A longa primeira semana da Volta a França termina com mais uma batalha da classificação geral. Puy de Dôme promete espetáculo e mais um grande duelo entre Jonas Vingegaard e Tadej Pogacar.

 

Percurso

A primeira semana do Tour termina com 182,5 quilómetros e 3441 metros de desnível acumulado positivo. Não é dos dias mais duros, o que antecede a subir final não é complicado mas irá deixar marca, ainda para mais já com oito dias de competição nas pernas. 3 contagens de montanha (duas de 4ª e uma de 3ª) e alguns pequenos topos antes da subida final que todos falam há muito tempo!



Puy de Dôme é o seu nome, uma temível categoria especial com 12,6 kms a 7,8%! Uma longa subida que pode ser dividida em três fases. Os primeiros 5,5 kms são a 7,1%, depois existe um pequeno aligeirar antes dos derradeiros 4500 metros! Uma parede autêntica com uma média de 11,5% que é “estragada” pelo quilómetro final a 9,8%, já que os restantes são a 11,8%, 12,3% e 12,2%, brutal!

 

Táticas

Muito desta etapa vai depender daquilo que a UAE Team Emirates pretende uma vez que acreditamos que apenas a equipa árabe irá querer assumir a perseguição para anular a fuga do dia. Depois do que aconteceu na quinta-feira, não vemos a Jumbo-Visma a perseguir durante todo o dia e, possivelmente, entregar as bonificações a Tadej Pogacar, pelo que devem correr mais à defensiva.

Isto abre mais possibilidades para a fuga poder triunfar, um grupo que deve demorar a formar-se uma vez que o início bastante rápido não deve permitir a que grandes grupos se destaquem. A subida até ao sprint intermédio pode ser fundamental para que uma grande escapada se forme e, depois, lute pela etapa.

 

Favoritos

Tadej Pogacar voltou à sua melhor versão na última quinta-feira, mostrando que o Tour está mais que aberto! Com o passar dos dias, acreditamos que o campeão esloveno vai melhorar ainda mais, o ritmo de competição é importante. As rampas inclinadas e o calor não são as condições perfeitas para Pogacar só que quando se é bom é bom em quaisquer condições.



Giulio Ciccone já está bastante atrasado, tem a liberdade necessária para estar na frente. Num dia bom, o italiano é dos melhores do Mundo neste tipo de inclinação e muito difícil de bater. Hoje, depois de muito trabalho, desligando-se cedo e poupando-se para amanhã. É a primeira grande oportunidade para o italiano.

 

Outsiders

Este é o tipo de subida perfeita para Jonas Vingegaard, subidas bastante inclinadas e não muito longas. O dinamarquês deverá correr mais na defensiva mas se sentir que pode voltar a ganhar tempo não vai desperdiçar a hipótese, todos os segundos contam.

Felix Gall já mostrou neste Tour que continua em grande forma, tem que aproveitar enquanto o pico de forma está lá. O austríaco é um corredor muito talentoso e o facto de ser uma chegada em alto favorece-o. É um corredor muito explosivo, uma vitória para si e para a AG2R Citroen vinha em boa hora.



Guillaume Martin está no limite dos ciclistas que pode integrar a fuga, está na hora de começar a estar na frente e recuperar tempo para integrar o top-10. O francês nunca desiste e quando tem um objetivo na cabeça prefere quebrar do que não tentar. A Cofidis está em grande, quando a vitória aparece, parece que tudo começa a bater certo.

 

Possíveis surpresas

Entre os homens da classificação geral, dificilmente vemos a vitória a fugir de Pogacar ou Vingegaard, está um nível acima de todos os outros. No entanto, há alguns ciclistas que se adaptam bem a esta subida, estão em forma, e, quem sabe, podem aproveitar a marcação entre os dois grandes candidatos. Jai Hindley, Carlos Rodriguez, Simon Yates e David Gaudu são os nomes a ter em atenção, sabem que têm de andar bem se querem manter um bom lugar na classificação geral. Olhando para a fuga, a Israel-Premier Tech tem tudo a ganhar, tanto Michael Woods como Dylan Teuns adoram este tipo de chegadas, com rampas muito inclinadas. Se o belga não deve ter dificuldade em estar na frente, já o canadiano irá precisar de bastante apoio. Thibaut Pinot tem estado muito discreto, está na hora de aparecer, o francês não vai querer despedir-se do Tour sem um triunfo. O que falamos de Guillaume Martin falamos de Louis Meintjes, outro que quer começar a recuperar tempo, e a presença numa fuga será fundamental para isso. Ainda para a fuga, olho em Daniel Martinez, Pello Bilbao e Tobias Johannessen.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Mattias Skjelmose e Michal Kwiatkowski.



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