Está na hora da maratona do Tour deste ano, um dia com praticamente 250 quilómetros, a fazer lembrar outros tempos, e com uma fase final bastante exigente.
Percurso
Dia mais longo do Tour com 249 quilómetros entre Vierzon e Le Creusot. Os primeiros 150 quilómetros são relativamente acessíveis, no entanto os últimos 100 são completamente diferentes, com 5 contagens de montanha.
Apesar disto, tudo deve começar a animar a 40 quilómetros para o fim. Primeiro um pequeno topo com 1000 metros a 9%, que antecede o Côte de la Croix de la Libération (4,7 kms a 5,3% mas onde os últimos 2500 metros são a 7,3%). 10 quilómetros volvidos e surge uma parede de 1600 metros a 11,3%! Esta subida já faz parte de Signal d’Uchon que, no seu topo tem bonificações e tem um total de 5,7 quilómetros a 5,5%.
Após uma curta descida, e a 11 quilómetros da chegada, o Côte de la Gourloye (2,5 kms a 5,1%) será onde se poderão fazer as diferenças finais, antes dos últimos 9 quilómetros relativamente rápidos. O final é em ligeira subida.
Táticas
À primeira vista, esta é uma etapa ideal para fuga. Dia longo, muito duro par os sprinters e pouco duro para os homens da classificação geral, ainda para mais com uma grande etapa de montanha no sábado.
No entanto, com tantas oportunidades para os sprinters e poucas para os homens mais duros do pelotão, não seria de estranhar ver Bahrain-Victorious, BikeExchange e Alpecin-Fenix a trabalharem na frente do pelotão. Os seus sprinters estão em grande forma, e têm aqui uma oportunidade de ouro. Uma coisa é certa, acreditamos numa etapa muito rápida.
Favoritos
Esta é uma etapa ideal para Michael Valgren. O dinamarquês esteve bastante bem no Dauphiné, passou bem as subidas e conta com uma excelente ponta final. É certo que a EF Education NIPPO tem um líder para a geral final no entanto costuma dar liberdade aos seus corredores neste tipo de etapas.
Não se admirem de ver Mathieu van der Poel a atacar na última subida do dia. O holandês não é corredor de esperar pelo sprint final e, caso a vitória esteja em jogo, não vai desperdiçar. Quererá manter a camisola amarela mais um dia e, vencer com esta vestida seria muito especial. O final da etapa é perfeito, faz lembrar uma clássica.
Outsiders
Sonny Colbrelli está na forma da sua vida, esta etapa é muito idêntica a uma do Dauphiné onde conseguiu chegar com os melhores mas viu uma fuga triunfar. Vai precisar de mais sorte amanhã, terá que ter toda a colaboração da sua equipa, algo que pode acontecer visto que já perderam Jack Haig. O sprint em ligeira subida favorece-o.
Um corredor em condições idênticas às do campeão italiano é Michael Matthews. Estas são as etapas onde Bling pode vencer, não temos dúvidas disso. Nos seus melhores dias, o australiano passa facilmente esta subida, o problema é que tem encontrado sempre corredores mais rápidos. Precisa de um dia perfeito.
A Astana veio caçar etapas e nada melhor do que tentar com um ciclista em grande forma como Omar Fraile. O basco adora as etapas rompe-pernas, com terreno bastante ondulante, onde tem que arriscar, sendo que não tem medo de atacar. Em grupos restritos é muito rápido. Vencendo aqui, completo o triplete de triunfos em Grandes Voltas.
Possíveis surpresas
Com alguns corredores da classificação geral ainda a lamber as feridas, não nos admirávamos de ver Tadej Pogacar, Richard Carapaz e Julian Alaphilippe a mexerem nas últimas subidas nem que seja apenas para testar como os seus rivais reagem. Caso consigam ganhar alguma vantagem é sempre um bónus e, discutirem a etapa entre si também não é descabido. Wout van Aert ainda não parece no seu melhor mas deve conseguir aguentar as subidas com o pelotão, num sprint em grupo reduzido dificilmente poderá ser batido. Peter Sagan não está a subir tão bem como noutros anos mas nunca pode ser descartado numa etapa que tem a sua cara. Magnus Cort e Alex Aranburu são duas alternativas aos corredores que referimos nas categorias superiores dentro das equipas da EF Education NIPPO e Astana, dois bons “sprinters” que passam bem as dificuldades. Para uma fuga, muita atenção a nomes como Benoit Cosnefroy, Soren Kragh Andersen, Kasper Asgreen, Thomas de Gendt e Ivan Garcia Cortina.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Matej Mohoric e Toms Skuijns.