O fim-de-semana começa mais uma etapa bastante complicada onde a classificação geral voltará a estar em jogo. Teremos novo líder? Voltará a Jumbo-Visma a destacar-se?

 

Percurso

O fim-de-semana começa em Dénia, com mais um dia bastante complicado nesta Vuelta. 4 subidas categorizadas nos primeiros dois terços da etapa, 3 delas de segunda categoria. Ainda longe da meta, e apesar de subidas longas, nenhuma delas será um perigo para a classificação geral, devendo ser feitas a ritmo já que a subida final é duríssima.



Tudo se deve resumir aos derradeiros 10 quilómetros, primeiro na luta pelo posicionamento e depois com a chegada da subida de Xorret de Cati (3,8 kms a 11,5%). A subida aparece a apenas 7 quilómetros do fim, só que com estas percentagens vai fazer-se longa para muitos, principalmente com o 2º quilómetro com uma inclinação média de 15,5%! O topo fica a 3600 metros do fim, seguindo-se 2600 metros em descida, antes do quilómetro final em falso plano.

 

Táticas

Este é um final raramente usado no ciclismo masculino, apenas uma vez na Vuelta e outra na Volta à Comunidade Valenciana. Em 2017, na Vuelta, a vitória sorriu à fuga com Julian Alaphilippe a triunfar. A etapa deste ano é mais dura no seu geral, acreditamos que o cenário de fuga vitoriosa se pode voltar a repetir, uma fuga tradicional (não tão numerosa como ontem, já que há muitos ciclistas mais perto da liderança), com a Groupama-FDJ a tentar controlar quem entra na frente, não vemos a formação francesa a ceder a liderança da Vuelta facilmente.

Atrás, a classificação geral deve jogar-se na derradeira subida. Apesar de curta, a dureza é extrema e deverá fazer diferenças importantes, há corredores muito explosivos que se adaptam a esta subida.

 

Favoritos

Primoz Roglic parece totalmente recuperado da queda, foi o único dos favoritos a atacar ontem e conseguiu chegar na frente, mantendo sempre um ritmo alto durante toda a subida. Se há dificuldades onde o esloveno pode fazer diferenças é aqui, as típicas escaladas espanholas são onde sempre se deu bem e construiu as diversas vitórias que tem na Vuelta.



Nem os problemas estomacais impediram Jonas Vingegaard de ser um dos melhores em Javalambre. Isto só demostra a capacidade do dinamarquês, imagina-se quando estiver recuperado. Já com dois dias passados, acreditamos que estará melhor e, apesar de não ser um corredor talhado para estas subidas já demonstrou que é muito explosivo.

 

Outsiders

Ontem Remco Evenepoel teve um dia menos bom, conseguindo limitar as perdas, amanhã volta a ter subidas ao seu jeito, não muito longas e íngremes, fazendo lembrar as Ardenas onde tão bem se tem destacado. Após a perda de tempo, o belga quer voltar a colocar pressão nos rivais, não tem medo de atacar se estiver bem.

Romain Bardet esteve na fuga de ontem e, no dia de hoje, voltou a perder muito tempo, de forma a ter mais liberdade. O francês vinha com o objetivo de vencer uma etapa e está motivado para tal, numa fuga será sempre dos trepadores mais fortes. O final em descida também o favorece, gosta de arriscar mais que os restantes.




A BORA-hansgrohe tem colocado ciclistas na fuga, amanhã pode ser o dia de Sergio Higuita. Este tipo de subidas são a praia do pequeno ciclista colombiano, um corredor muito explosivo e que tende a aparecer sempre bem na Vuelta. O problema é que é uma caixinha de surpresas, nunca sabemos o que esperar.

 

Possíveis surpresas

Juan Ayuso não foi ao choque dos homens da Jumbo-Visma e esteve muito perto de fazer a recuperação, o espanhol parece estar mais cirúrgico mas é daqueles que não tem medo de atacar. Sepp Kuss deverá ser protegido, a camisola vermelha está muito perto, seria um prémio para o norte-americano depois de todo o trabalho que tem feito este ano. Cian Uijtedebroeks tem sido uma agradável surpresa, algo que já acreditávamos que podia acontecer apesar de muitos não acreditarem. O jovem talentoso belga tem sido dos mais regulares e, em Javalambre esteve muito bem, mesmo tendo caído durante a etapa. Qual será a versão que teremos de Enric Mas? Irá explodir como ontem? Não é normal acontecer, deverá ter aprendido com os erros. Por fim, entre os favoritos da geral, falar de João Almeida, longe de ser uma subida ao seu jeito, deverá voltar a colocar o seu ritmo e ir de trás para a frente. Da forma que está a andar, não podemos descartar Lenny Martinez de um novo brilharete. Lennard Kamna tem tentado muito, amanhã pode voltar a estar na frente, num dia que também encaixa na perfeição nas características do jovem Lennert van Eetvelt. Para a fuga, olho, ainda, em nomes como Egan Bernal, Einer Rubio, Cristian Rodriguez e Steff Cras.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Oier Lazkano e Max Poole.



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