Após a E3 BinckBank, os classicómanos têm mais uma oportunidade de brilhar. Esta é uma prova menos dura, no entanto se for bastante atacada pode fazer com que os principais ciclistas consigam discutir a vitória entre si.

 

Percurso

O traçado mantém-se praticamente inalterado em relação àquele que a maioria dos ciclistas presentes fizeram na temporada transata. 251,1 kms no total, às quais se juntam as 10 subidas.

Como é tradicional nas clássicas belgas, os primeiros 130 kms são totalmente planos, mas com as condições climatéricas, poderão ser absolutamente decisivos. A primeira subida é o Catsberg a faltar 115 kms, com mais 4 ascensões a surgiram entre os 111 kms e os 101 kms para o final, numa rápida sucessão. Esta fase será decisiva para o desfecho da corrida e poderá definir se os sprinters irão discutir a vitória ou não.



Outra sequência importante é o Baneberg, Kemmelberg e Monteberg, que surgem, respectivamente a 85, 77 e 73 quilómetros da linha de meta. Seguem-se 3 setores de terra batida, algo que foi implementando nesta prova recentemente e, por fim, as últimas colinas surgem já dentro dos 40 quilómetros finais, com o Baneberg a faltar 39.5 kms e o muito duro Kemmelberg, que conta com rampas de 23% a 40 kms do final. A última parte do traçado é totalmente plana e pode originar algum reagrupamento, numa batalha que se espera muito dura.

 

Táticas

De todas as clássicas desta semana esta é, provavelmente, a mais difícil de prever. Normalmente os classicómanos conseguem fazer a diferença na parte mais dura no entanto muitas das vezes as equipas que trazem sprinters conseguem apanhar as fugas. Outro fator importante nesta prova é o clima, mais precisamente o vento.

Este ano o vento irá marcar presença, o que pode indiciar uma corrida mais seletiva que em anos anteriores. Não será muito forte, no entanto é capaz de fazer diferenças. A chave da corrida será, mais uma vez, a Deceuninck-QuickStep. Se apostarem em Elia Viviani, vão querer uma corrida mais calma, caso apostem em Stybar, Lampaer ou Gilbert vão explodir com a corrida na fase mais dura da mesma.

 

Favoritos

Sexta-feira não foi o melhor dia de Peter Sagan no entanto esta é uma prova onde o ex-campeão do Mundo se dá muito bem. Falta de pernas ou problemas mecânicos, o eslovaco admitiu que ainda não está no seu melhor mas apesar de tudo esta é uma prova mais fácil. Em qualquer dos cenários vemos Sagan a seguir com os melhores, pois conseguiu fazê-lo na E3 BinckBank e, ao sprint, será sempre dos mais fortes. A quarta vitória na prova é possível e o campeão eslovaco quer marcar uma posição antes dos grandes Monumentos.



Matteo Trentin está a ter uma primeira metade de temporada fantástica, com 3 vitórias e top 10 na Omloop, na Milano-SanRemo e na E3 BinckBank. Muito atento na passada sexta-feira, o campeão europeu tem sido um verdadeiro poço de regularidade no entanto nas clássicas mais importantes há sempre alguém mais forte que o italiano. Com uma excelente ponta final, poucos querem ir com ele para o risco da meta.

 

Outsiders

Greg van Avermaet foi um dos principais animadores da passada sexta-feira, partindo a corrida e, talvez com isso, faltaram-lhe algumas forças no sprint final. Tem que estar contente com o seu estado de forma e vai esperar por uma corrida dura pois foi assim que ganhou em 2017. Rápido em grupos reduzidos, o campeão olímpico vai, com toda a certeza, lançar-se ao ataque na parte mais dura e esperar que a sua movimentação tenha sucesso.

Um dos ciclistas em melhor forma é Oliver Naesen. O belga foi 2º na Milano-SanRemo, depois de ter feito um Paris-Nice incrível. Na E3 BinckBank não conseguiu seguir com os melhores e por isso quererá redimir-se no dia de amanhã, onde irá “rezar” por uma corrida bastante seletiva. Em grupos restritos é rápido.



Uma corrida menos seletiva e um grupo mais numeroso será do agrado de Arnaud Demare. O francês tem um excelente registo nesta prova (2º, 3º e 5º) e adora provas bastante longas, onde a resistência e o endurance são fundamentais. Ao contrário de outras temporadas, ainda não levantou os braços, uma seca que espera ver acabar amanhã.

 

Possíveis surpresas

Não colocar ciclistas da Deceuninck-QuickStep nas categorias superiores até pode parecer um crime no entanto a equipa belga tem um leque de luxo e pode jogar com várias cartas. No ano passado Elia Viviani foi a aposta e terminou em 2º, sendo batido ao sprint por Peter Sagan, só que os sinais da Milano-SanRemo não foram os melhores, onde não aguentou o Poggio com os melhores. Zdenek Stybar está a voar neste início de temporada, somando já 3 vitórias. Numa corrida seletiva estará, certamente, na frente e até ontem se viu que mesmo ao sprint consegue triunfar. Yves Lampaert e Philippe Gilbert são as outras cartas da QuickStep, eles que ainda não tiveram oportunidade para bilhar em 2019. Uma corrida seletiva será do agrado de Wout van Aert, Tiesj Benoot, Alberto Bettiol e, quem sabe, do fenómeno Mathieu van der Poel, que também tem uma palavra a dizer numa chegada ao sprint, onde os seus maiores rivais devem ser Sonny Colbrelli, Alexander Kristoff, John Degenkolb e Danny van Poppel.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Jens Keukeleire e Davide Ballerini.



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