De regresso ao asfalto! Dia passado entre a Bélgica e França, numa etapa com um final bastante sinuoso e que abre a possibilidade de vitória a vários tipos de ciclistas.

 

Percurso

Pequena incursão na Bélgica, na cidade de Binche, antes do pelotão regressar a estradas gaulesas para um dia bastante complicado. Maratona de 220 quilómetros, com um terreno muito ondulado, de sobe e desce constante e 2500 metros de desnível acumulado positivo.



As decisões estarão guardadas para os derradeiros 15 quilómetros, com um total de 4 colinas, uma delas a coincidir com a chegada. Primeiro o Côte de Montigny-sur-Chiers (1600 metros a 4%), seguido de 2300 metros a 4,3% e do Côte de Pulventeux (800 metros a 10,9%). Esta última subida fica a menos de 5 quilómetros do final em Longwy, uma chegada 1600 metros a 6%.

 

Táticas

Após o brutal dia de hoje, o pelotão regressa à normalidade amanhã no entanto não será um dia de descanso ativo uma vez que os 15 quilómetros finais podem proporcionar cortes e, depois das diferenças feitas hoje, ninguém quererá perder mais tempo.

Com os puncheurs a esfregar as mãos com este final, os homens da geral vão querer estar na frente, o que irá levar a um caos enorme na parte final, na luta pelo posicionamento. A Jumbo-Visma está de amarelo, a etapa adapta-se a Wout van Aert, veremos se a formação neerlandesa se coloca ao trabalho ou passa a responsabilidade para outras formações.

 

Favoritos

Depois do muito trabalho em prol da equipa, Wout van Aert deve ser novamente a aposta da Jumbo-Visma. O campeão belga está numa forma impressionante, o que tem feito neste início de Tour é de loucos. Tem estado a subir muito bem e a sua ponta final está incrível. É neste tipo de dias que o campeão belga pode ganhar pontos aos seus rivais na luta pela camisola verde.



O que é que Tadej Pogacar não consegue fazer? O esloveno parece em controlo absoluto e tanto pode esperar pelo sprint, onde já demonstrou ser muito rápido, como atacar numa das últimas subidas, dinamitando, por completo, a corrida para depois sprintar num grupo mais reduzido ou, quem sabe, chegar isolado. Pogacar é que escolhe como quer levar a corrida!

 

Outsiders

Dylan Teuns preferiria um final bastante mais duro, com rampas a fazer lembrar as clássicas das Ardenas, no entanto o belga é capaz do melhor quando está em forma. Caçador de etapas de grande qualidade, deve ter marcado esta no livro de prova. Sairá beneficiado com um ritmo mais duro.

Já uma corrida mais controlada será do agrado de Michael MatthewsBling adora este tipo de etapas mas não tem muita sorte, pois há, quase sempre, alguém mais forte que ele. Muito regular, o australiano tem aqui a sua primeira grande oportunidade para brilhar.



Etapa longa é sinónimo de Matej Mohoric. O esloveno tem um grande motor e não é preciso recuar muito para pensar em vitórias deste tipo por parte de Mohoric, basta ir ao Tour do ano passado. As suas melhores hipóteses são a partir de uma fuga, será sempre dos mais fortes neste terreno e, com o abandono de Jack Haig, terá mais liberdade

 

Possíveis surpresas

David Gaudu surpreendeu tudo e todos quando derrotou Wout van Aert num final semelhante no recente Dauphiné, porque não repetir a façanha? O francês passou com distinção o empedrado, já retirou alguma pressão dos seus ombros, e quando está bem adora estes finais. Maximilian Schachmann também chega em grande forma, é um ciclista a ter em conta para um possível ataque na parte final, ou até para o sprint, veremos é se não terá que trabalhar para Aleksandr Vlasov, outro excelente candidato à vitória, pois em 2022 tem demonstrado uma ponta final muito rápida. A última vez que o Tour de France aqui terminou, em 2017, a vitória sorriu a Peter Sagan. O eslovaco está já noutra fase da sua carreira, mas está em crescendo de forma, nunca o podemos descartar e, depois de ter ficado afastado cedo na etapa de hoje, decidiu poupar-se. Se Mathieu van der Poel estivesse bem seria um dos principais candidatos, já venceu em chegadas mais duras, no entanto o neerlandês diz estar muito cansado, sem saber o que se passa. Adam Yates, Jonas Vingegaard e Daniel Martinez são outros três nomes dentro dos favoritos a olhar com atenção, são bastante explosivos. Em condições normais, Primoz Roglic era um sério candidato, veremos como se encontra depois de ter deslocado o ombro na queda de hoje. No lado dos puncheurs, Benoit Cosnefroy e Andrea Bagioli são dois ciclistas capazes de estar na luta, já venceram no World Tour e procuram a primeira vitória em Grandes Voltas.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Tom Pidcock e Victor Lafay.



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