A entrada no fim-de-semana traz nova visita ao exterior, desta vez com o Tour a ir até à vizinha Suíça, com o final em Lausanne. Dia de média montanha perfeito para uma fuga, no entanto a prova tem trazido desfechos surpreendentes.

 

Percurso

Nova jornada de média montanha neste Tour, num dia em que outro país vai receber a Grande Boucle, desta vez a Suíça. Partida de Dole, seguindo-se 30 quilómetros planos e outros 100 quilómetros ondulados e com três contagens de montanha.




Atingido o topo do Col du Pétra-Félix seguem-se 43 quilómetros muito rápidos, a maioria deles em descida, sendo os 10 quilómetros finais já planos, levando ao sopé da subida final para Lausanne. Serão 4900 metros a 4,5%, numa subida que pode ser dividida em três fases, pois os primeiros 1200 metros são a 6,1%, depois há uma pequena descida, antes de 1900 metros a 6,2%.

 

Táticas

Depois de três dias de loucos e de duas vitórias de Tadej Pogacar, o pelotão do Tour de France continua em direção ao Alpes, numa clássica jornada de média montanha. No chamado dia de transição, os ciclistas terão uma etapa com bastante sobe e desce, perfeita para uma fuga.

Os últimos dias foram muito intensos, e sem subidas de grande dificuldade, e com um dia importante no domingo, os homens da classificação geral quererão ter um dia mais tranquilo o que abre as portas a uma numerosa escapada. Ainda não vimos esse cenário na prova deste ano e, com grande parte do pelotão já bastante atrasado, está na hora disso acontecer.

 

Favoritos

Wout van Aert tem sido uma das figuras do Tour, já tem uma vitória, muito mais segundos lugares e ontem foi dia de fuga. É certo que foi cansativo, Van Aert também é humano, mas depois de um dia no pelotão e sem muito trabalho, o belga deve estar pronto para voltar à carga. Se quiser entrar na fuga, Van Aert vai lá estar, pode custar muito, mas o motor deste é impressionante. Todos irão correr contra si, a ganhar será à base da força por isso, pode nem esperar pelo sprint.



A Lotto Soudal tem passado ao lado da corrida, está na hora de acordarem, num dia ideal para Tim Wellens. O belga adora este tipo de orografia, um dia com bastantes quilómetros e com subidas não muito duras. É um corredor explosivo mas sabe que para vencer é melhor chegar sozinho e se há ciclista que já nos habituou a atacar de longe é Wellens.

 

Outsiders

Michael Matthews perdeu uma grande oportunidade de vitória no dia de ontem, amanhã é mais um dia importante. Quando é preciso, o australiano integra fugas, basta ter essa motivação, algo que não deverá faltar depois do resultado de ontem. Bling é um corredor que está sempre perto das vitórias, mas bate sempre na trave. Será importante ter um colega de equipa no seu apoio.



Após uns primeiros dias brilhantes, a Quick-Step tem estado mais discreta, talvez pensando nestes dias estilo clássicas. Andrea Bagioli é um nome que encaixa que nem uma luva neste final de etapa, o puncheur italiano gosta destes finais mais inclinados e estrear-se no Tour com um triunfo seria perfeito.

Ficámos impressionados com a capacidade física de Tom Pidcock nos últimos dias. Ontem foi 4º, hoje subiu melhor que alguns trepadores, o talentoso britânico está pronto para a luta. Com uma ponta final de fazer inveja a muitos, Pidcock pode dar uma alegria importante à INEOS Grenadiers caso os favoritos consigam discutir a vitória. Não será fácil derrotar nomes como Van Aert, mas já o fez no passado.

 

Possíveis surpresas

Bauke Mollema é um especialista em fuga nas etapas de média montanha. O neerlandês tem estado discreto, a Trek-Segafredo tem atacado com outros ciclistas, talvez esteja na hora de Mollema tentar a sua sorte, quem sabe com um ataque de longe. Alberto Bettiol mostrou-se no dia do pavê, parecia bem, mas não voltou a aparecer, caso contrário é outro nome perigoso para a fuga. Matej Mohoric também deve olhar com bons olhos para amanhã, o esloveno costuma escolher bem as fugas onde entra e, apesar de todos saberem que é perigoso, poucos o conseguem seguir. Muita atenção a nomes como Alexis Vuillermoz, Valentin Madouas, Victor Lafay, Mikkel Honoré e Nick Schultz. É impossível descartar Tadej Pogacar, o esloveno é capaz de tudo, nova vitória ao sprint é possível. Dentro dos homens da geral, David Gaudu e Primoz Roglic são aqueles que mais luta podem dar. Já nos puncheurs, Quinn Simmons, Benoit Cosnefroy e Andreas Kron são nomes a considerar.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Andrea Pasqualon e Mattia Cattaneo.




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