Está na hora das clássicas das Ardenas! A primeira paragem é nos Países Baixos para a Amstel Gold Race. Vindo de vencer o Tour de Flandres, conseguirá alguém parar Tadej Pogacar?
Percurso
A Amstel Gold Race mantém o percurso dos últimos anos, tem dado bastante espetáculo e por isso, a longa sequência de subidas é para manter. Ao todo serão 33 subidas categorizadas, fora alguns pequenos topos e falsos planos, totalizando 3400 metros de acumulado.
A corrida tem 2 fases decisivas, a sequência de subidas (com passagem pelo Cauberg) que termina a 65 kms da meta e do km 203 ao km 246,5, com 9 subidas compactadas em 43,5 kms. Como aqui não há subidas em empedrado, será mais fácil de acompanhar a corrida com uma listagem das subidas em vez da descrição em texto, portanto aqui segue:
- Maasberg (300 metros a 5.5%, Km 12.4)
- Adsteeg (600 metros a 4.6%, Km 31.5)
- Bergseweg (800 metros a 5.8%, Km 46.8)
- Korenweg (500 metros a 5.3%, Km 49.6)
- Nijswillerweg (800 metros a 3.4%, Km 55.0)
- Rijksweg N278 (1000 metros a 4.4%, Km 65.5)
- Wolfsberg (300 metros a 7.7%, Km 84.7)
- Loorberg (1200 metros a 5.7%, Km 88.8)
- Schweibergerweg (2500 metros a 4.6%, Km 101.8)
- Camerig (3900 metros a 4.3%, Km 109.5)
- Drielandenpunt (2100 metros a 5.6%, Km 118.8)
- Gemmenich (800 metros a 6.0%, Km 123.2)
- Vijlenerbos (1500 metros a 5.5%, Km 127.8)
- Eperheide (2100 metros a 4.7%, Km 135.9)
- Gulperbergweg (600 metros a 8.7%, Km 144.3)
- Plettenberg (600 metros a 4.5%, Km 148.5)
- Eyserweg (1700 metros a 5.0%, Km 151.3)
- Remigiusstraa (1000 metros a 6.7%, Km 155.1)
- Vrakelberg (400 metros a 9.5%, Km 160.0)
- Sibbergrubbe (1600 metros a 4.1%, Km 169.1)
- Cauberg (600 metros a 8.3%, Km 172.4)
- Geulhemmerberg (1000 metros a 5.8%, Km 177.3)
- Keerderberg (1500 metros a 3.9%, Km 184.6)
- Bemelerberg (700 metros a 5.7%, Km 187.6)
- Loorberg (1200 metros a 5.6%, Km 203.3)
- Gulperbergweg (1000 metros a 5.2%, Km 210.2)
- Kruisberg (600 metros a 8.5%, Km 214.6)
- Eyserbosweg (900 metros a 9.3%, Km 216.8)
- Fromberg (700 metros a 4.5%, Km 220.9)
- Keutenberg (1100 metros a 6.8%, Km 225.1)
- Cauberg (600 metros a 8.3%, Km 235.0)
- Geulhemmerberg (1000 metros a 5.9%, Km 239.8)
- Bemelerberg (700 metros a 5.9%, Km 246.5)
Táticas
Desta a mudança de percurso esta tem sido uma prova bastante mais difícil de prever. Com tantas subidas e de forma tão consecutiva, é muito complicado uma equipa controlar do início ao fim e levar o seu ciclista à vitória. Raramente o grande favorito tem ganho, os outsiders têm conseguido surpreender devido a toda esta incerteza.
Amanhã será tudo contra Tadej Pogacar, mas na forma em que está o esloveno será preciso uma corrida perfeito dos rivais porque Pogacar não tem medo de atacar de longe, aliás até nem seria de estranhar vê-lo a fazer isso já que a sua equipa não é a mais forte, apenas Marc Hirshci, Sjoerd Bax, Matteo Trentin e Felix Grosschartner devem estar na parte fundamental da prova. As equipas com várias opções terão de atacar de longe, é aqui que entram, principalmente, Groupama-FDJ, INEOS Grenadiers, BORA-hansgrohe e Jumbo-Visma.
