Para fechar o fim-de-semana de Campeonatos Nacionais em Paredes é tempo para a prova de estrada de elites masculinos. Conseguirá José Mendes revalidar o título ou teremos novo campeão nacional?



 

Percurso

Traçado bastante ondulado em que os 167 kms se adequam a esta fase da temporada. O percurso é talhado para ciclistas explosivos visto que não nenhuma subida com mais de 1,5 kms e é um sobe e desce constante com algum espaço para recuperar do esforço. O final é em ligeira subida, algo importante a notar em caso de sprint em grupo reduzido.

 

Tácticas

Muitas vezes os Campeonatos Nacionais são decididos por uma fuga grande que tem as principais equipas e que se forma logo no início. Isso pode perfeitamente acontecer novamente este ano, até porque a orografia não é favorável a perseguições, a curta distância pode proporcionar uma corrida mais renhida e evitar que a fuga ganhe muita vantagem.

Analisando os blocos, há apenas 4 equipas com mais de 5 ciclistas inscritos, RP-Boavista (6), Atum-General-Tavira-Maria Nova Hotel (6), Efapel (9) e W52/FC Porto (11). A equipa algarvia trabalhará em prol de Frederico Figueiredo, enquanto as restantes têm vários candidatos. Basicamente não vai sair nenhuma fuga grande que não tenha uma forte representação da W52/FC Porto ou da Efapel e depois há poucas equipas com poder de perseguição, só mesmo com uma aliança circunstancial.



 

Favoritos

Tendo em conta a análise táctica e o traçado, um dos favoritos terá de ser Daniel Mestre. Está integrado num dos blocos mais fortes e este é um percurso praticamente feito à medida, não demasiado duro para que fiquem só trepadores e com subidas suficientes para eliminar muitos sprinters. O final em ligeira subida também é perfeito para ele, e para além disso deu boas indicações no contra-relógio, que nem é a sua especialidade.

Um dos grandes especialistas de traçados ondulados em Portugal continua a ser César Fonte, que também encaixa como uma luva aqui. Adora um final em ligeira subida, é explosivo quanto basta e está na Efapel que tem um bloco bastante forte e coeso. Com quase 3000 metros de desnível assenta-lhe que nem uma luva.

 

Outsiders

Com uma inferioridade numérica destas, a vida está muito complicada para Rui Costa. É verdade que conta com Ivo Oliveira e Rui Oliveira para o ajudar e é verdade que está muito motivado, senão não estaria aqui a competir, mas é preciso uma conjugação de factores muito grande e uma grande perspicácia táctica para Rui Costa ganhar, atenção que o percurso é bom para ele.



Tiago Machado deu excelentes indicações na prova de contra-relógio, ficando com a medalha de bronze, bem próximo do vencedor. O experiente ciclista de 34 anos já foi 2º em 2013 e 3º em 2014 e 2015, está claramente cheio de confiança e tem aqui um objectivo bem definido. O ciclista da Efapel terá de atacar de longe e está bem habituado a isso, o traçado é bom para ataques de longe pois as perseguições são complicadas.

Não faz parte de um bloco muito numeroso, mas Luís Gomes é dos ciclistas mais regulares e consistentes do pelotão nacional, extremamente explosivo e combativo, há a possibilidade de não ser um corredor muito marcado e de ter todos os colegas a trabalhar em prol dele. A Kelly/InOutbuild/UDO já conquistou dois títulos nacionais e quer continuar a surpreender.

 

Possíveis surpresas

Como já referimos, existem muitos elementos nos 2 principais blocos que pode vencer esta prova, na W52/FC Porto destacamos João Rodrigues, Edgar Pinto e Ricardo Mestre, na Efapel elegemos Joni Brandão, António Carvalho e Luís Mendonça, para além dos nomes que já mencionámos em cima. Rafael Reis e Frederico Figueiredo estão numa situação semelhante, corredores com um bloco mais reduzido e que precisam de muita astúcia para estar na discussão da prova, apesar de estarem em forma. Na L.A. Alumínios até poderá ser Gonçalo Leaça o corredor protegido, é um ciclista explosivo que gostará deste traçado, enquanto Emanuel Duarte prefere mais montanha. A Miranda-Mortágua tem um quinteto muito coeso que apostará em levar Joaquim Silva nas melhores condições possíveis, Joaquim Silva é outro ciclista que gostaria de mais montanha. A RP/Boavista terá de jogar ao ataque tendo em conta que tem 6 ciclistas que se adaptam melhor à alta montanha, João Benta fez um bom resultado no contra-relógio. A tarefa de José Neves, Ricardo Vilela e José Gonçalves está muito dificultada pelo facto de estarem sozinhos.



 

Super-Jokers

Os nossos super-jokers são Márcio Barbosa e Henrique Casimiro.

 

Foto: João Fonseca

By admin