Nova etapa armadilhada nesta edição do Giro, um dia onde muito pode acontecer mas onde os homens rápidos são os que mais têm a ganhar. Até agora nenhum repetiu triunfo, teremos a história a mudar?

 

Percurso

Início da etapa em falso plano e depois uma fase rápida antecede o sprint do dia que dá pontos. Após 35 kms surge a maior dificuldade do dia, uma contagem de montanha de 2ª categoria com 8300 metros a 6,2%, à qual ainda se segue outra rampa de 3 kms a 5%. Posteriormente há uma longa descida e uma fase de pequenos topos antes da segunda contagem de montanha, 9 kms a 4%, uma subida sem grandes pendentes. Daí até à meta a orografia acalma, os ciclistas só têm 2500 metros a 5,6% ainda a mais de 30 kms do final.



Esta parte final do traçado será junto à costa, com final em Nápoles, é preciso ter algum cuidado devido ao vento. O caminho até à meta não é técnico, o final da etapa está novamente colocado numa grande avenida.

 

Táticas

Em teoria, mais uma etapa para os sprinters, só que as dificuldades presentes podem retirar alguns nomes rápidos da discussão. As contagens de montanha são bastante longas e têm fases bastante duras, se forem feitas a um ritmo mais elevado os homens rápidos mais puros terão dificuldades em seguir o ritmo.

Jayco AlUla e Trek-Segafredo devem ser as equipas mais interesadas em endurecer a corrida, talvez a Alpecin-Deceuninck dê uma ajuda, pois se apenas tivermos uma equopa a trabalhar não vemos este cenário a ter efeitos, já que depois das dificuldades ainda resta muita etapa.Em conjunto, a situação é diferente, a união de esforço irá fazer com que os gregários durem mais tempo e impedir que os ciclistas que fiquem para trás regressem ao pelotão.

 

Favoritos

À terceira foi de vez para Kaden Groves! O australiano provou ser o ciclista mais rápido do pelotão no dia de hoje, venceu com autoridade, e a vitória irá deixá-lo mais confiante e menos pressionado. Sem pressão, Groves pode conseguir ainda melhores resultados, ele que tem estado a subir cada vez melhor e que no final deve ter, pelo menos, Stefano Oldani no seu apoio.



É quase certo a Jayco AlUla colocar-se a trabalhar na frente do pelotão, para reduzir o grupo, só assim Michael Matthews terá hipóteses de vitória. O australiano venceu num dia complicado, as dificuldades estavam bastante mais perto od fim, mas quanto mais dura for a etapa melhor para si. Se há ciclista que aguenta ritmos mais fortes a subir é Bling, isso joga a seu favor.

 

Outsiders

Será desta Mads Pedersen? O dinamarquês tem tentado e tentado mas até agora o melhor que conseguiu foram 2 pódios, o triunfo ainda não apareceu, e a pressão começa a aumentar. A Trek-Segafredo deposita grandes esperanças no seu líder e, por isso, deverá continuar a trabalhar para ele, endurecendo a corrida. Pedersen ainda não lançou nenhum sprint da frente, talvez seja fundamental para conseguir a vitória.

Se o dia for mais calmo, Jonathan Milan entra na equação, pois o italiano tem mostrado ser um dos mais rápidos no finais planos, fazendo uso da sua potência. O gigante ciclista poderá ter alguma dificuldade em passar estas subidas mais longas, terá que sofrer bastante se o ritmo for endurecido, mas tem a motivação de ter a maglia ciclamino, camisola essa que tentará defender.



Fernando Gaviria foi ao chão no dia de hoje e continua a ter um Giro para esquecer, ainda não conseguiu estar na discussão das etapas. Como já referimos, o colombiano é capaz do 8 e 80, tanto consegue passar as subidas como ser dos primeiros a ficar para trás, resta tentar adivinhar a sua versão de amanhã. Se estiver no final de amanhã será um dos grandes candidatos … talvez lançando o sprint de longe.

 

Possíveis surpresas

Uma corrida dura também será do agrado de Vincenzo Albanese, o italiano tem confirmado o bom momento de forma, só que vemos muito complicado um cenário onde possa vencer, já que não tem a ponta final de outros. Simone Consonni é outro sprinter que tem passado ao lado do Giro, uma prova onde se costuma dar bem e em etapas ao seu jeito, já que passa bem as dificuldades. Está na hora do sprinter da Cofidis aparecer e mostrar a sua qualidade. Magnus Cort tem sido um anónimo neste Giro, a melhor forma ainda não apareceu, acreditamos que se esteja a resguardar mais para a frente, só que com o dinamarquês nunca se sabe, é uma caixinha de surpresas. Pascal Ackermann, Alberto Dainese, David Dekker, Arne Marit e Jake Stewart  são outros nomes que podem estar na discussão em caso de sprint mais alargado. Se o pelotão for mais curto, um ataque na parte final também pode ter o seu sucesso, e aí vemos nomes como Stefan Küng, Bruno Armirail, Samuele Battistella, Simone Velasco, Sven Erik Bystom e Simon Clarke a tentarem a sua sorte.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Nicolas Dalla Valle e Mads Wurtz Schmidt.



By admin