A anteceder o segundo dia de descanso, a montanha regressa ao Tour com o dia mais duro até ao momento. Quererá Tadej Pogacar dar novo murro na mesa?

 

Percurso

A “segunda” semana de competição termina com uma etapa d ealta montanha. A corrida deve começar a ser endurecida no Col des Mosses (13,3 kmsa 4,1%), que começa a 90 quilóemtros do final. Em seguida, está o Col de la Croix (8 kms a 7,5%), antes de uma longa descida e fase de plano até à sequência final.

O grande desafio estará na subida de Pas de Morgins (15,4kms a 6,2%, onde os primeiros 11,7 kms são a 7%). O topo desta escalada fica a apenas 10 quilómetros da chegada, sendo que ficam a faltar 6 em descida e 4 em subida. Os derradeiros 4000 metros para Châtel Les Portes du Soleil são a 4,6%.

 

Táticas

Pogacar já tem a sua etapa e a liderança mais confortável na classificação geral, a Jumbo-Visma conseguiu hoje mais uma etapa e isso pode ser fundamental para que a fuga tenha sucesso. As equipas dos principais candidatos estão relativamente desgastadas e vão para uma jornada complicada de controlar. A juntar a isso, com a força e explosão com que Pogacar está neste momento, a Jumbo-Visma não quer colocar as bonificações em jogo, até porque também quer ver até que ponto a recuperação de Roglic chega.




Dito isto, a UAE Team Emirates não consegue apanhar a fuga numa etapas destas sozinha, portanto a menos que haja grandes surpresas, esta deve ser uma etapa para a fuga, com poucos elementos a chegarem, e com o favoritos a lutarem por segundos na última ascensão.

 

Favoritos

A Bora-Hansgrohe tem os seus ciclistas mais soltos de amarras depois da fraca exibição de Aleksandr Vlasov na primeira chegada em alto. Patrick Konrad está a cerca de 7 minutos na geral, uma distância admissível para entrar na fuga e até pode estar com ideias de tentar voltar à luta pelo top 10 para ser uma alternativa a Vlasov. O austríaco de 30 anos tem uma vasta experiência nestes cenários, tendo conquistado uma jornada em 2021.

Jakob Fuglsang já tentou uma vez, só que nesse dia Wout van Aert estava numa missão impossível e o dinamarquês acabou por abdicar dessa tentativa a meio. Já afastado na geral, Fuglsang cedeu hoje quase 5 minutos para perder ainda mais tempo e poupar energias para um dia importante. Pode também ter o pensamento na camisola da montanha e precisa da ajuda dos colegas mais roladores para entrar na fuga.

 

Outsiders

Caso as circunstâncias assim o proporcionem e os candidatos à geral disputem a etapa, obviamente que Tadej Pogacar é um enorme favorito, já se viu que o esloveno gosta de ir ganhando vantagem e não deixar nada para ninguém, ao sprint entre os favoritos é quase imparável, só que a UAE Team Emirates já está reduzida a 7 elementos devido ao abandono de Vegard Stake Laengen e isso também causa mossa numa possível perseguição da fuga.




Antes do Tour, Ruben Guerreiro disse claramente que esta etapa era um objectivo. O ciclista português teve muitos contratempos há 1 semana, mas tem recuperado paulatinamente e tem mostrado leves sinais que as pernas ainda estão lá. Uran e Powless não estão a dar indicações incríveis na geral, outra razão para o Ruben tentar amanhã, confirmando a excelente forma com que vinha do Dauphine.

Ontem, Lennard Kamna morreu na praia, mas ao mesmo tempo mostrou uma condição física difícil de ignorar. Amanhã, o alemão pode tentar novamente, a ajuda de Nils Politt será preponderante para entrar na escapada. Resta saber se Kamna é o escolhido para tal por parte da Bora-Hansgrohe, que parece ter planos muito bem estabelecidos para as fugas. Na fase inicial da Planche des Belles Filles, Kamna mal perdeu tempo para os favoritos apesar de ter estado na fuga o dia todo.

 

Possíveis surpresas

Dos ciclistas da classificação geral, Primoz Roglic é aquele que pode ter mais liberdade pelo tempo que já perdeu, mas deve jogar na defensiva por causa do ombro, Geraint Thomas tem dado boas indicações e é explosivo, o mesmo se aplica a Romain Bardet e a David Gaudu. Já Jonas Vingegaard tem de ficar atento com as movimentações de Pogacar, o dinamarquês não é tão explosivo e gosta de subidas mais longas. Aurelien Paret Peintre e Guillaume Martin são dos mais ofensivos e podem querer antecipar-se às principais movimentações. Para a fuga, há equipas com várias opções, a Cofidis é uma delas, onde se destacam Benjamin Thomas, Ion Izagirre e Simon Geschke. Os jovens Georg Zimmermann e Andreas Leknessund vão querer confirmar todo o seu potencial e boas indicações que estão a dar esta temporada, enquanto que na Trek-Segafredo Giulio Ciccone ainda não nos parece a 100%, Bauke Mollema deve ser a carta a ser jogada. Veremos se na Groupama-FDJ Michael Storer e Thibaut Pinot têm carta verde para entrar na escapada, até agora têm estado presos a David Gaudu e no apoio ao líder gaulês. Na Bahrain-Victorious, tanto Luis Leon Sanchez como Dylan Teuns têm capacidade física e experiência para poder vingar amanhã, e têm de ser marcados com atenção. Olho ainda a Michael Woods, Felix Grossschartner, Tim Wellens, Nick Schultz e Warren Barguil.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Toms Skujins e Pierre Latour.




By admin