A Vuelta dirige-se para a Catalunha no seu primeiro fim-de-semana de competição. Uma etapa clássica da prova espanhola, com a fuga com grandes hipóteses de ser a grande protagonista.



 

Percurso

166,9 quilómetros ligam Vals a Igualada. Uma etapa com pouca história, os primeiros 132 quilómetros não têm grande dificuldade, apesar de algumas curtas subidas. Nesse momento surge o Puerto de Monteserrat (7,3 kms a 6.7%), uma subida muito regular, sempre a rondar a sua inclinação média.

Após o topo da subida, segue-se um planalto de 7 quilómetros, intercalado com uma pequena subida de 2200 metros a 4%, que leva a uma descida de quase 10 quilómetros. Até ao final não existem mais dificuldades, com o derradeiro quilómetro a ser em ligeira subida.

 

Favoritos

Esta é uma etapa que tem tudo para ver uma fuga triunfar. Uma tirada dura demais para os sprinters e pouco simples para os homens da geral. É de esperar muitos ciclistas integrarem a escapada do dia e tudo deve decidir-se no Puerto de Monteserrat, onde deve haver uma seleção séria da fuga.

Thomas de Gendt tem estado bastante discreto no entanto quando marca uma etapa não costuma falhar. Esta é uma tirada perfeita para o belga, um início plano onde não deve ter dificuldade em entrar na frente e uma subida não muito dura, onde o corredor da Lotto-Soudal se adapta perfeitamente. É daqueles corredores que não tem medo de atacar e acreditamos mais numa vitória a solo, no entanto De Gendt também é relativamente rápido.



Porque não pensar em Miguel Angel Lopez perder outra vez a camisola vermelha? É um cenário plausível, para a Astana poupar a sua equipa. Nicolas Edet encaixa no perfil de ciclista que pode ficar na liderança, já que no final não deve incomodar os primeiros e seria o continuar de uma prova de sonho para a Cofidis. Até agora, está a fazer uma excelente Vuelta, sempre bem nas etapas mais duras. Um excelente trepador mas que também tem uma boa ponta final.

 

Outsiders

Ruben Guerreiro perdeu bastante no dia de hoje, pelo que, agora, pode pensar em imiscuir-se em fugas. Em Javalambre esteve fantástico, foi 15º, melhor que muitos trepadores, demonstrando excelente condição física e que está a subir melhor que nunca. O ex-campeão nacional é bastante explosivo e tem aqui uma etapa perfeita para si.

A EF Education First está a ter uma Vuelta para esquecer, já com 3 abandonos. A vitória em etapa é o objetivo e Lawson Craddock é um bom candidato. O norte-americano é dos poucos que ainda não caiu, vem em grande forma do Tour of Utah, onde subiu melhor que nunca. É, também, rápido em grupos restritos.

Alex Aranburu esteve entre os melhores ao segundo dia mas a partir daí desapareceu. Talvez se esteja a poupar para outras etapas e esta pode ser uma delas. Mais puncheur do que trepador, o espanhol pode ter algumas dificuldades em seguir os melhores mas na forma em que está acreditamos que o consiga fazer. Poucos ciclistas são mais rápidos que ele, ainda por cima num final em subida.



 

Possíveis surpresas

A Movistar vai, com toda a certeza colocar alguém na fuga a pensar na classificação coletiva. José Joaquin Rojas é a melhor carta para pensar, também, na vitória em etapa. Um antigo sprinter, que ainda tem alguma ponta final, que sobe relativamente bem, como se viu hoje. A Deceuninck-QuickStep é mais outra equipa que vai colocar ciclistas na fugas e Zdenek Stybar ou Philippe Gilbert são as melhores cartas. O primeiro pode ter alguma dificuldade na subida, por ser longa, no entanto após esta ainda faltam muitos quilómetros para puder reentrar. Já Gilbert esteve hoje em fuga e pode estar algo desgastado, mas no papel é uma tirada perfeita. Jesus Herrada já venceu mais tem outra etapa ideal para si e Tao Geoghegan Hart esteve melhor hoje e é outro corredor que encaixa bem aqui. Outros nomes a ter em atenção são Felix Grosschartner, Valerio Conti, Dion Smith, Jonathan Lastra e Jetse Bol.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Sergio Higuita e Dorian Godon.



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