Num ano atípico as clássicas das Ardenas também sofreram alterações. A abrir, temos a La Fleche Wallone e o famoso Mur de Huy. Nenhum antigo vencedor está presente, quem colocará o seu nome no palmarés?

 

Percurso

Das três clássicas das Ardenas, a La Fleche Wallone é, claramente, a mais simples no entanto de ano para ano tem vindo a ter um percurso cada vez mais duro. Este ano, a partida será dada em Herve para 202 quilómetros depois terminar no Mur de Huy.

O início é feito em sobe e desce constante com a primeira colina a aparecer ao quilómetro 29,5. O Côte de Trasenster (3.1 kms a 5,4%) e o Werbomont (4.3 kms a 4%) vão servir para aquecer os motores dos ciclistas. Os ciclistas continuam em direção a Huy, entrando no circuito final quando estiverem percorridos 119 quilómetros. Na primeira vez apenas será feito meio circuito, que será ultrapassado, na sua totalidade por 2 vezes, mas passam-se as 3 subidas do percurso: Cote d’Ereffe, Cote de Cherave e Mur de Huy.



Analisando o circuito, este tem 31 kms e um total de 3 colinas, começando com o Cote d’Ereffe (2.3 kms a 5,1%), seguindo-se o Côte du chemin des Gueuses (1600 metros a 6,5%), para depois irem para a segunda passagem pelo Mur de Huy, que surge a apenas 31 kms da linha de meta.

Com a passagem pela linha de meta, volta-se a fazer o circuito já referido, com o circuito o Cote d’Ereffe a estar a 18,5 kms da meta e o Côte du chemin des Gueuses a apenas 9,5 kms do final, que deverá ser palco de muitos ataques. À entrada do Mur de Huy a luta por posicionamento será intensa, a subida tem 9,3% de inclinação média, mas é no miolo que se decide tudo, com o final a ser num falso plano.

 

Tácticas

É verdade que a prova tem sido endurecida e os ataques têm aumentado mas é difícil ver alguém ganhar a Fleche Wallone sem ser no Mur de Huy. O último a fazê-lo foi Mario Aerts, no longínquo ano de 2002. Como referido, o posicionamento será fundamental e só quem estiver bem colocado poderá triunfar.

Sem nenhum antigo vencedor presente, Julian Alaphilippe foi o último a renunciar, preferindo descansar para a Liege-Bastogne-Liege, a expectativa é muita em perceber quem irá conseguir inscrever o nome no palmarés da competição e vencer uma prova tão importante. Os Campeonatos do Mundo mostraram que quem veio do Tour conseguiu manter a condição física, partindo à frente dos restantes, e acreditamos que o cenário se vai manter.

 

Favoritos

Que mês de Setembro está a ter Marc Hirschi! Fabuloso no Tour, ainda teve energia para estar na luta pelos Mundiais. Está a passar um grande momento de forma e tem aqui um final ideal para si, explosivo. Sem grandes candidatos, tem aqui uma oportunidade de ouro.



Michael Woods deslumbrou no Tirreno-Adriático no entanto não confirmou nos Mundiais. O canadiano é um especialista neste tipo de chegadas mas costuma pecar sempre no posicionamento. Se entrar bem colocado, é um perigo.

 

Outsiders

Michal Kwiatkowski está, de volta, aos poucos resultados. Depois de ter acabado bem o Tour, este a grande nível nos Mundiais, onde foi dos mais fortes a subir. Quando está bem e confiante é uma grande ameaça e uma vitória aqui seria motivador para o polaco. É muito explosivo e já foi 3º em 2014.

A Deceuninck-QuickStep chega sem Julian Alaphilippe no entanto desenganem-se que não podem triunfar. Andrea Bagioli tem aqui uma oportunidade de ouro para liderar a equipa belga numa prova que se adapta perfeitamente às suas características. Um puncheur muito forte que, com 21 anos, pode passar despercebido para alguns.



Tadej Pogacar parece ter pilhas que nunca mais acabam e, depois do Tour, animou muitos os Mundiais, trabalhando em prol da sua equipa. De volta à liderança, o esloveno saiu muito forte do Tour e, apesar de não ser um puncheur, tem alguma explosão que, num final tão íngreme como este será suficiente.

 

Possíveis surpresas

O ciclista com melhor historial aqui presente é Daniel Martin. Por 5 vezes nos 6 primeiros, veremos se o irlandês está de volta ao seu melhor depois de ter ido de menos a mais no Tour. Terá que se colocar bem. Benoit Cosnefroy é mais um corredor que chega da Volta a França e tem aqui um final perfeito para si. Nas provas francesas já venceu em finais parecidos, falta dar o salto para o World Tour. Dylan Teuns é uma grande incógnita pois em condições normais seria um dos grandes candidatos, mas a forma apresentada desde a retoma da competição aponta para o sentido oposto. Valentin Madouas e Rudy Molard são boas opções dentro da Groupama-FDJ, sendo que Daniel Martinez e Rigoberto Uran são alternativas na EF Pro Cycling. Atenção, ainda, a Jonas Vingegaard, Lennard Kamna e a ataques de longe de Tom Dumoulin e Tim Wellens.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Wout Poels e Sergio Higuita.



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