O Monte Farinha é o palco da última chegada em alto da Volta a Portugal, naquela que é a derradeira oportunidade para os trepadores fazerem diferenças.

Percurso

A derradeira etapa de alta montanha da Volta a Portugal! 5 contagens de montanha, 3 delas de 1ª categoria compactadas em 174,5 kms e achegada mítica à Senhora da Graça.



A primeira grande subida é a de Antarte (1200 metros a 5,7%),logo a abrir a etapa. 80 quilómetros volvidos, sempre num terreno ondulante começam as grandes dificuldades, com 3 contagens de montanha consecutivas. A Serra do Marão (14,6  kms a 4,4%) é a primeira do menu, seguida do Velão (2,9 kms a 4,4%) e da subida do Barreiro. Esta montanha deve partir por completo o pelotão, são 9,9 kms a 6,4% e novamente a média é estragada por um quilómetro praticamente plano (os últimos 3300 metros são a 9,2%).

Segue-se uma longa descida e a entrada em Mondim de Basto. A subida da Senhora da Graça é conhecida por todos, 8300 metros a 7,5% com os últimos 2 quilómetros a serem especialmente duros, acimados 8%.

 

Táticas

A Glassdrive/Q8/Anicolor segue de amarelo, tudo parece tranquilo para a equipa de Ruben Pereira, que amanhã tem a derradeira etapa em linha da prova. Sendo a última grande oportunidade para os trepadores fazerem diferenças, acreditamos numa corrida bastante endurecida, sendo que esta pode explodir na subida do Barreiro, como já aconteceu noutros anos.

Frederico Figueiredo está de amarelo e sabe que se quer vencer a Volta a Portugal tem que ganhar tempo mas tudo depende de Mauricio Moreira, se tiver outro dia menos bom, como no Observatório de Vila Nova, poderá ter carta branca. A Atum General/Tavira tem em Alejandro Marque e Delio Fernandez dois bons contra-relogistas, devem correr mais na defensiva. Já Luís Fernandes, André Cardoso e Henrique Casimiro têm que atacar, todos têm objetivos distintos mas sabem que a Senhora da Graça se adapta muito bem a eles e é ali que têm que ganhar tempo aos seus rivais.

 

Favoritos

Frederico Figueiredo já venceu uma chegada em alto, agora porque não pensar em vencer de amarelo? O português é um puro trepador, este tipo de subidas são perfeitas para si e sabe que tem que ganhar tempo. Se tiver carta branca deverá atacar, é um perigo para voar até ao topo do Monte Farinha.



Esta é uma subida diferente do Observatório de Vila Nova e adapta-se melhor às características de Maurício Moreira. O uruguaio já sabe o que é vencer neste local, fê-lo no ano passado, e uma subida com rampas menos inclinadas encaixa na perfeição. Ao estar em 2º, pode ser usado para marcar possíveis ataques no Barreiro e, aí, não irá colaborar no grupo, o que o pode beneficiar.

 

Outsiders

Não fosse o dia mau na Serra da Estrela e Henrique Casimiro estaria muito mais bem colocado. A partir daí, o ciclista da EFAPEL Cycling tem parecido outro, consegue acompanhar os melhores e sempre muito ofensivo. Quer entrar no top-10 e, por isso, deve atacar. Estando já algo afastado da geral, pode ter alguma liberdade.

Por falar em ciclistas mais atrasados e que têm que ganhar tempo, André Cardoso é outro desses casos. Um dia com quase 4000 metros de desnível acumulado positivo é perfeito para o veterano português, é aqui que fica beneficiado face a outros ciclistas. Tem-se mostrado bem nas chegadas em alto, veremos é se quando atacar não terá resposta pronta de Alejandro Marque e Delio Fernandez.



Barry Miller tem sido uma agradável surpresa nos últimos dias da Volta a Portugal. Sem resultados de relevo, o norte-americano deu muito boa conta de si em Miranda do Corvo, foi um dos poucos que atacou e mesmo assim acabou bem na frente. Deverá ter alguma liberdade pois já está muito atrasado, tudo vai depender do grupo em que estiver inserido.

 

Possíveis surpresas

É claro que não podemos descartar Luís Fernandes, o português sabe que tem que atacar, é na montanha que pode fazer diferenças, mas até agora nunca conseguiu deixar para trás Figueiredo e Moreira e, se deixar um tem o outro para o seguir. Não se avizinha tarefa fácil, mas num dia tão duro tudo é possível. O duo da Atum General/Tavira, Alejandro Marque e Delio Fernandez, deverá correr mais na defensiva, no entanto não têm nada a perder e, no discurso, ainda apontam para o pódio, pelo que um ataque de longe não seria de descartar de um dos galegos. António Carvalho deverá ser a base fundamental de Figueiredo e Moreira, caso contrário poderia ser um grande candidato. Jesus del Pino é muito combativo e devemos vê-lo a atacar. Para a fuga, atenção a Keegan Swirbul, Bruno Silva, Joaquim Silva, Hugo Nunes, Unai Cuadrado, Yesid Pira, Gonçalo Carvalho e Adrià Morenoi.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Roberto Gonzalez e Emanuel Duarte.



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