A semana das Ardenas chega ao fim com mais um dos Monumentos do ciclismo! A Decana das clássicas marca o fim desta fase da temporada antes da entrada em cena das Grandes Voltas.
Percurso
O novo final da Liège-Bastogne-Liège veio para ficar e, novamente, o pelotão terminará no centro da cidade belga e não em Ans, após 259,9 quilómetros.
Poucos são os quilómetros planos nesta clássica no entanto o início é o mais fácil com a primeira subida a aparecer apenas ao quilómetro 75, sendo o Cote de La Roche-en-Ardenne (2.7 kms a 5,7%). O Cote de Saint Roch (900 metros a 10,6 %) fica, sensivelmente, a meio do percurso, antes dos 100 quilómetros finais de loucos.
Tudo começa com o Cote de Mont-le-Soie (2.1 kms a 5,3%), seguindo-se, num espaço de 25 quilómetros, o Cote de Wanne (2.1 kms a 7,7%), o Cote de Stockeu (1000 metros a 12,9%), o Col de la Haute-Levée (3 kms a 6,2%) e o Col du Rosier (4.5 kms a 5,7%).
Para os derradeiros 50 quilómetros ficam a faltar 4 subidas, as mais duras e onde tudo se deve decidir. O Côte de Desnié (2.6 kms a 5,7%) abre as hostilidades da parte final e, logo de seguida, há o famoso Cote de la Redoute (2.3 kms a 7,5%). A entrada nos últimos 25 quilómetros faz-se com o Cote des Forges (1300 metros a 6,8%), antes do Cote de la Roche-aux-Faucons (1300 metros a 10,5%).
Ficam a faltar 15 quilómetros. Uma pequena subida (1900 metros a 5,1%) antecede a descida para os derradeiros 2 quilómetros. A última curva fica a 600 metros da chegada antes de uma reta da meta em ligeira curva para a esquerda.
Táticas
Nas últimas edições a corrida não tem sido muito mexida, guardando-se tudo até às últimas subidas. A corrida começa a ser seriamente dura a partir do Côte de Desnié, à entrada dos 50 quilómetros finais. Há equipas que aqui podem atacar e tentar dinamitar a corrida, como é o caso da INEOS Grenadiers, com corredores como Richard Carapaz e Adam Yates.
A Deceuninck-QuickStep e a UAE Team Emirates têm blocos fortes e podem tentar isolar cedo Primoz Roglic uma vez que a equipa da Jumbo-Visma não é a mais forte, no entanto já se viu que o esloveno está muito forte e capaz de seguir todos os ataques.
Favoritos
Tadej Pogacar foi proibido de participar na Fleche Wallonne e isso só poderá ter “enfurecido” mais o esloveno, ele que entra sempre para ganhar e não te medo de atacar. O jovem ciclista ainda não mostrou grandes fraquezas em 2021 e no ano passado já esteve na discussão. Davide Formolo, Brandon McNulty, Rui Costa e Marc Hirschi formam um bloco de luxo.
Após uma Amstel Gold Race azarada e uma Fleche Wallonne onde, talvez, tenha atacada um pouco cedo, Primoz Roglic vai tentar revalidar o título conquistado na temporada passada. O esloveno tem aqui a última prova da primeira metade da temporada e deixará tudo na estrada. Está a voar e tanto pode chegar isolado, como vencer num pequeno grupo. Jonas Vingegaard será fundamental.
Outsiders
Alejandro Valverde nem parece o mesmo ciclista que vimos na temporada de 2020, está de volta aos bons momentos, como comprovam os últimos resultados. A experiência é muita, já venceu a prova por 4 ocasiões e este ano poderá ser a sua última grande oportunidade. A subir tem estado muito forte e o seu sprint na Amstel Gold Race mostrou que ainda é bastante rápido.
Julian Alaphilippe tem descartado responsabilidades dizendo que não está tão forte como em outros anos mas a vitória na Fleche Wallonne mostrou o contrário. O campeão do Mundo nunca pode ser descartado neste tipo de provas, é indubitavelmente um dos mais fortes, e num sprint poucos o conseguirão bater. Quer corrigir os erros do passado e adicionar esta corrida ao seu palmarés, tem vindo a dizer que este é o grande objectivo da primeira parte do ano.
Dois top-10 nas duas primeiras corridas da semana das Ardenas só podem motivar Maximilian Schachmann. Longe de ser um trepador, poderá sofrer nas subidas mais duras mas passadas essas subidas é um perigo autêntico. Sabe ler a corrida muito bem e atacar nos momentos certos.
Possíveis surpresas
Sem Thomas Pidcock, a estratégia da INEOS Grenadiers terá que ser outra. Richard Carapaz, Michal Kwiatkowski e Adam Yates são três sérias opções mas são as duas primeiras que parecem mais viáveis, a primeira para vencer isolado e a segunda para seguir as rodas e vencer ao sprint. Michael Woods é um especialista neste tipo de provas, está muito forte e dificilmente não estará na frente mas será muito complicado triunfar, será preciso chegar isolado. O canadiano esteve no top-10 das últimas 4 edições e a sua queda recente não parece tê-lo afectado. Davide Formolo, Mauri Vansevenant e João Almeida são alternativas muito fortes dentro das suas equipas, podem ser lançados ao ataque mais cedo e, se existir muita marcação entre os grandes candidatos podem acabar por surpreender. Foi desta forma que Bob Jungels venceu em 2018. De realçar que o português já venceu a versão sub-23 desta corrida. Warren Barguil poderá ser uma bela surpresa, parece em grande forma e não será muito marcado. Atenção a David Gaudu, Jakob Fuglsang, Guillaume Martin e Esteban Chaves, alguns dos melhores trepadores presentes mas que precisam de condições muito especiais para vencer mas que podem, muito bem, terminar entre os primeiros.
Super-jokers
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Tips do dia
David Gaudu a terminar no top 10 -> odd 2,00 (stake 2)
Richard Carapaz a terminar no top 10 -> odd 2,00 (stake 2)
Davide Formolo a terminar no top 10 -> odd 2,75(stake 1)
João Almeida a terminar no top 10 -> odd 3,74 (stake 1)
Alex Aranburu melhor que Matej Mohoric -> odd 2,05 (stake 1)
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