Favoritos
Após a enorme exibição no Tour de Flandres, é impossível não colocar Tadej Pogacar como o grande favorito. O esloveno está a um nível estratosférico, e quer juntar mais uma prova ao seu palmarés. Ter a marcação de todos poderá não ser o ideal, mas Pogacar sabe lidar com isso. Com os seus ataques monstruosos será difícil alguém o seguir mas também já vimos que o ciclista da UAE Team Emirates é rápido em grupos restritos.
Tiesj Benoot tem preparado esta prova com afinco, a Jumbo-Visma tem que dar uma resposta depois das últimas provas e o belga é a grande esperança. 3º em 2022, Benoot já liderou na Strade Bianche e correspondeu às expectativas, formando uma dupla perigosa com Atilla Valter, algo que volta a acontecer amanhã. Para vencer sabe que tem que chegar sozinho.
Outsiders
Que versão de Tom Pidcock teremos amanhã? O britânico é capaz do melhor e do pior, já o vimos a fazer uma exibição épica na Strade Bianche como a “explodir” num momento importante do Tour de Flandres. Esta é uma prova perfeita para as suas características, entramos numa fase importante da temporada e Pidcock vai querer estar bem, ele que já esteve muito perto de vencer a corrida em 2021.
David Gaudu já assumiu que quer vencer uma das três clássicas das Ardenas e, apesar desta não ser perfeita para as suas características, o gaulês subiu o nível em 2023, tornando-se um ciclista ainda mais perigoso. No Paris-Nice pode dizer que foi dos poucos a seguir Pogacar, só lhe dará motivação. Daí a derrotar o esloveno vai uma grande tarefa, mas não é impossível, ainda para mais se tiver Valentin Madouas no seu apoio.
Neilson Powless tem sido uma das agradáveis surpresas da época de clássicas, o norte-americano está a mostrar ser mais do que um trepador, conseguindo top-10 tanto na Milano-Sanremo como no Tour de Flandres. Powless é mais um que não tem medo de atacar de longe e o facto de ser um bom contra-relogista só joga a seu favor.
Possíveis surpresas
Vindo de uma boa Volta ao País Basco, Sergio Higuita é um candidato a um bom resultado, num percurso que lhe assenta que nem uma luva. Explosivo nas subidas curtas e com boa ponta final, o colombiano é um perigo. Mattias Skjelmose também se destacou na prova basca, este é um seu terreno, sem subidas longas, mas com uma sequência de curtas subidas. O dinamarquês ainda é pouco conhecido, poderá ter alguma liberdade e aí surpreender. Benoit Cosnefroy já esteve muito perto de vencer a Amstel Gold Race, o francês mostrou-se bem na Brabantse Pijl e sabe que esta é a sua melhor hipótese de vencer nas Ardenas, tem que fazer é uma corrida perfeita. Valentin Madouas é uma grande alternativa na Groupama-FDJ, o francês está um corredor muito completo, adapta-se a qualquer tipo de prova e, numa equipa com várias opções, as chances de vencer são maiores. A Soudal – Quick Step quererá dar uma nova imagem de si e Mauro Schmid e Andrea Bagioli são as suas cartas para amanhã, dois corredores explosivos e que chegam num bom momento de forma. Depois da grande exibição conseguida ontem no Giro di Sicilia, temos que mencionar Alexey Lutsenko, a Astana dá-se bem nesta prova e o cazaque tem boas memórias deste local. Atilla Valter, Alex Aranburu, Matej Mohoric, Alexander Kamp e Ben Healy merecem ser mencionados, chegam de bons resultados e motivados. Ruben Guerreiro e Rui Costa são os representantes lusos.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Romain Gregoire e Matteo Sobrero.