Começam amanhã os Campeonatos da Europa, em Emmen, nos Países Baixos. Dia inteiramente dedicado ao contra-relógio, com os elites masculinos a ser o principal destaque. Numa prova onde estão presentes Nelson Oliveira e Ivo Oliveira, quem irá suceder a Stefan Bisseger?

 

Percurso

28 500 metros de esforço individual com partida e chegada em Emmen. Percurso mais plano que este era impossível, perfeito para os puros especialistas. As curvas também são muito poucas, no total apenas sete, mas nada de muito acentuado. Um dia para as grandes “máquinas”, para os puros especialistas, não só devido às longas retas mas também devido à orografia. A única possível crítica é o facto de ser um contra-relógio curto para Campeonatos da Europa, algo que já vem sendo recorrente.

Favoritos

A grande surpresa dos Mundiais foi Joshua Tarling. Com apenas 19 anos, o britânico já é mais que uma promessa e esse resultado deu-lhe a confiança para estar nos Europeus. Gigante ciclista, as longas retas serão perfeitas para si e superar os “elites” não seria de estranhar. Pelo meio já venceu no World Tour, a temporada de estreia não podia estar a correr melhor.



Wout van Aert estará pela primeira vez nos Europeus, tentando conquistar um dos títulos que lhe falta na carreira. A temporada não está a ser perfeita, longe disso, falta sempre algo nos grandes momentos. Um percurso com longas retas é ideal para o belga colocar toda a potência nos pedais, veremos se tudo corre de feição e se está totalmente recuperado da virose que o afetou a semana passada.

 

Outsiders

O título europeu de contra-relógio é uma das poucas grandes conquistas de Stefan Kung e, desde 2020, o pior que fez foi 2º. Os Mundiais não correram de feição, quererá deixar outra imagem de si nesta prova. Vem de ser 2º na Eslováquia e 4º em Plouay, está em boa forma, são bons indicadores.

2023 está a ser o ano de afirmação de Mikkel Bjerg. Finalmente estamos a ver o dinamarquês a render ao nível que prometia nos escalões jovens, já tendo vencido no World Tour, um marco importante. Muito possante, e num percurso à sua medida, Bjerg pode conseguir um grande resultado.



Mattia Cattaneo tem sido um dos contra-relogistas mais regulares da temporada. Desde Agosto, venceu na Polónia, foi 8º nos Mundiais e 6º na Vuelta, onde muito trabalhou para Evenepoel. Normalmente, saindo de uma Grande Volta, os ciclistas tendem a tirar vantagem e o italiano espera isso.

 

Possíveis surpresas

Remi Cavagna vem de vencer a Volta a Eslováquia, com um solo épico na primeira etapa. A forma está lá, só que por vários motivos, o francês desilude sempre nos grandes palcos. Se os astros estiverem alinhados pode surpreender. Este não é o percurso ideal para Nelson Oliveira. O português preferiria um percurso mais longo, sem tantas retas e com mais dificuldade. Não podemos descartar o veterano ciclista, em grande forma pode voltar a conseguir um grande resultado para as cores nacionais. Um percurso plano é perfeito para o atual campeão Stefan Bissegger, só que a temporada tem sido para esquecer. O helvético tem apenas dois top-10, muito pouco para um ciclista da sua qualidade. Yves Lampaert deve estar a esfregar as mãos. Percurso completamente plano é ideal para as características do belga que, nos seus melhores dias, consegue grandes resultados no esforço individual. De que será capaz Søren Wærenskjold? O gigante norueguês já foi campeão do Mundo sub-23 e está a ter uma temporada muito positiva, finalmente sem as lesões que tanto o afetavam. Bruno Armirail, Max Walscheid, Ryan Mullen e Matteo Sobrero são outros ciclistas a ter em conta para o top-10 final mas pensar em algo mais será já muito complicado.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Daan Hoole e Xabier Azparren.



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