O fim-de-semana de abertura das clássicas continua e quem não esteve tão bem no dia de hoje quererá redimir-se amanhã! Mais um dia com animação garantida.
Percurso
O fim-de-semana de abertura terminar com um total de 203 kms. O primeiro terço da corrida é predominantemente plano, só com 3 colinas para amostra. Após 33 kms surge o Volkegemberg (500 metros a 4,8%). O Eikenmolen (200 metros a 7,1%) fica ao km 47.5 antes do Bossenaarstraat (600 metros a 6,9%).
Entrarmos na fase decisiva da corrida, com a maioria das colinas e troços de empedrado. Em rápida sucessão aparecem o Mont Saint Laurent (1200 metros a 7,5%), o La Houppe (1.6 kms at 6%), Kanarieberg (1 km a 7,7%), o famoso Kruisberg (1,9 kms a 4%), o Hotondberg (2,7 kms a 3,1%) e ainda o Cote de Trieu (1,3 km a 7%). No entanto, as maiores diferenças costumam ser feitas no mítico Oude Kwaremont, a 85 kms da meta, com 2,2 kms a 4% e em empedrado. Logo a seguir vem o Kluisberg (1,1 km a 6,3%), para dificultar ainda mais a vida dos sprinters.
Esta última colina está ainda a 50 kms da meta, o que permite reagrupamentos antes do final caso as diferenças não sejam extremas. A corrida termina com 2 voltas num circuito de 15 kms nos arredores de Kuurne. A última curva situa-se a 600 metros da meta, e é um ponto decisivo desta chegada se ainda houve comboios para lançar os sprinters.
Táticas
Esta é uma corrida muito aberta, já que os últimos anos têm sido divididos pelos sprinters e pelos classicómanos. Hoje o mau tempo esteve presente e fez-se sentir durante toda a prova. Amanhã a chuva e o vento deverão voltar a marcar presença, pelo que os homens rápidos presentes não terão vida fácil.
Deceuninck-QuickStep traz Fabio Jakobsen mas não acreditamos que a equipa belga corra na defensiva e para o sprinter holandês. UAE Team Emirates, Bahrain-McLaren e NTT Pro Cycling terão algumas responsabilidades em perseguir, mas não terão trabalho facilitado.
Favoritos
Oliver Naesen não chegou na frente no dia de hoje, mas mostrou ser dos mais fortes no Kapelmuur. O belga impôs o ritmo no grupo dos favoritos e poucos o conseguiram seguir. No final, foi o mais rápido do grupo, o que demonstra a sua grande ponta final. Silvain Dillier esteve bem no apoio e pode ser uma ajuda importante.
A Deceuninck-QuickStep deverá ser uma das equipas que mais irá animar a corrida e, com tantas opções, irá atacar à vez. Isto pode levar ao cenário idêntico ao do ano passado e desta vez, Kasper Asgreen pode ser o sortudo. Um motor impressionante, que hoje não foi tão ao limite como outros. É relativamente rápido em grupos restritos, podendo, também, jogar com isso a seu favor.
Outsiders
Conseguirá Jasper Stuyven repetir o trinfo de 2016 e realizar um fim-de-semana perfeito? Hoje foi dos mais fortes e, no sprint final, não deu hipóteses. Sabe-se da inegável qualidade do belga neste tipo de provas e tem a possibilidade de tanto vencer num sprint como chegar isolado. Tem uma forte equipa para o apoiar.
É verdade que Matteo Trentin não chegou com os melhores de hoje, cedendo no Kapelmuur, no entanto esteve muito regular, o seu apanágio. Amanhã com menos dificuldades e com estas mais longe da meta deverá ter mais possibilidades de passar com o grupo da frente e terá a vantagem de ter consigo Greg van Avermaet. Num sprint, dificilmente alguém o conseguirá bater.
John Degenkolb é, talvez, o sprint com mais possibilidades de passar as subidas com os melhores, algo que acreditamos que possa acontecer, devido à forte equipa da Lotto-Soudal. O alemão nunca participou nesta prova e nunca obteve grandes resultados nas clássicas belgas, mas ao estar presente mostra ambição. Ao mesmo tempo, deve estar motivado, já que realizou sprints convincentes em Valência.
Possíveis surpresas
Yves Lampaert, Bob Jungels e Zdenek Stybar voltam a ser apostas seguras por parte da Deceuninck-QuickStep. Lampaert é muito forte em grupos restritos e hoje só foi batido por um superior Stuyven. Jungels deixará tudo na estrada para tentar repetir o feito do ano passado e Stybar é muito astuto e sabe o que é necessário para vencer. Greg van Avermaet é uma raposa velha, muito experiente, sabe que não pode levar a decisão para o risco de meta frente aos sprinters, pelo que um ataque do campeão olímpico deve surgir na parte mais dura da prova. Atenção, ainda, a Soren Kragh Andersen e Tiesj Benoot. Olho no completo Jempy Drucker, bom sprinter que hoje chegou no grupo dos favoritos e que quando tem oportunidades costuma aproveitar. Os sprinters vão esperar por uma corrida menos seletiva e, aí, Jasper Philipsen e Fabio Jakobsen são dois dos grandes candidatos. Fortes equipas para os apoiar, com bons lançadores. Giacomo Nizzolo, Alexander Kristoff e Cees Bol são alternativas.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Clement Venturini e Ben Swift.