Não há duas sem três por isso amanhã é dia para a terceira chegada em alto consecutiva! Uma subida final muito dura, já passada noutras edições, onde se fizeram diferenças importantes.
Percurso
Bastante antagónico, depois de 90 quilómetros onde não há praticamente 1 metro plano surgem 5 contagens de montanha em outros tantos quilómetros. Se as 3 primeiras estão muito longe da meta e não são muito duras é preciso atentar na contagem de 2ª categoria já dentro dos 30 kms finais, com 9,5 kms a 4,8%. . Tendo em conta que a ascensão final tem 4100 metros a 12,1% as equipas dos trepadores que gostam de subidas mais longas podem querer endurecer a penúltima ascensão.
E sim, a subida Mas de la Costa é uma autêntica parede, quase nunca baixa dos 10% e tem mesmo 1 quilómetro acima dos 14%, há potencial para se fazeres grandes diferenças aqui.
Tácticas
A Astana hoje não quis apanhar a fuga para perder a camisola vermelha, o que conseguiu com sucesso, não vemos a equipa cazaque disposta a perseguir amanhã, não faria qualquer sentido. A Jumbo-Visma sabe bem que a Vuelta é longa e sem Kruijswijk é mais complicado partir a corrida, resta saber se a Movistar vai assumir as despesas da corrida, mas também duvidamos, a formação espanhola raramente fez isso este ano e pode estar a correr o risco de levar Lopez ou mesmo Roglic ao triunfo, a subida final parece assentar bem ao esloveno. A escapada tem tudo para resultar se não tiver elementos que coloquem em perigo a camisola vermelha de Dylan Teuns.
Favoritos
A Bora-Hansgrohe tem por hábito introduzir sempre ciclistas nestas fugas grandes que costuma haver nestas etapas. Hoje foi Pawel Poljanski e amanhã pode ser o dia de Felix Grossschartner, um corredor de enorme qualidade, como demonstrou por exemplo na Volta a Turquia, e que tem vindo a perder tempo.
Hoje a Team INEOS esteve muito activa durante todo o dia até colocar David de la Cruz na fuga que iria resultar. Outra opção bastante válida é Tao Geoghegan Hart, um corredor que até entrou na Vuelta com aspirações a uma boa geral mas que depois perdeu logo essa ilusão ao 2º dia.
Outsiders
Caso as estrelas se alinhem e o pelotão venha a discutir esta 7ª jornada Alejandro Valverde tem de ser um nome muito a ter em conta. Tem mostrado uma explosão incrível e a defesa dele na primeira verdadeira chegada em alto mostra que está em grande forma nesta Vuelta por agora.
A Jumbo-Visma parece estar a dar liberdade aos seus gregários para tentarem alcançar a glória neste tipo de jornadas. Finalmente Sepp Kuss está a confirmar o talento mostrado em 2018, anda sempre muito bem nesta altura do ano, está longe na geral e pode conseguir o que Robert Gesink falhou hoje.
E porque não pensar em 2 vitórias consecutivas para a Cofidis? Darwin Atapuma adora a Vuelta e estas subidas inclinadas, é extremamente combativo e tem vindo a poupar-se nos últimos dias, a moral na Cofidis é altíssima.
Possíveis surpresas
Caso os favoritos venham a discutir a etapa não vemos muitos corredores com capacidade de ganhar, para além de Valverde a coisa deve andar entre Miguel Angel Lopez, Primoz Roglic e, eventualmente, Tadej Pogacar. Para a escapada temos mais alguns nomes em mente, os óbvios são a dupla da Lotto-Soudal Thomas de Gendt e Tomasz Marczyinski. Na Caja Rural corredores como Jonathan Lastra ou Sergei Chernetskii podem ter esta tirada marcada, e a UAE Team Emirates tem em Sergio Henao e Valerio Conti bons especialistas. Muita atenção ainda a Ben King, Mikel Bizkarra, Matteo Fabbro e Niklas Eg.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Carl Frederik Hagen e Wout Poels.