A Volta a Portugal regressa à estrada com mais uma etapa de montanha e nova chegada em alta, desta vez no alto da Serra de Larouco. Teremos novo volte-face ou a Glassdrive/Q8/Anicolor irá controlar a corrida?

 

Percurso

Continuamos a viagem até ao Norte de Portugal, desta vez muito perto da fronteira com Espanha. Dia globalmente duro que se inicia com a subida de Vila Flor (12,6 kms a 3,7%) e tem o Alto do Barracão (14,2 kms a 2,6%) ainda na sua primeira metade.



As hostilidades podem ser abertas em Torneiros, uma ascensão duríssima de 4600 metros a 8,3%, que está a 40 kms da meta. Depois a aproximação a Montalegre é relativamente plana, a entrada na cidade tem uma meta volante situada num topo com 2400 metros a 5,9%. A subida da Serra do Larouco é longa, com 9500 metros, mas não excessivamente dura, com 5,7% de inclinação média. É daquelas montanhas com é importante ter equipa e onde se poupa energia atrás dos colegas.

 

Táticas

A etapa de ontem veio colocar a Glassdrive/Q8/Anicolor  e Artem Nych na liderança, o figurino que todos pensávamos ver desde o início. O ciclista russo tem praticamente meio minuto de vantagem para o mais direto rival e, com duas etapas de montanha ainda em falta, espera-se uma corrida agressiva por parte dos rivais, só assim vão conseguir recuperar tempo.

A Efapel Cycling parece empenhada em colocar Henrique Casimiro mais acima e tem uma equipa sólida para tal. Talvez algumas formações estrangeiras ajudem a equipa de José Azevedo, principalmente a Euskaltel-Euskadi, uma equipa em altas e com um bloco muito forte. Com tudo isto, um ataque de longe, na subida de Torneiros, não seria de estranhar, mas é preciso ter gregários na frente, um líder sozinho não consegue fazer os últimos 40 quilómetros.

 

Favoritos

Voltamos a colocar Colin Stüssi nesta categoria, muito pela regularidade que tem apresentado. O ciclista helvético está na luta pela vitória final e, numa subida bastante regular e não muito dura sairá beneficiado. Poderá aproveitar a marcação entre os ciclistas das equipas nacionais e, num sprint, é bastante explosivo.



Quanto mais etapas da Volta a Portugal passarem melhor para António Carvalho. O português parece cada vez melhor, a lesão deve já estar ultrapassada, e os anos anteriores mostram que está sempre muito forte nas derradeiras etapas. Corredor explosivo e muito combativo, sabe que tem de recuperar tempo.

 

Outsiders

Henrique Casimiro tem sido um dos destaques, sempre muito regular, o alentejano foi um dos que mais se movimentou na etapa de ontem, respondendo prontamente a Frederico Figueiredo. Sabe que tem de recuperar tempo e tem um bloco muito forte, será fundamental uma Efapel num dia muito bom para lançar Casimiro.

No cenário de fuga, Luís Gomes é a nossa aposta. É certo que o ciclista da Kelly/Simoldes/UDO ainda não cumpriu com o objetivo de vencer uma etapa e nada melhor que fazê-lo num local onde já conseguiu erguer os braços. Em forma, sobe bastante bem, veremos é se terá liberdade para integrar a fuga.



A Rádio Popular – Paredes – Boavista mudou o chip e, para além da classificação da montanha, vencer uma etapa é o objetivo e é aí que entra Hugo Nunes. O português é um ciclista muito regular e completo e este é um tipo de subidas no qual se dá bastante bem.

 

Possíveis surpresas

Artem Nych deverá correr na defensiva, não o vemos a vencer a etapa, no entanto a Glassdrive/Q8/Anicolor pode consegui-lo com Frederico Figueiredo, um corredor que muito tentou ontem. Se não ficar amarrado ao apoio a Nych, a vitória pode sorrir ao ciclista luso. A armada da Euskaltel-Euskadi estará mais que motivada para mais uma boa etapa, estão na luta pela Volta a Portugal e com dois ciclistas entre os primeiros. Txomin Juaristi deverá ser guardado mais para o final, com Luis Angel Mate a poder atacar de longe, o “lince” está muito forte. Delio Fernandez sabe gerir o seu esforço como poucos, uma subida mais tática é o melhor para si, tal como aconteceu na Torre terá que tentar antecipar os ataques, pode é não ter a mesma liberdade. Um ataque de longe também pode ter o seu sucesso e, aí, destacamos os nomes de Gonçalo Leaça, Oscar Cabedo e Jesus del Pino, corredores que estão no top 10 ou à entrada do mesmo. Para a fuga, olho em Luís Fernandes, Bruno Silva, Jon Agirre, Daniel Viegas e Iñigo Elosegui.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Andrés Camilo Ardilla e Afonso Silva.



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