Regressamos à Bélgica para mais uma clássica, desta vez com os sprinters a serem os grandes favoritos. Teremos o vento a estragar os planos de alguns homens rápidos?

 

Percurso

Anteriormente uma prova por etapas, a Brugge-De Panne é agora uma clássica. De volta à sua posição natural no calendário, antes dos monumentos do empedrado, a prova deste ano conta com 202,5 kms facilmente explicáveis. Depois de 54 kms, o pelotão chega a De Panne, onde dará 3 voltas a um circuito de 45 kms.



O final é bastante técnico e, a juntar a isso, a estrada não é muito larga. 6 curvas/mudanças de direções nos derradeiros 3000 metros prometem aumentar, e muito, a tensão no pelotão. A última delas fica a 700 metros da chegada o que, apesar de deixar pouco espaço de manobra, poderá dar tempo para pequenos ajustes no posicionamento.

 

Tácticas

Uma corrida totalmente plana, ao nível do mar e com muitas zonas expostas. Basta que haja algum vento na direcção correcta para tal e é quase certo que vamos ver bordures. No ano passado a Quick-Step aproveitou isso mesmo para ter superioridade numérica no grupo da frente e depois fez bom uso disso para fazer 1º e 2º.

 

Favoritos

A equipa belga tem boas chances de vencer novamente e vem com o melhor sprinter do Mundo neste momento: Sam Bennett. O irlandês está em grande forma, tem o seu lançador de confiança em Michael Morkov e conta ainda com Bert van Lerberghe e Florian Senechal, que andam muito bem em ventos cruzados.



Um ciclista que geralmente se apresenta sempre muito bem neste tipo de condições é Elia Viviani, o sprinter italiano costuma estar sempre muito atento. Para além disso a Cofidis apresenta aqui um excelente alinhamento, a presença de Jempy Drucker é essencial e Viviani tem Sajnok, Consonni e Sabatini como lançadores.

 

Outsiders

Em algum momento Arnaud Demare tem de recuperar a sua confiança. O que fez na Milano-SanRemo mostra que não está assim tão mal em termos de condição física. Chega aqui com o seu comboio habitual, com Sinkeldam e Guarnieri, e Alexys Brunel é um gregário de luxo, um ciclista muito poderoso para estas circunstâncias de corrida.

Caso haja ventos laterias é muito provável que a Quick-Step tenha vários elementos na frente. Nesse caso, a equipa belga pode não esperar por um sprint final e lançar alguém ao ataque, um ciclista com esse perfil é Florian Senechal, que mesmo que se escape com mais 1 ou 2 elementos tem uma boa ponta final.



Giacomo Nizzolo é outro ciclista que costuma ter boas performances em corridas deste género. A Qhubeka Assos está a andar bem nas últimas semanas, muito concentrada e sempre no sítio certo. Ter Campenaerts, Wisniowski e Walscheid ao seu lado, é uma mais valia enorme para Nizzolo.

 

Possíveis surpresas

Sprinters é o que não falta nesta corrida. Sonny Colbrelli andou muito bem na Milano-SanRemo, mas este não é propriamente o melhor perfil para ele, a aposta pode passar por Heinrich Haussler. Pascal Ackermann surpreendeu no primeiro Monumento do ano, não andou nada mal e Rudiger Selig fará a protecção ao alemão. A Israel Start up Nation tem aqui um alinhamento muito interessante, o vento certamente agradará a André Greipel e Tom van Asbroeck, perfeitamente habituados a estas condições, enquanto Hugo Hofstetter e Rudy Barbier esperam um sprint em pelotão compacto. David Dekker foi uma das sensações do UAE Tour e regressa aqui à competição, falta-lhe alguma experiência a este nível, mas a Jumbo-Visma até tem uma boa equipa aqui. Se sobreviver às peripécias durante a clássica, Cees Bol é um nome muito perigoso a ter em conta, dá sempre a sensação de que o holandês tanto pode somar um grande triunfo ou ser 20º, é muito irregular ainda. Tendo em conta as condições o líder da Trek-Segafredo deverá ser Edward Theuns, a equipa está cheia de confiança e Theuns há muito tempo que não faz um grande resultado. Fernando Gaviria ainda parece bem longe do seu melhor, mas pode perfeitamente fazer uma surpresa, o colombiano terá o seu lançador de confiança em Max Richeze. Homens rápidos como Bryan Coquard, Jasper Philipsen, Nacer Bouhanni, Danny van Poppel, Marc Sarreau ou Timothy Dupont terão como objectivo o top 5.



 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são Michael Morkov e Max Walscheid.

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