A maratona das maratonas deste Giro é já amanhã, numa tirada com muita dificuldade, que faz lembrar uma clássica.



 

Percurso

As maratonas estão de volta, não há quase descanso neste Giro, estes 240 kms entre Tortoreto e Pesaro são tudo menos fáceis, primeiro porque são quase totalmente percorridos junto à costa e depois porque só nos últimos 100 kms praticamente há 2000 metros de desnível positivo é praticamente uma Milano-SanRemo dentro do Giro. As subidas começam com 2,2 kms a 6,2%, depois há 1,1 kms a 9%, 6,8 kms a 3,9% e 3 kms a 4,4%. A cerca de 40 kms da meta há 4,4 kms a 3,3%, com 1 quilómetro acima dos 7%, a 25 kms da meta 2,1 kms a 4,5% e a 20 kms do final 2,7 kms a 3,7%. Quase nunca há descanso e depois da descida só distam 2300 metros até ao final, será complicado perseguir nesta orografia.

 

Favoritos

A anteceder o contra-relógio que termina a primeira semana o pelotão terá pela frente o dia mais longo deste Giro. Com poucas oportunidades para os sprinters, vemos as equipas dos homens rápidos a perseguir, não dando hipóteses à fuga.

Pascal Ackermann tem sido o principal sprinter deste Giro e já demonstrou que quer chegar a Verona, pelo que a maglia ciclamino é um objetivo concreto. Tem melhorado a sua durabilidade, como se viu na etapa ganha por Richard Carapaz, pelo que achamos que deverá estar na discussão. Vai ser difícil ter o seu comboio habitual mas em Jay McCarthy terá um bom lançador.



Até agora, o Giro tem sido uma prova para esquecer para Elia Viviani, algo que o campeão italiano pretende mudar ainda na primeira semana. Desde que chegou à QuickStep, o transalpino tem melhorado a sua capacidade de passar as subidas e isso amanhã não deve ser problema. O seu comboio deve ficar desmantelado, mas Viviani sabe colocar-se na roda certa, que neste caso será a de Ackermann.

 

Outsiders

Uma etapa mais dura será do agrado de Caleb Ewan que já se viu que, num sprint após um dia mais fácil, não consegue bater os puros velocistas. Este ano, já ganhou após dias complicados e tem aqui mais uma oportunidade de ouro para o conseguir neste Giro. Tem tido o melhor comboio da prova e isso pode ser fundamental para amanhã.

Arnaud Demare é um ciclista de clássicas, logo esta é uma etapa perfeita para o ex-campeão francês. Após um dia longo, o ciclista da Groupama-FDJ consegue aproximar a sua ponta final das dos seus adversários e, se em dias mais fáceis tem andado perto da vitória, amanhã parte ainda com mais confiança. Se tiver Jacopo Guarnieri no final, partirá em vantagem.

Davide Cimolai deve ter esperado por esta etapa desde o início do Giro. O italiano chegou em grande forma, já demonstrou isso esta semana, mas prefere dias mais duros pois sabe que a sua velocidade não é a mesma dos puros sprinters. Sabe-se posicionar como poucos, partindo em vantagem relativamente a outros ciclistas mais rápidos.



 

Possíveis surpresas

Giacomo Nizzolo tem passado ao lado do Giro. Quer por azares, quer por perder o comboio, o italiano ainda não conseguiu sprintar uma única vez. Noutros tempos, esta era uma etapa perfeita para o ciclista da Dimension Data que ainda tem a qualidade para surpreender. Sem Fernando Gaviria, Simone Consonni passa a ser o sprinter da UAE Team Emirates, mais um que passa bem estas colinas e sabe colocar-se na roda certa. Manuel Belletti está na mesma situação de Consonni, não é tão rápido como os restantes, mas este tipo de etapas assenta-lhe que nem uma luva. Para possível top 10, atenção a Marco Canola e Viacheslav Kuznetsov.

 

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