Regressamos à Bélgica para mais uma clássica do World Tour, desta vez com os sprinters a serem os grandes favoritos. Teremos o vento a estragar os planos de alguns homens rápidos?

 

Percurso

Serão 206 quilómetros “flat as a pancake” como os britânicos dizem. Não há uma colina a assinalar e os ciclistas passam pela meta em De Panne 3 vezes, saberão perfeitamente como é o final. Neste traçado há várias zonas expostas, onde o vento pode ter influência, vai haver uma luta constante pelo posicionamento, que será absolutamente crucial para entrar na última curva na frente. No ano passado a Quick-Step foi perfeita nisso, Bennett bateu com relativa facilidade Philipsen e Ackermann.

 

Tácticas

Para amanhã está previsto vento na ordem dos 10 km/h, não deverá ser suficiente para partir o pelotão, sendo assim é preciso olhar para os comboios que os principais sprinters têm. Quase todos os favoritos têm estruturas de lançamento muito fortes, Quick-Step, Groupama-FDJ, Bike-Exchange, UAE Team Emirates, até a Bora-Hansgrohe.

 

Favoritos

Já se sabe que neste momento dentro da Quick-Step existe uma espécie de guerra interna entre Mark Cavendish e Jakobsen para ir ao Tour. Portanto, o britânico chega aqui com a motivação redobrada, sabendo que é uma corrida importante para mostrar que consegue bater alguns dos melhores do Mundo num sprint puro. Depois de um Tirreno-Adriatico para esquecer conseguiu ganhar a Milano-Torino e um factor preponderante aqui é ter Michael Morkov ao seu lado, com Bert van Lerberghe como número 3 do comboio.



Uma corrida com este perfil é perfeita para o poderoso Dylan Groenewegen, que sempre gostou destas clássicas. O holandês está a regressar à competição depois de deixar o Paris-Nice a meio e tem com ele um comboio que convence, composto por Edmondson e Mezgec, outro lançador que está entre os melhores do Mundo.

 

Outsiders

Há muitos nomes sonantes aqui, mas o jovem Olav Kooij, de apenas 20 anos, é um nome muito a ter em conta. O holandês já tem 2 pódios no World Tour este ano e a sua consistência é o que mais está a impressionar. O comboio da Jumbo-Visma pode não ter muitos nomes reconhecidos nessas funções, mas Timo Roosen e Tosh van der Sande conseguem lançar bem Kooij.

A Milano-SanRemo mostrou-nos o melhor Arnaud Demare do ano, o francês foi realmente impressionante ao finalizar no 10º posto numa corrida tão endurecida. No ano passado estava na luta quando sofreu um problema mecânico e este ano aposta muito aqui ao trazer com ele o comboio de confiança, com Sinkeldam e Guarnieri.



Quando chega em condições a um sprint Tim Merlier é um grande perigo. A questão é que a Alpecin-Fenix não vem aqui propriamente com o melhor comboio, o melhor que Merlier tem a fazer é dar tudo pela roda de Mark Cavendish e esperar que esse seja o comboio certo. Se entrar nos 7 primeiros na última curva é um forte candidato.

 

Possíveis surpresas

Em condições normais, Sam Bennett estaria numa das categorias acima, mas o próprio irlandês já admitiu recentemente que está longe do seu melhor. Aqui tem uma prova boa para ele visto que não está a subir bem e é muito possante, para além disso o comboio com Koch, Meeus, Archbold e van Poppel é excelente, veremos se a condição física de Bennett já está melhor. Pascal Ackermann também conta com a ajuda de Rui Oliveira e Max Richeze, no entanto o alemão não tem mostrado estar na sua melhor forma nas últimas semanas, apesar da recente vitória, tem claudicado em chegadas mais duras onde até é bom, veremos se a injecção de confiança é benéfica para ele. Nacer Bouhanni não esteve longe de bater Mark Cavendish recentemente, tem algumas boas ajuda e é um mestre a escolher a roda certa. Não será de descartar que, por causa dos pontos para o ranking UCI, Amaury Capiot também sprinte. Arnaud de Lie é a nova carta da Lotto-Soudal para este tipo de corridas, o jovem belga já ganhou 2 clássicas da categoria 1.1 este ano e está motivado para bater-se com os melhores do Mundo, vai ser lançado pelo experiente Jasper de Buyst. A Intermarche-Wanty tem 2 boas opções, mas cremos que pela forma em que está Biniyam Ghirmay vai ser o escolhido para sprintar, sendo que Gerben Thijssen também pode ter liberdade para fazer a sua corrida. São ambos candidatos a top 5, será muito complicado melhor do que isso. Se Cees Bol pudesse desenhar um traçado para ele, seria o desta clássica. O poderoso holandês está a passar por uma crise de resultados e confiança, com esta concorrência dificilmente recupera aqui. Apesar da Trek-Segafredo ter Jasper Stuyven, o belga raramente sprinta neste tipo de corridas, essa responsabilidade deverá ficar para Edward Theuns. Para o top 10 atenção aos regulares Max Kanter, Simone Consonni e Pierre Barbier.




Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são Kristoffer Halvorsen e Stanislaw Aniolkowski.

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