A dureza está de regresso ao Giro, com uma complicada etapa de média montanha. Teremos os favoritos a tentar a sua sorte ou nova fuga a ter o seu sucesso?

 

Percurso

Diamante acolhe a partida da etapa 7 do Giro, um dia com 4728 metros de desnível acumulado positivo. Logo ao quilómetro 35 surge o Passo Colla (9,4 kms a 4,6%) e, logo de seguida, o Monte Sirino (24,3 kms a 3,8%, uma subida feita em patamares e que tem 7,9 kms a 5,8% e 2,6 kms a 8,5%).



Esta subida termina a cerca de 100 quilómetros do fim e, muito rapidamente os ciclistas farão 20 quilómetros até ao sopé de Viggiano (4,3 kms a 6,7%). Mal esta subida é ultrapassada aparece o maior obstáculo do dia, o Monte Grande di Viggiano (6,5 kms a 9,6%). No seu topo restam 60 quilómetros, seguindo-se 15 quilómetros de descida e uma subida não categorizada de 5800 metros a 3,9%, antes de La Sellata (7,9 kms a 5,8%).

Ficam a faltar somente 24 quilómetros, a maioria deles em descida em direção à cidade de Potenza. Pelo meio, a 8 quilómetros do fim surge um sprint bonificado, colocado no topo de uma colina com 1900 metros a 5,4%. O final é em ligeira subida.

 

Táticas

Até agora, esta é a etapa mais complicada do Giro. Mesmo não sendo alta montanha, os mais de 4700 metros de desnível acumulado tornam este dia muito difícil. Juan Pedro Lopez é líder mas a Trek-Segafredo sabe que a liderança do espanhol é a prazo pelo que gastarão energias para perseguir uma fuga sabendo que, no máximo, domingo podem perder a liderança?



Acreditamos que terão alguma atenção à fuga, não deixando sair nomes perigosos mas se perderem a maglia rosa não será uma catástrofe. O Monte Etna fez com que muitos ciclistas perdessem tempo, amanhã é a primeira oportunidade para procurarem vencer uma etapa. Em relação à geral, se alguém estiver a passar um dia menos bom, as restantes equipas podem acelerar, no entanto será de esperar que os ataques não sejam muitos, as energias deverão ficar guardadas, principalmente, para domingo.

 

Favoritos

Felix Gall veio com o objetivo da geral no entanto o Monte Etna atrasou o austríaco, ele que vem em grande forma do Tour of the Alps. Agora com alguma liberdade, o ciclista da AG2R Citroen pode tentar a sua sorte, este terreno complicado é perfeito para si, não é um puro trepador. Se for necessário, consegue sprintar em grupos reduzidos.

Apesar de ter João Almeida, a UAE Team Emirates deve dar liberdade aos seus ciclistas, assim o tem feito noutras Grandes Voltas. Esta etapa encaixa, na perfeição, em Diego Ulissi, o italiano sabe que mais tarde ou mais cedo terá que trabalhar para o português por isso, tem que aproveitar este terreno para tentar somar mais um triunfo na “sua” Grande Volta. Sobe bem e tem uma boa ponta final.

 

Outsiders

Se há equipa que deve colocar alguém em fuga é a Quick-Step Alpha Vinyl. Com Mauri Vansevenant preso pela geral, Mauro Schmid deverá ser a aposta da equipa belga. O suíço tem um potencial tremendo, vem de uma boa Volta a Romandia e já somou um top 10 aqui. Corredor muito completo, terá que ser bastante cirúrgico, atacando no momento certo na parte final, às vezes peca neste pormenor.



Sem ambições de geral, a Astana é mais uma equipa quase certa na frente. Valerio Conti já esteve em fuga mas o Etna foi duro demais para si. O terreno de amanhã adapta-se muito melhor às características do italiano (terreno rompe-pernas/ondulante) que aparece sempre a andar bem no Giro, mesmo que até maio não tenha resultados de relevo. Numa equipa desesperada por triunfos, Conti tentará ser o salvador.

Caso os favoritos lutem pelo triunfo, apontamos Pello Bilbao como principal candidato. Olhando à primeira vista, esta parece uma etapa tirada do Tour of the Alps, onde o basco dominou este tipo de chegadas. Numa Bahrain-Victorious que está muito forte, é possível controlar o final para, depois, Bilbao rematar ao sprint.

 

Possíveis surpresas

Pensar em Mathieu van der Poel para esta etapa não é descabido. O neerlandês tem-se vindo a poupar desde que perdeu a camisola rosa e se coloca um objetivo na cabeça vai até ao fim para o cumprir. Passando o miolo da etapa na frente, é um perigo para a fuga onde esteja integrado. Não seria de estranhar ver a Trek-Segafredo colocar Bauke Molleman na fuga, o neerlandês veio para ganhar etapas, é neste terreno que se dá bem, a experiência é fundamental. Koen Bouwman dá-se muito bem com os ares do Giro, não é um ciclista ganhador, mas estando na fuga certa pode ter a vitória de uma vida, um trepador competente que procura o seu momento de glória. Em forma, Magnus Cort é um perigo para este tipo de tirada, veremos que versão do dinamarquês teremos, numa EF Education que pode apostar em Simon Carr. Davide Formolo, Andrea Vendrame e Joe Dombrowski são alternativas dentro de equipas com ciclistras já mencionados. Por fim, olho em Lorenzo Fortunato e Vincenzo Albanese. Dentro dos favoritos, será complicado alguém distanciar-se pelo que, se a vitória for discutida entre os grandes candidatos deverá ser ao sprint, onde João Almeida, Romain Bardet, Wilco Kelderman e Richard Carapaz serão os principais candidatos.




Super-jokers

Os nossos super-jokers são Lorenzo Rota e Natnael Tesfatsion.

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