A primeira semana do Giro chega ao fim com uma duríssima etapa de montanha. Em nova chegada em alto, conseguirá João Almeida segurar a camisola rosa?

 

Percurso

Depois de 200 kms no dia de hoje, 208 kms é o que os ciclistas terão pela frente amanhã. A etapa começa em San Salvo logo com uma pequena subida de 2 quilómetros, que pode ser palco para os primeiros ataques para a formação da fuga. Seguem-se 67 kms planos até Guardiagrele (2.3 kms a 4,4%), onde está localizado o sprint intermédio. O Passo Lanciano (12.4 kms a 7%)  será a primeira grande dificuldade do dia e marcará o fim da primeira metade da tirada.



A partir daqui quase não há um metro plano. 8.4 kms a 4,7% antecedem o Passo San Leonardo (14.4 kms a 4,3%), uma subida não muito dura mas longa. Aqui ficam a faltar pouco mais de 50 kms para o final. Após a descida, aparece Bosco di Sant’Antonio (9.4 kms a 5,1%) que leva a 10 kms em ligeira descida.

Dois pequenos topos deixam os ciclistas no sopé da subida para Roccaraso, onde tudo se decidirá. No total, são 9600 metros a 4,3% mas a média da subida é estragada para uma descida/falso plano a meio. Os primeiros 4900 metros são a 5,7% e os últimos 1600 metros a quase 9%, sendo os últimos 600 metros a 11,1%.

 

Táticas

A primeira semana fecha com uma etapa de montanha, a mais dura até agora na competição. Muito se especula sobre o futuro da corrida devido à situação da pandemia em Itália por isso acreditamos numa corrida agressiva desde o início na tentativa de conseguir o melhor resultado possível. Uma vez que segunda-feira também é dia de descanso, os corredores vão deixar tudo na estrada, não poupando nenhum energia para os dias seguintes pois sabem que vão ter um dia para recuperar.



Esperamos ver a Trek-Segafredo na frente do pelotão, Vincenzo Nibali parece muito bem, e a equipa norte-americana tem dito presente ao longo desta semana. Não seria de estranhar ver a Astana a ajudar no endurecimento, mas a equipa cazaque está reduzida a 6 ciclistas e só o fará se Jakob Fuglsang comunicar aos seus colegas que estará muito bem fisicamente. Team Sunweb e Bora-Hansgrohe também podem aparecer na frente.

 

Favoritos

Com a saída de Simon Yates, a Mitchelton-Scott tem que se focar nas vitórias em etapa e, aí, aparece Jack Haig. O ciclista australiano está de saída e quer terminar a sua estadia da melhor maneira possível. Preferiria um final mais duro no entanto sendo a etapa dura, no seu geral, também será do seu agrado.

Este final faz lembrar uma clássica e, dentro dos favoritos, destaca-se o nome de Jakob Fuglsang. O dinamarquês tornou-se num dos melhores neste tipo de terrenos, basta ver o seu palmarés no último ano. Mostrou estar forte no Monte Etna, vai querer continuar a recuperar tempo.

 

Outsiders

Uma semana depois da primeira vitória, Diego Ulissi pode, muito bem, somar novo triunfo. O italiano tem andado discreto, talvez pensado neste dia, onde o final é perfeito para as suas características. As subidas que antecedem apesar de serem longas não são muito íngremes, o que são boas notícias para o ciclista da UAE Team Emirates.



A EF Pro Cycling tem colocado ciclistas em fuga em etapas importantes o que leva a acreditar que amanhã acontecerá o mesmo. Ruben Guerreiro chegou em boa forma, esteve bem no Tirreno-Adriatico numa etapa com um final duro, e já tem experiência de Grandes Voltas. Portugal pode continuar a sonhar alto.

Wilco Kelderman tem estado muito atento e, no Monte Etna, foi o melhor dos favoritos. Esta é o tipo de etapa onde o holandês pode ganhar tempo, em subidas não muito duras. Mesmo que não ataque e espere pelo final tem uma forte palavra a dizer, já que é explosivo.

 

Possíveis surpresas

Thomas de Gendt tem aqui mais uma etapa ao seu jeito, um dia duro mas não com grandes montanhas, onde o belga consegue imprimir fortes ritmos. Na etapa 6 esteve muito forte, atacou muitas, mostrando forte condição física. A INEOS Grenadiers deverá estar, mais uma vez ao ataque, sendo que amanhã a etapa vai ao encontro das características de Jhonatan Narvaez e Ben Swift, no entanto nunca podemos descartar Filippo Ganna. Geoffrey Bouchard, Attila Valter e Giovanni Visconti são nomes a ter em atenção. Tanel Kangert, Jonathan Caicedo e Valerio Conti são alternativas a colegas de equipas já referidos. Numa luta entre os favoritos, Pello Bilbao e Patrick Konrad apresentam-se como os ciclistas com maior explosão para este tipo de final. Se aguentar até lá, João Almeida também é um nome a destacar. Rafal Majka e Vincenzo Nibali terão que atacar de longe.



 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Domenico Pozzovivo e Jaakko Hänninen.

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