Antes da entrada no fim-de-semana de todas as decisões, o pelotão da Volta a Portugal terá pela frente mais um dia de sobe e desce constante. Será que os favoritos vão testar-se antes da alta montanha?

Percurso

182,4 quilómetros entre Viana do Castelo e Fafe é o menu do dia para o pelotão da Volta a Portugal. Primeiros 70 kms relativamente planos até à subida de Extremo (8,4 kms a 3,6%), onde o terreno começa a ser mais sinuoso, seguindo-se as subidas de Portela do Vade (5,7 kms a 4%) e Geraz do Minho (4,5 kms a 4,0%).Esta escalada já fica a menos de 50 quilómetros do fim, a se o terreno até aqui não era fácil, o sobe e desce constante continua, com 5 pequenos topos a aparecerem nos derradeiros 30 quilómetros.



O último deles coincide com a contagem de montanha em Goiães (1400 metros a 5,7%), subida que termina a 4500 metros do fim. Passada esta colina, os ciclistas terão pela frente uma pequena descida, que leva à subida final para Fafe. O final de etapa é já conhecido por muitos, chegada bastante estreita, em ligeira subida e em empedrado.

 

Táticas

Dois dias de alta velocidade, duas etapas de média montanha que fizeram bastante moça no pelotão. As energias já começam a escassear mas ainda há muitas equipas por vencer, o que significa que deveremos ter mais uma etapa super rápida. A fase inicial plana favorece este cenário, veremos se depois existe liberdade para a fuga do dia triunfar, algo que não aconteceu hoje.

A termos uma fuga vitoriosa, terão que ser corredores bastante completos, com uma capacidade muito boa em superar as subidas do dia, o terreno rompe-pernas será muito complicado. Esta é a última oportunidade para vários tipos de ciclista, já que depois só sobra uma etapa de alta montanha e o contra-relógio. Desta forma, mais um dia de muita anarquia pela frente.

 

Favoritos

Luís Gomes está a recuperar as melhores sensações, foi 7º hoje, um bom indicador. Amanhã tem a última oportunidade para vencer, o português sabe disso e vai querer deixar tudo na estrada. As subidas não o encomodam, até o beneficiam face a ciclistas mais rápidos, bem como o final mais duro será do seu agrado. A GI Group Holding – Simoldes – UDO venceu neste local no ano passado, pode ser um bom indicador.



Tyler Stites tem dominado este tipo de etapas no circuito americano, ontem foi 3º, hoje chegou com os melhores, as pernas estão a corresponder. O norte-americano está numa equipa que já corre com menos pressão, já conseguiu uma vitória e isso pode soltá-lo para um boa exibição. Em grupos restritos é um ciclista muito rápido e já se viu que não tem medo de atacar.

 

Outsiders

Nicolas Tivani tem a classificação por pontos praticamente garantida mas porque não fazê-lo com mais uma vitória? O argentino tem sido uma das figuras da Volta a Portugal, sempre em grande destaque, quer nas metas volantes quer nas chegadas, onde demonstra uma grande velocidade. A Aviludo-Louletano-Loulé Concelho mostrou ambição hoje ao perseguir na parte final, mostra confiança no seu ciclista.

Depois da vitória convincente de hoje, Francisco Peñuela tem de voltar a ser tomado em conta, ainda para mais numa etapa tão idêntica e com um final também ele semelhante. O venezuelano é mais do que um sprinter, adapta-se muito bem a este tipo de orografia, já obteve outros resultados interessantes na temporada assim. Sem a pressão de vencer, o resultado pode aparecer mais facilmente.



Abner Gonzalez tentou surpreender no dia de hoje, não nos admiravamos que amanhã tentasse o mesmo, talvez numa das últimas dificuldades. A Efapel Cycling tem estado muito ativa, sempre presente nas fugas em busca de uma vitória em etapa sempre importante. O porto-riquenho é um corredor muito completo, este tipo de subidas são perfeitas para um corredor explosivo.

 

Possíveis surpresas

A Euskaltel-Euskadi é uma equipa muito combativa e trouxe esse espírito para a corrida portuguesa. Luis Angel Maté tem sido um dos ciclistas mais combativos, não nos admirávamos que estivesse em nova fuga onde seria um corredor muito perigoso. Caso a corrida se decida com um ataque no final, Joan Bou é uma excelente alternativa, um corredor muito combativo e que tem uma boa ponta final. Para o sprint final ainda há a opção Xavier Cañellas. Outra equipa espanhola muito ofensiva tem sido a Burgos BH. Sergio Chumil será resguardado para o sprint, um ciclista muito rápido. Para os ataques tardiso, a opção recai sobre Ander Okamika. Ainda nas equipas do país vizinho, Alex Molenaar é um perigo neste tipo de etapas, só que o neerlandês tem desiludido um pouco, pode não estar na melhor forma.

Tiago Antunes esteve perto da vitória hoje, o português tem nova oportunidade de ouro amanhã. Ciclista muito explosivo, pode fazer uma dupla perigosa com o já referido Abner Gonzalez, seu colega de equipa. Rafael Reis e Luís Mendonça são as cartas mais ofensivas da Sabgal/Anicolor, marcando presença na fuga são duas opções muito válidas para a chegada a Fafe. Artem Nych é para ter em atenção para um ataque na parte final. Ainda nas equipas nacionais, olho em Gonçalo Leaça e César Fonte. Colin Stussi e Afonso Eulálio podem tentar, ambos têm mostrado muita vontade, mas dificilmente conseguirão fazer diferenças.

 

Táticas

Os nossos super-jokers são Hugo Nunes e Julen Amezqueta.



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