As clássicas regressam à Bélgica e a preparação para as Ardenas continua! Ainda com algum empedrado à mistura, teremos a “matilha” a começar a salvar a sua campanha de Primavera?

 

Percurso

Sobe e desce, é o lema deste traçado. Com um total de 23 subidas, esta é a forma perfeita de preparar as clássicas das Ardenas que estão aí ao virar da esquina. Já depois de 10 pequenas colinas que servirão para aquecer os motores, a corrida entra no circuito final a 66 quilómetros do fim, a ser percorrido por 3 vezes, isto depois de uma primeira meia volta onde dará para fazer um primeiro reconhecido.



O circuito é composto por 4 subidas: o Hertstraat (700 metros a 3,7% com 300 metros em empedrado a 6,5%), o Moskesstraat (500 metros em empedrado a 7%), o Holstheide (1000 metros a 5%) e a subida final para a meta em Overijse. Serão 1300 metros a 3,7% numa subida que pode ser dividida em 3 partes: os primeiros 600 metros a 5%, outros 600 metros a 4% e os últimos 300 metros a 2%. Na última volta, as primeiras três subidas ficam a 16, 11 e 7,5 quilómetros da chegada.

 

Tácticas

Todos os anos esta prova é uma luta intensa entre os puncheurs, que tentam endurecer ao máximo a corrida, e os sprinters, que, por sua vez, sofrem a bom sofrer para aguentar os fortes ataques. Com as clássicas das Ardenas tão próximas, este é um último grande teste que a maioria dos ciclistas tem pela frente. Várias equipas trazem mais que uma opção e, para nós, um duelo entre a INEOS Grenadiers e a Quick-Step é o mais expectável amanhã.

A corrida deverá começar a mexer cedo, mas acreditamos que será na segunda volta que tudo se comece a decidir. A INEOS tem Tom Pidcock, Ben Turner e Michal Kwiatkowski em boa forma, sendo que na Quick-Step destacam-se Julian Alaphilippe e Remco Evenepoel, sem esquecer Mauri Vansevenant e Andrea Bagioli. Se algum dos ataques conter elementos destas equipas, é provável que tenha o seu sucesso, caso contrário o grupo será perseguido.

 

Favoritos

Julian Alaphilippe vem de vencer no País Basco, mas é certo que também perdeu por duas ocasiões em que, normalmente, tal não aconteceria. Com as Ardenas tão perto, a condição física do campeão do Mundo só pode ser ainda melhor, ele que já venceu esta prova em 2020. As subidas são perfeitas para si, está numa das equipas mais fortes, precisa do último grande boost de confiança.



2º no Circuit Sarthe e na Amstel Gold Race, Benoit Cosnefroy quererá, certamente, deixar este lugar para trás e conseguir o primeiro lugar do pódio. A qualidade está lá, o francês é muito forte neste terreno, já superou alguns dos rivais que terá pela frente e tem um excelente historial na corrida, por vezes não consegue é materializar a sua condição física em grandes resultados. A primeira vitória do ano está muito perto, pode surgir já amanhã.

 

Outsiders

Tom Pidcock é o campeão em título e o britânico tem o que é preciso para revalidar o troféu. É certo que os resultados recentes não mostram um Pidcock entre os primeiros, mas é preciso recordar que vem de doença e no passado domingo foi muito importante para desorganizar o grupo perseguidor. Agora está na hora de assumir, novamente, a batuta dos Grenadeiros, numa prova perfeita para si.

Quando Remco Evenepoel está em competição podemos esperar de tudo por parte do belga. Se Julian Alaphilippe poderá ser mais resguardado para a parte final, o Evenepoel poderá abrir as hostilidades mais cedo e, se o cenário for favorável, pedalar para o triunfo. Vem em grande forma do País Basco, onde apesar de ter sido 4º, mostrou melhorias na alta montanha. Regressa ao seu terreno, onde sozinho é capaz de destruir um pelotão, veremos se terá liberdade para tal.



Uma corrida mais controlada será do agrado de Michael Matthews. O australiano já abriu a contagem em 2022, retirando alguma pressão, vem de top-10 no Tour de Flandres e na Amstel Gold Race, só que nas partes decisivas está sempre muito sozinho o que não ajuda em nada Bling, que tem que despender mais energia. Caso chegue um grupo reduzido ao final, poucos o podem superar.

 

Possíveis surpresas

É impressionante como a Bahrain-Victorious tem estado sempre na discussão das clássicas. Dylan Teuns parece de regresso aos grandes momentos, quando está bem o belga é muito perigoso neste tipo de terreno e é daqueles que gosta de arriscar, algo que também se sucede com Jan Tratnik, uma peça que pode ser jogada de longe. A UAE Team Emirates corre um pouco por fora mas Marc Hirschi Juan Ayuso são dois nomes a ter em atenção. O primeiro é um especialista neste tipo de terrenos e está a chegar aos seus primeiros objetivos do ano e o segundo é muito irreverente e, neste terreno, se se apanha na frente é complicado apanharem-no. Terá Michal Kwiatkowski liberdade para fazer a sua corrida? O polaco teve uma rara oportunidade de brilhar no domingo, mostrou-se muito forte e a vencer acreditamos que seja num cenário parecido. Alexander Kamp, Tobias Halland Johannessen, Warren Barguil e Tim Wellens são nomes a ter em atenção no caso de uma corrida mais endurecida e atacada de longe. Bryan Coquard, Giacomo Nizzolo e  Matteo Trentin são ciclistas a considerar em caso de um grupo reduzido discutir a vitória final.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Stefano Oldani e Kevin Vauquelin.



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