Amanhã é dia para a última prova de preparação para Il Lombardia. Uma competição que mudou de traçado, sendo agora muito mais dura, terminando no topo do Santuário de Oropa.
Percurso
Agliè, na região de Turim, dá o tiro de partida à 103º Gran Piemonte, significando que os ciclistas que participaram hoje na Milano-Torino não tiveram que se deslocar para nova prova. 150 quilómetros relativamente planos, antecedem a fase mais dura.
A subida de Nelva, com um total de 13 quilómetros divide-se em duas fases, primeiro Banchette (3,6 kms a 6,8%) e após 1900 metros de descida seguem-se 3500 metros a 5,7%, culminando o seu topo a 23 quilómetros da chegada.
Após uma longa descida, o pelotão entra logo na subida final para o Santuário de Oropa. 10,6 quilómetros a 6,6%, uma subida que vai de menos a mais, com os primeiros 5 quilómetros a 4,3%, com os restantes 5600 metros a subirem, consideravelmente, de dificuldade, com uma inclinação média de 8%.
Favoritos
Como já referido, esta competição mudou de traçado. Até agora tinha um perfil maioritariamente plano, com os sprinters a serem os grandes dominadores no palmarés de vencedores. Tudo mudou este ano e, agora, é a vez dos trepadores se chegarem à frente. Tom Dumoulin, em 2017, venceu na última vez que esta subida foi feita no Giro.
Egan Bernal tem feito quase todas as clássicas de Outono italianas mas tem visto, sempre, os seus rivais estarem mais fortes. Com um nível mais baixo, as hipóteses do vencedor do Tour sobem imenso, ele que hoje fez uma subida de Superga sem ir ao choque, acabando em 6º. Uma longa subida com rampas duras são do agrado de Bernal.
Após uma pequena paragem, Rafal Majka vai para o terceiro dia seguido de competição. 15º ontem e 14º hoje só fazem prever que o polaco possa melhorar, já que terá mais quilómetros e ritmo nas pernas. Trepador puro, raramente o vemos ao ataque mas quando está bem costuma fazê-lo.
Outsiders
A Astana vai dar uma oportunidade aos seus gregários e depois de hoje, Gorka Izagirre é a melhor aposta. O basco está a fazer um bom final de temporada, top-10 nos Mundiais e hoje esteve na frente quase até ao final. Talvez a subida seja longa demais para as suas características mas a forma está lá e a Astana anda sempre muito bem nestas provas.
Dan Martin tem sido uma sombra de si próprio, no entanto ontem esteve bastante melhor na Tre Valli Varesini, estando no grupo da frente até este se enganar numa viragem. Hoje não correu, descansando para amanhã, numa tentativa de ganhar confiança para sábado. Oropa é uma subida perfeita para o irlandês e para a sua grande explosão.
Giovanni Visconti está na liderança da Taça de Itália e, como tal, deverá querer estar entre os primeiros. É certo que o veterano italiano está longe de ser um trepador no entanto este ano tem subido melhor que noutras temporadas e no Giro della Toscana foi dos poucos a aguentar os ataques de Egan Bernal. A subida pode ser longa demais mas se o deixam chegar, o corredor da Neri Sottolli pode vencer.
Possíveis surpresas
Estamos curiosos para ver o que vai fazer Nikolay Cherkasov, 3º na Toscana e um dos dois corredores a seguir Egan Bernal na subida mais dura, para além de ter sido 9º em Burgos e 4º em Almaty. Ainda pouco conhecido, pode ter liberdade para atacar. A Team INEOS vem com a equipa mais forte e, dessa forma, traz várias opções. Diego Rosa anda sempre bem no mês de Outubro e este ano não é excepção, tendo vários top-20 em provas com melhor startlist. Na Bora-Hansgrohe, Emanuel Buchmann é uma carta a ter em atenção, pouco tem corrido, os resultados não têm sido os melhores mas hoje já pareceu muito melhor. Davide Villella é a alternativa na Astana, Pierre Rolland tem aparecido neste final de temporada e pode surpreender e curiosidade para ver os jovens Jaako Hänninen e Clement Champoussin, dois bons trepadores. Veremos como estará Ruben Guerreiro, na sua primeira prova após a Vuelta.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Mathias Frank e Fausto Masnada.