As clássicas italianas não param e amanhã é dia para uma das mais antigas provas de um dia em solo transalpino, esta com um final em alto. João Almeida estará presente!
Percurso
Após um ano atípico de 2020, onde a prova foi colocada como preparação da Milano-Sanremo e com um percurso para os sprinters, a Milano-Torino regressa ao seu percurso habitual. Como o nome indica, a prova começa na região de Milão, mais propriamente em Magenta. Os primeiros 166 quilómetros pouco ou nada têm para contar. Praticamente planos, tem apenas uma curta subida a meio, servirá para o pelotão ganhar ritmo antes da chegada a Turim.
Aí, começa a primeira ascensão a Superga (4300 metros a 9%). Ultrapassada a subida restam menos de 20 quilómetros que passam rapidamente, já que uma parte é a descer, 4 são planos, antes da derradeira ascensão a Superga. Na segunda passagem são 4900 metros a 9,1%. Uma subida duríssima e constante que no seu miolo chega a ter rampas a 14%.
Táticas
Uma prova fácil de controlar que normalmente se decide na última subida. Os ataques começam na primeira passagem por Superga, no entanto é raro alguém vencer a partir daí, já que os interesses são muitos, apesar de se formarem grupos muito restritos. Tudo será decidido à base da potência e da força, a subida final é muito dura.
Favoritos
A forma como Primoz Roglic venceu o Giro dell’Emilia foi impressionante, mostrando que continua em grande. O esloveno gosta de correr em Itália e se o deixam chegar confortável à subida final dificilmente será batido. Sepp Kuss será o seu braço direito.
Tadej Pogacar foi um dos mais inconformados na Tre Valli Varesine de hoje. Atacou, furou, voltou a atacar e ainda foi 3º. Depois de uma prestação discreta em Emilia, hoje viu-se um Pogacar diferente e uma vitória antes da Lombardia será importante para a confiança. Muito explosivo, adora estes finais.
Outsiders
João Almeida foi quem mais perto esteve de bater Roglic no passado sábado, só pode ter dado ainda mais confiança ao corredor das Caldas da Rainha. O ciclista português quer sair em grande da Deceuninck-QuickStep e se os eslovenos se marcarem mutuamente poderá vencer em Superga.
Vencedor em 2019, este é o tipo de provas que Michael Woods gosta. O canadiano é talhado para estes finais bastante inclinados e não muito longos onde imprime fortes acelerações de ritmo. Esteve bem no sábado e costuma terminar sempre muito forte a temporada.
David Gaudu está a ter um excelente final de temporada, vencendo no Luxemburgo e estando nas movimentações decisivas das provas de sábado e de hoje. Muito explosivo, o gaulês está habituado a bons resultados aqui, foi 5º por duas vezes, e com mais experiência o resultado pode ser outro, e para melhor.
Possíveis surpresas
Julian Alaphilippe faz a “estreia” com a camisola do arco-íris renovada, veremos qual será o papel do francês, não nos admirávamos que atacasse na primeira subida e tentasse arriscar na descida. Adam Yates já foi 2º e 3º em edições passadas, só lhe falta o triunfo. O britânico esteve em destaque em Emilia e adapta-se muito bem a este tipo de chegadas. Thibaut Pinot e Diego Ulissi são antigos vencedores, dos dois o francês é aquele que acreditamos mais em repetir o triunfo, está a um bom nível, a pausa competitiva fez-lhe bem e não corre com tanta pressão. Alejandro Valverde, Guillaume Martin e Vincenzo Nibali chegam de boas exibições em provas anteriores, não lhes podem dar muito espaço. O sempre regular Bauke Mollema costuma andar sempre entre os melhores. Por fim, olho em Dan Martin, Clement Champoussin, Ben Hermans e Aleksandr Vlasov.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Domenico Pozzovivo e Lorenzo Fortunato.