A Volta a Portugal entra na sua reta final no entanto as dificuldades não param. Antes do fim de semana decisivo mais uma tirada complicada, com um final muito exigente.



 

Percurso

Apesar dos pensamentos já estarem nas etapas da Senhora da Graça e do contra-relógio final esta 8ª etapa está longe de ser a habitual jornada de transição. Os primeiros 45 quilómetros são percorridos junto à costa, o que é um grande perigo em caso de vento lateral e a segunda metade da etapa está repleta de dificuldades montanhosas, que podem partir a corrida, ora vejamos o que há antes do Alto de Santa Quitéria:

Serra da Agrela – 5 kms a 4,3%

Vandoma – 3,2 kms a 5,2%

Penafiel – 3,8 kms a 4,3%

Santa Cristina de Figueiró – 5,4 kms a 4,4%

Para acabar há então o Alto de Santa Quitéria, que são 1900 metros a 7,9%, mas em várias partes a inclinação passa dos 10%, é uma subida realmente explosiva.

 

Táticas

As últimas 3 etapas viram 3 fugas ter o seu sucesso pelo que amanhã não seria de estranhar nova escapada voltar a lutar pela vitória. Muitas equipas ainda não ganharam e sabem que só colocando ciclistas na fuga podem ter essa oportunidade. No entanto, o final adapta-se a alguns favoritos e também podemos ver estes a triunfar.

 

Favoritos

Danilo Celano pode continuar com a excelente Volta a Portugal da Amore & Vita. Na etapa da Torre esteve muito tempo com os favoritos, fazendo relembrar os seus melhores anos. É um corredor muito explosivo e numa fuga será sempre dos melhores neste capítulo.



Joni Brandão tem que continuar a ganhar tempo porque sabe que o contra-relógio não é a sua melhor arma, apesar de ter melhorado muito. Mesmo que o ganho sejam poucos segundos, o novo líder deve querer ter a maior almofada possível e depois das últimas exibições estará muito motivado.

 

Outsiders

O Sporting/Tavira tem andado muito ativo à procura da vitória em etapa e acreditamos que amanhã vai voltar a colocar corredores em fuga.  Aleksandr Grigorev tem andado discreto durante toda a corrida, pouco atacou mas tem estado sempre com os seus líderes. Como já referimos, o russo passa bem a média montanha e tem uma boa ponta final, rola bem sozinho e pode atacar de longe, sendo também explosivo para este tipo de final.

As equipas espanholas têm colocado sempre ciclistas em fugas e amanhã não deve mudar. A Euskadi-Murias leva já dois triunfos e acreditamos que Juan Antonio López-Cózar pode ter a sua oportunidade. Ainda jovem, o basco é um corredor já com alguns resultados no calendário espanhol, adaptando-se muito bem a estas chegadas.

A apenas 1 segundo da liderança, podemos ver João Rodrigues a tentar recuperar a camisola amarela para a W52/FC Porto. Só é preciso um pequeno corte e o algarvio mostrou na chegada à Torre ser bastante explosivo, com um sprint muito vigoroso.



 

Possíveis surpresas

A Caja Rural deve voltar a apostar em colocar Julen Amezqueta na fuga já que Sergio Pardilla está longe de ser um ciclista adaptado ao final no Alto de Santa Quitéria. A Israel Cycling Academy não quererá sair de Portugal de mãos a abanar e o sueco Awet Gebremedhin é um dos melhores trepadores da equipa. Até agora muito discreto, amanhã pode surgir a sua oportunidade. Pierpaolo Ficara é uma alternativa na Amore & Vita. Nas equipas portuguesas, pensamos que João Barbosa, Josu Zabala, António Barbio e Daniel Freitas são opções sérias para puderem triunfar, já que são corredores explosivos, que se adaptam a esta curta subida e já se apresentaram em boas condições nesta Volta a Portugal. Olhando para os favoritos, Frederico Figueiredo, Vicente Garcia de Mateos, João Benta, Gustavo Veloso e Christian Montoya podem discutir a vitória com os dois corredores já referidos.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers Emanuel Duarte e Thibault Guernalec.



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