É tempo para a atribuição do derradeiro título nacional! A festa do ciclismo não podia terminar sem os elites masculinos batalharem pela camisola de campeão nacional. Quem será o sucessor de José Neves?
Percurso
Algo já tradicional nos Campeonatos Nacionais é a existência de um circuito e, como vem sendo hábito, amanhã não será exceção. O percurso será feito em torno de Mogadouro, só que, ao contrário das categorias que já estiveram na estrada, os elites masculinos iniciarão a prova com uma volta de 56,4 quilómetros até à entrada no circuito final, a ser percorrido por 5 vezes.
O circuito não é extremamente duro, tem alguns pequenos topos, especialmente em Soutelo (3700 metros a 3,9%) a 8 quilómetros da meta. O quilómetro final é em ligeira subida, não muito pronunciada mas depois de 167,5 quilómetros e 2500 metros de desnível acumulado positivo pode pesar nas pernas dos ciclistas.
Táticas
Uma prova como o Campeonato Nacional é sempre algo diferente daquilo que todos estamos habituados a ver durante o resto da temporada. Muitas equipas vêm com blocos muito fortes e extensos, e, por outro lado, há corredores que chegam sozinhos. Se as equipas mais representadas do pelotão se encontram na fuga do dia esta pode vir a ter o seu sucesso, algo que até acontece com alguma frequência no ciclismo nacional.
O bloco mais extenso é a W52-FC Porto, com um total de 11 ciclistas à partida, sendo que as restantes equipas nacionais variam entre os 3 e os 7 elementos. A UAE Team Emirates, com João Almeida e os gémeos Oliveira, terá que fazer uma corrida perfeita e ter a sorte do seu lado e estar na movimentação certa.
Favoritos
A ausência forçada de Luís Mendonça vem, com toda a certeza, alterar os planos da Glassdrive/Q8/Anicolor. Sem o ciclista que tem dominado os últimos meses de competição, Rafael Reis pode ter ainda mais liberdade para procurar a glória. Já sem a pressão por ter conquistado o título de contra-relógio, o ciclista de Palmela poderá ser um trunfo a ser jogado de longe. A sua capacidade de rolar é impressionante, se lhe dão alguns metros será muito complicado apanharem-no. A dobradinha é possível.
Rui Oliveira esteve perto o ano passado, ao ser 2º e correndo sozinho. Agora com o apoio do seu irmão e de João Almeida a história será outra. Todo o pelotão sabe da qualidade da sua ponta final, pelo que tentarão endurecer ao máximo a corrida para o deixar para trás. Este perfil faz lembrar uma clássica, onde Rui Oliveira tão bem se dá.
Outsiders
Uma das grandes figuras deste mês está a ser Hugo Nunes, 2º na Clássica Ribeiro da Silva e no GP Abimota, onde conseguiu a primeira vitória da carreira! Excelente trepador, o ciclista boavisteiro tem mostrado uma enorme capacidade ao sprint, conseguindo, inclusive, superar grandes nomes do pelotão nacional.
Rafael Silva é um dos sprinters mais regulares do pelotão nacional e esta tem sido mais uma temporada onde tem comprovado isso. A vitória na Clássica Ribeiro da Silva serviu para libertar a pressão e ganhar ainda mais confiança, numa Efapel Cycling que está a ter um 2022 muito positivo. Passa bem as dificuldades, é um perigo.
A superioridade da W52-FC Porto não pode ser descorada e acreditamos que a equipa azul e branca vai fazer de tudo para ter mais que um elemento na fuga, pode ser fundamental para o sucesso. Uma corrida atacada encaixa no perfil de José Gonçalves, ciclista já muito experiente que sabe os momentos certos da corrida para mexer. Rápido em grupos restritos, este é o título que falta no currículo do corredor natural de Roriz.
Possíveis surpresas
José Neves deixará tudo na estrada para tentar revalidar o título nacional, não será uma tarefa fácil, no entanto o ciclista da W52-FC Porto tem um motor impressionante e se se apanha sozinho na frente é um perigo. João Rodrigues, Amaro Antunes e Joni Brandão devem ser usados para atacar de longe e endurecer a corrida. Na Atum General/Tavira, Miguel Salgueiro deve ser a aposta principal, ele que conseguiu um excelente 5º lugar na prova de contra-relógio. No seu terreno predileto pode surpreender. César Fonte e Luís Gomes são apostas seguras na Kelly/Simoldes/UDO, dois corredores com boa ponta final em grupos restritos depois de dias duros. Daniel Freitas é corredor muito completo, adapta-se a este tipo de provas e anda bem o ano todo, não lhe pode dar muito espaço. Dentro da Rádio Popular/Paredes/Boavista, olho, ainda, no sprinter César Martingil. Sem a presença de Luís Mendonça, Fábio Costa deverá ser a aposta da Glassdrive/Q8/Anicolor no caso de uma corrida mais controlada e que se possa decidir ao sprint. João Almeida não tem um percurso ideal para si, pode atacar de longe, mas deve trabalhar para o coletivo. Para ataques, muita atenção a nomes como Tiago Antunes, Joaquim Silva, Frederico Figueiredo, Gonçalo Carvalho, Bruno Silva, Emanuel Duarte e Gaspar Gonçalves.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são André Ramalho e Gonçalo Amado.