Tempo para o primeiro Monumento da temporada! Mesmo longe do “seu” mês de Março, a La Classicissima abre as hostilidades da “nova” temporada de clássicas.
Percurso
Com 306,4 quilómetros, a Milano-Sanremo é a prova mais longa da temporada velocipédica. Com a pandemia de COVID-19, o percurso não é o mesmo de sempre uma vez que diversas localidades recusaram receber a prova, sendo que o destaque é a não inclusão do Passo del Turchino e dos três “Capi”.
Depois de 150 quilómetros praticamente planos, começam a surgir as dificuldades. Primeiro Niella Belbo (13,3 kms a 3.5%), seguido do Colle di Nava (3,9 kms a 3% mas que para trás tem 25 quilómetros em falso plano).
Segue-se uma longa descida, intercetada apenas por um pequeno topo, que deixa os ciclistas à entrada da Cipressa. Com 5600 metros e uma inclinação média de 4,1% muitos homens rápidos costumam ficar para trás aqui, não pela dureza da subida em si, mas por tudo oque já passaram.
Por fim temos o Poggio, 3600 metros a 3,7% apenas a 5,5 kms da meta, parece fácil mas depois de 293,7 kms qualquer inclinação na estrada custa. Segue-se uma descida rápida e técnica, onde também se podem fazer diferença, antes da sempre dramática recta final.
Tácticas
Não há muito a dizer sobre as táticas desta prova: os homens rápidos vão tentar sobreviver todas as dificuldades do dia para sprintar na Via Roma e as restantes equipas vão tentar endurecer, ao máximo, a corrida, atacando nas diversas subidas. As alterações de percurso tornaram a corrida ainda mais dura, com 2877 metros de desnível acumulado positivo, tornando a vida, ainda mais difícil para os sprinters. Também as equipas de apenas 6 elementos podem dificultar a vida aos sprinters.
Favoritos
Seja em pelotão mais ou menos compacto, seja em grupo reduzido, há um nome que se destaca: Wout van Aert. O belga está numa forma incrível, ganhou com uma classe tremenda a Strade Bianche, e na Milano-Torino, uma clássica para sprinters, foi 3º. No ano passado, chegou no grupo de elite que discutiu a competição e, este ano, não vemos outro cenário. Ninguém deve conseguir colocar o ciclista da Jumbo-Visma em dificuldades e, ao sprint, dificilmente será batido. O seu ponto fraco será a equipa, onde apenas Timo Roosen deve conseguir aguentar com Van Aert até mais perto do final.
É incrível como Peter Sagan ainda não conseguiu vencer a Milano-Sanremo. O eslovaco tem batido, por várias vezes, na trave mas alguém consegue, sempre, ser mais forte que o corredor da Bora-Hansgrohe. É verdade que Sagan não tem estado no seu melhor, deu um ar da sua graça na Milano-Torino, mas este é um dos poucos objetivos que ainda tem por cumprir na sua carreira, pelo que deve estar muito motivado. O Poggio não deverá ser problema para si e, apesar de tudo, deve ser o único sprinter a conseguir passar na frente com os restantes classicómanos.
Outsiders
Se tudo terminar ao sprint, Caleb Ewan é o alvo a abater. O pequeno australiano tem evoluído muito neste tipo de competições, tendo-se tornado um especialista em sprints após provas muito longas, para além de estar a passar as dificuldades cada vez melhor. Tosh van der Sande e Jasper de Buyst vão ter que estar ao seu melhor para apoiar o “Pocket Rocket”.
Michal Kwiatkowski é um dos antigos vencedores da competição presente e porque não pensar em novo título para o polaco? Esteve razoável na Strade Bianche e, na Gran Trittico Lombardo foi dos ciclistas mais ativos. Aos poucos parece estar a atingir um bom pico de forma, em direção a um primeiro objetivo da temporada. No ano passado também não vinha com grandes resultados e foi 3º.
Matteo Trentin não tem conseguido bons resultados nesta prova, somente 10º lugares como destaques no entanto a forma apresentada em Burgos a juntar à sua capacidade de subir com os melhores faz do ciclista da CCC Team um perigo. Uma corrida longa é ideal para si pois consegue aproximar a sua ponta final dos homens mais rápidos. Pode vencer em qualquer um dos cenários.
Possíveis surpresas
Pouco se viu de Mathieu van der Poel neste regresso do ciclismo. Na Strade Bianche os furos acabaram com as suas aspirações e na Milano-Torino não conseguiu ser protagonista. Em forma, esta é uma prova ideal para o corredor holandês, não só com estas curtas subidas mas também com a sua fabulosa ponta final em grupos restritos. Ainda mais azarado na Strade Bianche esteve Julian Alaphilippe, que furou por 6 vezes! Nunca se viu aquilo que o francês conseguiria fazer por isso é uma incógnita prever como estará o campeão em título que, em boa forma tem tudo para estar na discussão. Entre os classicómanos atenção a nomes como Oliver Naesen, Alberto Bettiol, Greg van Avermaet, Simon Clarke e Philippe Gilbert, motivado para conquistar o último monumento da sua carreira. Michael Matthews é um ciclista muito completo pelo que vários são os cenários em que pode vencer, resta saber qual será o seu estado de forma não só física, como mental, depois de ter sabido que foi excluído do Tour. Se estiver com “raiva” mas mostrar à equipa que estavam errados, cuidado com “Bling”. Alexander Kristoff é um especialista em sprints após provas longas, sempre um perigo, ele que já venceu esta prova em 2015. Arnaud Demare chega em grande forma e motivado após a sua vitória na Milano-Torino e pode repetir a façanha de 2016. Nos homens rápidos, olho, ainda em Sam Bennett, Fernando Gaviria e Giacomo Nizzolo.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Sonny Colbrelli e Alexey Lutsenko.
Tips do dia
Wout van Aert no pódio -> odd 2,725 (stake 1)
Matteo Trentin melhor que Alex Aranburu -> odd 1,40 (stake 3)
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