Fazendo a transição entre as clássicas do empedrado e as clássicas das Ardenas temos então a Brabantse Pijl, uma prova muito dura e que costuma oferecer muito espectáculo.
Percurso
Up and down, sobe e desce, é o lema deste traçado. Com um total de 29 subidas, esta é a forma perfeita de preparar a dura semana das Ardenas que se avizinha.
Já depois de 14 pequenas colinas que servirão para aquecer os motores, a corrida entra no circuito final a partir do quilómetro 115. O circuito é composto por 4 subidas, o Holstheide (500 metros a 6,2%), o IJskelderlaan (300 metros a 6,9%), o Schavei (700 metros a 3,6%, é nesta subida, um pouco mais acima, onde acaba a corrida) e o Herstraat (700 metros a 3,3%)
Com a penúltima subida a 4,5 kms do final e o último quilómetro a subir podia-se pensar que a prova costuma ser resolvida aqui, mas muitas vezes não é assim. Com grandes figuras e pouco a perder, geralmente a corrida é aberto de longe, com ataques importantes.
Tácticas
Nos últimos 6 anos ganharam Peter Sagan, Philippe Gilbert, Ben Hermans, Petr Vakoc, Sonny Colbrelli e Tim Wellens, um elenco de luxo, mas nem por isso o nível da prova baixou este ano, há inúmeros pesos pesados aqui presentes, que querem marcar uma posição para o que se avizinha.
É importante ir introduzindo ciclistas nos grupos que ataquem e para isso é preciso ter números numa corrida muito difícil de controlar, um bloco sólido é imprescindível. Olhando para o alinhamento parece-nos que a corrida passará um pouco pelo que Deceuninck-Quick Step e Lotto-Soudal farão. Para além de terem fortes candidatos, têm alguns nomes secundários de muita qualidade e sabem correr nestas estradas.
Favoritos
Julian Alaphilippe – Seria impossível não estar nesta categoria, o francês parece estar intocável nas colinas este ano. A grande questão que se coloca é se estará recuperado da queda sofrida na Volta a Catalunha, há 6 dias. Caso as mazelas estejam curadas tem tudo para ganhar, a condição física está lá e uma excelente equipa também.
Michael Matthews – Depois de, mais uma vez, muitos problemas no início da temporada Michael Matthews está a regressar ao seu melhor nível. O que fez na Milano-SanRemo quando estava sem ritmo competitivo mostrou bem o que o australiano é capaz. Muito talentoso, este é o seu terreno predilecto, já fez pódio aqui por 2 vezes.
Outsiders
Tim Wellens – Fenomenal neste tipo de terreno, o experiente belga ganhou aqui em 2018 e foi 4º em 2017. Com a orografia a dificultar perseguições, muitas vezes correr da frente é uma vantagem e Wellens habituou-nos a isso. No entanto, terá de chegar sozinho caso queira ganhar, estão aqui bons finalizadores e Wellens não pode esperar.
Mathieu van der Poel – Mais um teste importante para a estrela do ciclo-crosse, após demonstrar a sua capacidade com o 4º lugar no Tour of Flandres. O actual campeão holandês tem o hábito de arriscar e atacar de longe, o que pode ser bom, e neste pelotão pode encontrar aliados. Depois a sua explosão pode fazer o resto, em chegadas parecidas já arrasou os seus oponentes.
Odd Christian Eiking – Sim, por vezes gostamos de arriscar e esta é uma dessas ocasiões. Será complicado para Eiking surpreender as equipas do World Tour, mas o inconstante norueguês parece finalmente ter encontrado o seu espaço na Wanty. O que fez na Volta a Catalunha (15º) e no Giro di Sicilia (12º a trabalhar para Guillaume Martin) foi muito impressionante e este é o seu terreno.
Possíveis surpresas
Nenhum dos chefes de fila da Bahrain-Merida parece em grande forma, apesar do traçado ser bom para eles, Dylan Teuns está de regresso a estradas belgas enquanto que Sonny Colbrelli já foi feliz aqui e tentará repetir o feito. Jonathan Hivert é um pouco como Eiking, um ciclista hit or miss. Ganhou de forma impressionante o Gran Premio Miguel Indurain, mas tanto pode vencer como ser último. Daryl Impey será a opção da Mitchelton-Scott, veremos se o sul-africano aguenta a forma de Janeiro e Fevereiro. Simon Clarke e Alberto Bettiol encabeçam uma EF Education First muito motivada depois do triunfo de Bettiol no Tour of Flandres, sem pressão podem surpreender. Enrico Gasparotto e Roman Kreuziger tentem aqui iniciar uma campanha das Ardenas que só pode ser melhor que nas Clássicas do Norte. Na Team Sunweb também Soren Kragh Andersen e Marc Hirschi são perigos, 2 jovens talentos que se podem infiltrar nos ataques de longe. Por fim atenção a Dries van Gestel, Anthony Perez, Guillaume Martin e Ben Hermans.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são: Rui Costa e Giovanni Visconti.
Tips do dia
Tim Wellens melhor que Dylan Teuns a 1.55 (stake 2)
Michael Matthews melhor que Sonny Colbrelli a 1.5 (stake 2)
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