Derradeira etapa de média montanha nesta Volta a Portugal, a última grande oportunidade para muitos ciclistas. Será que a fuga voltará a triunfar?

Percurso

Dia da maratona da Volta a Portugal com 193,2 quilómetros entre Felgueiras e Bragança. Etapa bastante complicada que, para além da sua extensão, tem um total de 3227 metros de desnível acumulado positivo.



Logo a abrir aparece a subida de Lameira (9,3 kms a 4,1%) e pouco depois Lixa do Alvão (16,5 kms a 3,9%) e a Serra da Padrela (13,8 kms a 2,5%). Apesar de não muito duras, estas são subidas muito longas e estamos bastante consecutivas irão causar bastante desgaste.

A partir daqui o terreno será muito rápido, com 50 quilómetros onde aparecerem somente 3 pequenos topos. Serão 25 quilómetros em subida para a Serra da Nogueira, não muito pronunciada, mas, como já referido, muito longa. No topo, ficam a faltar 15 quilómetros, 11 em descida e 4 em plano até à meta em Bragança.

 

Táticas

A etapa de hoje mostrou que as equipas da classificação geral estão se a guardar para dias mais importantes como os três últimos. Amanhã é uma jornada que se pode dizer de transição e apesar da extensão das subidas, estas não são duras o suficiente, pelo que dificilmente existirão diferenças entre os principais candidatos.



Desta forma e ainda com muitas equipas sem vencer na Volta a Portugal, acreditamos que a fuga voltará a ter o seu sucesso. O início mais complicado pode favorecer os trepadores e os corredores mais completos em relação aos roladores pelo que pelo que vemos uma luta intensa pela presença na escapada que deverá ser numerosa.

 

Favoritos

Muitas têm sido as tentativas da Tavfer-Measindot-Mortágua no entanto até agora a vitória ainda não surgiu. Gaspar Gonçalves tem estado discreto na corrida pelo que poderá estar a guardar para um destes dias finais amanhã é um bom dia para as suas características. O português é um ciclista bastante completo que adora estes dias de sobe e desce constante.



A Burgos-BH praticamente não tem falhado uma fuga, amanhã não deverá ser exceção. Quando despontou no circuito continental, Alex Molenaar era conhecido por ser um puncheur com enorme qualidade algo que ainda continua e a qual conseguiu aliar uma boa ponta final. Realisticamente esta é a última oportunidade para o jovem holandês que perna frente será um perigo uma vez que pode vencer em diversos cenários.

 

Outsiders

A LA Alumínios-LA Sport tem tens dado muito nas vistas no entanto a vitória também ainda não venceu. Gonçalo Leaça é um excelente candidato para a etapa de amanhã uma vez que é um corredor passa bem a média montanha e em grupo restrito tem uma boa ponta final.

César Fonte tem estado muito ativo desde o início da corrida e nem uma queda logo nos primeiros dias o impediu de já estar em duas fugas. O percurso de amanhã é perfeito para as características do veterano ciclista português, um dia bastante longo a fazer lembrar uma clássica, onde este consegue sempre bons resultados. Veloz ninguém quererá chegar com Fonte.



Não há duas sem três. Esse deve ser o pensamento da Rally Cycling, equipa que já leva duas vitórias em fugas na prova. Amanhã pode ser o dia de Nathan Brown aparecer. O norte-americano é um corredor bastante experiente com diversos anos no World Tour, onde a espaços conseguia resultados interessantes. Corredor de clássicas, passa bem a média montanha e não sprinta mal.

 

Possíveis surpresas

A Movistar deverá continuar a tentar e amanhã Lluis Mas pode ser, novamente, a aposta. Já com três top-5, o espanhol é um corredor completo, tem muito andamento e, apesar de raramente vencer, tem uma excelente ponta final. Na equipa espanhola, Sergio Samitier também pode estar na frente. A Bingoal Pauwels WB tem, talvez, a última grande oportunidade, Kenny Molly ou Laurens Huys são opções muito fiáveis, corredores com uma boa ponta final após dias duros. Com muitas contagens de montanha pelo caminho, Bruno Silva deverá estar novamente na fuga, veremos se depois de lutar pelos pontos da montanha ainda terá energia para a etapa. Olho, ainda, para nomes como Gavin Mannion, Jesus del Pino, Adrian Bustamante e André Ramalho. Se tivermos uma discussão entre os principais favoritos da Volta a Portugal, Maurício Moreira tem que ser destacado, o uruguaio tem aproveitado todas as oportunidades. Abner Gonzalez, Tiago Antunes, Rafael Silva e Joni Brandão são outros corredores a ter em atenção.



 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são António Carvalho e Tomas Contté.

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