O momento pelo qual muitos fãs da modalidade esperavam chegou! As clássicas do empedrado estão de regresso e com isso o espetáculo pelas estradas belgas também.

 

Percurso

Ao contrário de outros anos, o percurso da Omloop Het Nieuwsblad não é totalmente conhecido. Devido às restrições pandémicas, a organização decidiu não divulgar, detalhadamente o percurso, para evitar aglomerados de pessoas. No entanto, o percurso não deve variar muito dos últimos anos.




Com cerca de 200 quilómetros, é de esperar que a corrida se mantenha relativamente calma até ao Wolvenberg (600 metros a 7%), a cerca de 52 kms da meta. Depois dois setores de empedrado e o Molenberg (300 metros a 7,4%) é a 1ª sequência, que termina a 47 kms do final.

A 2ª sequência começa 6 kms depois com 1800 metros em empedrado, o Leberg (1 km a 3,6%), o Berendries (900 metros a 7,2%), o Elverenberg (1,1 kms a 4%) e para finalizar mais 600 metros de empedrado, tudo isto em 10 kms.

Para finalizar as dificuldades do percurso temos o mítico Kapelmuur (1 km a 7,5%) e o Bosberg, com 1000 metros a 5%, que fica a 13 kms da meta. Um factor que pode ser importante e até mesmo decisivo é o espaço entre a 2ª e 3ª sequência, que agora é maioritariamente em estradas estreitas e sinuosas, o que pode dificultar perseguições organizadas.

 

Tácticas

Será para alguns ciclistas a primeira prova do ano e muitos corredores ainda estarão a apalpar terreno. A ausência de grandes nomes como Wout van Aert, Mathieu van der Poel ou Peter Sagan tornará a corrida mais aberta. Neste tipo de provas o bloco é muito importante, obrigar outras equipas a trabalhar e num grupo reduzido ter a superioridade numérica. Nesse campo a Deceuninck-Quick Step está claramente por cima, praticamente todos os ciclistas têm capacidade para ganhar a prova e Julian Alaphilippe é uma alternativa bem viável. De resto, também a Trek-Segafredo e a Ag2r Citroen estão perto da máxima força. A Team DSM apresenta um alinhamento perigoso, mas sem referências este ano.



A Quick-Step não vai querer arriscar num sprint, até porque Alexander Kristoff é um perigo nesse campo, portanto a prova deve ser atacada de longe, e a Ag2r de van Avermaet vai querer ajudar à festa.

 

Favoritos

Julian Alaphilippe pode não ter muita experiência nas clássicas do empedrado no entanto nas poucas provas que fez deslumbrou. Tanto na Brabantse Pijl como no Tour de Flandres esteve na luta e só azares o deixaram de fora. A juntar a isto, apresentou-se em grande nível no Tour de la Provence e faz parte da equipa mais forte. Irreverente e sem medo de atacar, não se admirem de ver o campeão do Mundo chegar isolado à meta.

Chegou o momento da estreia de Greg van Avermaet com as cores da AG2R Citroen nas clássicas. O campeão olímpico é um poço de regularidade nestas provas (já venceu aqui por duas ocasiões e por outras duas foi 2º). A presença de Oliver Naesen poderá ser fundamental, libertando alguma da pressão e permitindo aos ciclistas atacarem à vez e fazerem uso da possível vantagem numérica. Avermaet adora dias duros e sprinta bastante bem em grupos restritos.

 

Outsiders

Jasper Stuyven tentará, com tudo, defender o título conquistado o ano passado. O belga está numa equipa muito forte, com Mads Pedersen a ser uma alternativa de luxo, e é um corredor que costuma andar bem durante toda a temporada. Dias duros são perfeitos para si.



Davide Ballerini é mais uma peça a ser jogada pela Deceuninck-QuickStep, ele que já conta com 2 triunfos em 2020. A evolução do italiano desde que chegou à equipa belga tem sido extraordinária, ao ponto de se tornar uma peça fundamental não só nas clássicas mas também nas chegadas ao sprint. Muito rápido, ninguém quererá chegar à meta com Ballerini no grupo.

Já aqui falamos da Team DSM pelo seu alinhamento perigoso, pelo que Soren Kragh Andersen é um forte nome a ter em atenção. 3º no ano passado, foi aqui que o dinamaraquês começou a dar nas vistas nas clássicas. Corredor muito poderoso e com uma excelente ponta final, sabe escolher o timing certo para atacar (lembrem-se dos triunfos no Tour do ano passado!).



 

Possíveis surpresas

Zdenek Stybar, Kasper AsgreenFlorian Senechal e Yves Lampaert são quatro fortes alternativas dentro da Deceuninck-QuickStep. Qualquer um destes tem qualidade mais que suficiente para ganhar, têm é que ter a situação de corrida a seu favor, pois acreditamos que alguns destes serão usados em ataques mais longe da meta. Oliver Naesen, Tiesj Benoot e Mads Pedersen são, também eles, alternativas dentro das próprias equipas a nomes já referidos. Tim Wellens abriu 2021 a voar, parou devido a uma pequena indisposição mas está de regresso a uma prova onde ainda não conseguiu brilhar. Sem Peter Sagan, Nils Politt liderará a Bora-Hansgrohe, veremos como se apresenta o alemão depois de um ano menos conseguido. Cuidado com nomes como Ivan Garcia Cortina, Gianni Moscon e Stefan Kung.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Sep Vanmarcke e Dylan Teuns.




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