A montanha não para na Vuelta e amanhã e tempo para mais uma chegada em alto, um final muito duro, onde se podem fazer importantes diferenças.

 

Percurso

De Logroño a Moncallvillo distam 164 quilómetros, em mais uma chegada em alto desta Vuelta. 150 quilómetros sem grandes dificuldades, com excepção do Puerto de la Rasa (9,8 kms a 5.3%), levando o pelotão para a decisão da tirada.



A subida para o Alto de Moncallvillo tem 11300 metros a 7,6%, uma média que fica estragada por 2 quilómetros quase planos no seu início. A partir daí, a estrada inclinada, e não é pouco, com destaque para os últimos 5300 metros que têm uma média impressionante de 9,4%!

 

Táticas

Hoje voltámos a assistir a uma etapa muito rápida, se os homens da geral queriam descanso não o tiveram. A INEOS Grenadiers trabalhou, afincadamente, todo o dia, algo que se vai fazer notar, talvez não amanhã, mas sim nos próximos dias.



Amanhã é um dia fácil de controlar, praticamente plano até ao final o que pode favorecer uma luta pela etapa entre os favoritos à vitória final da Vuelta. Hoje os favoritos não se atacaram, talvez pensando amanhã por isso estão reunidos todos os ingredientes para uma luta titânica.

 

Favoritos

Com a roja vestida, Richard Carapaz estará ainda mais motivado, ele que tem sido um dos principais destaques, atacando sempre que pode. A subida do equatoriano no domingo foi excelente, ganhou tempo aos seus grandes rivais e ainda não mostrou dificuldades. Tem uma leitura de corrida perfeita.

Hugh Carthy tem sido uma bela surpresa nesta Vuelta, sendo que nas montanhas mais longas tem mostrado um grande à-vontade. Finalmente, tem uma chegada ao jeito das suas características, subidas longas e constantes e, apesar de estar muito perto na geral, não é muito dado a estas andanças, podendo ter alguma liberdade.

 

Outsiders

Primoz Roglic perdeu muito tempo no domingo, algo que o esloveno não estava a contar. A justificação foi a não colocação da sua capa para a chuva, o que o fez perder tempo e, consequentemente, energia para reentrar no pelotão. Acreditando em todos estes factios, o ciclista da Jumbo-Visma estará na luta. Não é muito de atacar, gosta sempre de esperar pelo final.



Até agora, não podemos apontar nada a Dan Martin. O irlandês está rejuvenescido, de volta aos bons momentos, o que se o deve motivar. Nunca foi um puro trepador, mas este tipo de subida são ideais para si, ainda para mais com aquelas rampas inclinadas, a fazer lembrar os muros que tanto gosta.

Aleksandr Vlasov está, com o passar dos dias, a melhorar, tornando-se no trepador que o conhecemos. Não iniciou a Vuelta da melhor forma, mas já tem estado na ofensiva nos últimos dias. Está atrasado, tem liberdade, e se mostrar a forma que teve no mês de Agosto, sairá com a vitória.

 

Possíveis surpresas

A Movistar tem sido uma das equipas mais em evidência, não se tem escondido, tem trabalhado bastante na frente do pelotão e tem duas sérias cartas. Falamos de Marc Soler e Enric Mas. O primeiro já conta com um triunfo, parece ter liberdade para fazer a sua corrida e, estando um pouco atrasado, poderá ter liberdade. Mas tem estado mais resguardado, no domingo passou pior, mas finalmente chega uma dura chegada em alto, ao seu jeito. David Gaudu está, tal como Vlasov, já atrasado na geral, está a melhorar com o passar dos dias, já esteve ao ataque e terá liberdade. Se estiver bem, pode conseguir escapar para a vitória. Sepp Kuss poderá ter que trabalhar para Primoz Roglic mas nas etapas de montanha já disputadas teve alguma liberdade para atacar. Por fim, destacamos Esteban Chaves, deve acabar entre os melhores mas dificilmente vence. Para a possibilidade da fuga triunfar, nomes como Davide Formolo, Nans Peters, Ion Izagirre, Michael Woods e Guillaume Martin têm o que é necessário para vencer no Alto de Moncallvillo.



 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Niklas Eg e Robert Power.

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