tour e Steven Kruijswijk pode continuar isso mesmo amanhã, tem sérias possibilidades de envergar a camisola amarela. Nairo Quintana mostrou-se muito débil no Dauphine e se aparecer é na última semana, exactamente o oposto de Adam Yates, que estava no pódio da competição antes de ser forçado a abandonar. O perfil parece excelente para Daniel Martin só que o irlandês tem estado algo apagado, se chegar à rampa final com hipóteses de algo pode muito bem fazer mossa. Fala-se que Alejandro Valverde perdeu peso a pensar na alta montanha, mas mesmo assim o murciano irá continuar com sérias dificuldades em subidas longas e em etapas com mais de 3000 de acumulado. Emanuel Buchmann pode ser a surpresa do dia e imiscuir entre os “tubarões”, dentro de uma Bora-Hansgrohe que está muito motivada e sem pressão após o triunfo de Peter Sagan. Caso a Ineos não queria declaradamente a etapa e haja uma fuga atenção a Alessandro de Marchi, Ilnur Zakarin, Damiano Caruso e Warren Barguil.




Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Guillaume Martin e Michael Woods

Tips

Rigoberto Uran melhor que Romain Bardet a odd 2 (stake 1)

Mikel Landa melhor que Enric Mas a odd 1.66 (stake 1)

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