Mais uma etapa rompe-pernas na Volta a Portugal, com vários cenários em perspetiva. Teremos nova fuga a triunfar em Paredes? Conseguirão alguns homens rápidos aguentar as dificuldades?

 

Percurso

Felgueiras acolhe a partida da 7ª etapa da Volta a Portugal, um início que apesar de não ter muitas dificuldades não é fácil. A meta volante em Marco de Canaveses está num topo de uma colina de 2600 metros, depois ainda existe a subida de São Sebastião de Penha Longa no entanto, o menu principal estará nos derradeiros 40 quilómetros. A subida de Gandra (1300 metros a 5,5%) e a meta volante em Lordelo antecedem a grande escalada do dia, Vandoma (2,4 kms a 8,8%). É aqui que se podem fazer diferenças, uma subida não muito longa mas bastante íngreme, com um quilómetro acima dos 13%!



No topo, ainda restam quase 30 quilómetros, iniciando-se uma fase muito rápida até à meta volante de Cête, a 15 quilómetros do fim. Logo de seguida, subida para Baltar (3,4 kms a 4,4%), cujo topo está a 10 quilómetros do fim. Pequena fase de planalto, antes de uma curta descida antes da derradeira fase plana em direção à meta em Paredes.

 

Táticas

Entramos na fase final da Volta a Portugal e, antes do regresso da alta montanha e das decisões, teremos duas etapas rompe pernas. O perfil de amanhã é bastante ondulante, o clássico terreno do Norte de Portugal. Tem sido uma corrida bastante ataque, sem que nenhuma equipa tenha conseguido controlar bem as fugas, tal como vimos ontem. Num perfil como este, duro demais para os sprinters e pouco duro para os homens da geral, os fugitivos voltam a ter grandes hipóteses de triunfar.

No entanto, existe a possibilidade da corrida ser endurecida e atacada em Vandoma, só que depois disso não vemos nenhuma equipa a conseguir controlar a corrida, pelo que um ataque tardio também pode ter o seu sucesso. Vários cenários são possíveis para a etapa de amanhã, as chances para alguns tipos de ciclistas começam a escassear.

 

Favoritos

A Efapel Cycling mudou o chip e tem sido uma das equipas mais ofensivas nos últimos dias, amanhã pode ser a oportunidade de Tiago Antunes. O português tem estado mais discreto, talvez pensando nas próximas etapas, onde terá grandes hipóteses de brilhar devido à orografia. Ciclista muito combativo, não terá medo de atacar nas dificuldades, para reduzir o grupo.



Iñigo Elosegui já esteve numa fuga, não seria de estranhar voltar a tentar num dia mais duro. O ciclista espanhol é alguém que se defende muito bem no contra-relógio e, dessa forma, é uma hipótese para vencer não só através da fuga mas também como alguém a sair do pelotão nos quilómetros finais. A Kern Pharma quer sair com algo desta Volta a Portugal.

 

Outsiders

A Sabgal/Anicolor já soltou a pressão com a vitória de hoje, será que conseguem novo triunfo? Rafael Reis esteve perto na Guarda, foi 2º, numa chegada ainda mais dura que esta, o que abre boas possibilidades. O português é mais do que um contra-relogista, adapta-se muito bem a estas dificuldades, só terá que sofrer mais em Vandoma. Não lhe podem dar muitos metros.

Xavier Cañellas tem sido um corredor muito combativo, numa Euskaltel-Euskadi que raramente tem falhado as fugas. O espanhol é mais do que um sprinter, passa relativamente bem estas dificuldades e, dessa forma, não será um ciclista que os restantes queiram levar até ao final. Pode vencer não só integrado numa fuga, como através do pelotão, as subidas devem deixar os principais sprinters para trás.



Francisco Peñuela apareceu, finalmente, em Bragança. O venezuelano foi 10º, num perfil bastante parecido com o que vamos ter amanhã. Um corredor muito rápido em grupos restritos, que deverá tentar estar na fuga do dia, já que será, em teoria, mais fácil, tentar vencer, já que no pelotão a anarquia tem sido maior e mais complicado controlar a corrida.

 

Possíveis surpresas

Nicolas Tivani já venceu uma etapa e, depois disso, esteve em várias fugas, continuando a amealhar pontos. Hoje foi um exemplo disso, até se pode ter desgastado um pouco, mas o argentino é um ciclista experiente, sabe dosear a energia. Poucos o vão querer levar até à linha de meta. Em condições normais, esta é uma etapa perfeita para Luís Gomes, resta saber como está o português depois da queda sofrida na etapa da Torre. Se estiver totalmente recuperado será um perigo enorme. A Rádio Popular-Paredes-Boavista costuma ser uma equipa muito combativa e entre César Fonte e Hugo Nunes tem duas setas lançadas para a etapa. Dois ciclistas muito combativos que passam bem a média montanha e têm uma boa ponta final. Aleksandr Grigorev é outro corredor muito combativo da Efapel Cycling.

Tyler Stites deverá gostar deste tipo de etapa. hoje esteve em fuga, é certo que não aguentou na frente mas ainda conseguiu chegar com os favoritos e terminar em 3º, demonstrando uma boa velocidade de ponta. Alejandro Franco e Alex Molenaar fizeram companhia ao norte-americano na fuga de hoje, amanhã podem voltar a tentar. Este é uma etapa que assenta bem em Molenaar, o neerlandês terá que sofrer nas dificuldades, em grupos reduzido é muito rápido. A Caja Rural está a ter uma Volta a Portugal muito discreta, tem que apostar em fugas e Michal Schlegel pode ser a aposta certeira.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Tiago Leal e Francisco Guerreiro.



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