Após a ausência de um ano devido à COVID-19, a Volta a Catalunha está de regresso! Um percurso variado, aliado a uma excelente lista de participantes e a fervorosos adeptos, faz antever uma boa semana de ciclismo.
Percurso
Etapa 1
Partida e chegada a Calella, uma jornada que certamente estará nas cogitações de muitos ciclistas. A incursão pelo interior trará algumas subidas, primeiro serão 30 kms praticamente de falso plano, depois 12,2 kms a 4% e por fim 1,4 kms a 5,6%, já dentro dos 20 kms finais.
Com 2800 metros de desnível a etapa estará no limite para os sprinters, a questão é que não haverão muitos sprinters aqui. Portanto, poderá haver um sprint em pelotão compacto, um sprint em pelotão reduzido ou uma fuga a resultar. Quase não há sprinters nesta prova, Sagan, Meuus, Venturini, Impey e Lobato são das poucas excepções.
Esta etapa já quase é ponto assente na abertura da Volta a Catalunha, Maciej Paterski ganhou numa fuga em 2015, Nacer Bouhanni em 2016 (pelotão quase completo), Davide Cimolai em 2017 (pelotão quase completo) e Thomas de Gendt em 2019 numa fuga, na altura a etapa foi mais dura ainda.
Etapa 2
Uma novidade na Volta a Catalunha para a 100ª edição, um contra-relógio individual. Com partida e chegada a Banyoles, são 19 kms com algumas colinas pelo meio, com uma fase intermédia boa para colocar ritmo.
Etapa 3
Hora da alta montanha, uma jornada estilo “Unipuerto” com final em Vallter 2000. Ao olhar para esta subida há 2 perspectivas possíveis, são 11,5 kms a 7,5% ou 22,5 kms a 5,3%, já que a fase inicial é bem mais acessível que a 2ª metade. Existe uma fase de 9% entre os kms 14 a 17 da ascensão, é aí que os ataques devem acontecer.
A última chegada aqui foi em 2019, destacaram-se Adam Yates, Egan Bernal, Dan Martin, Nairo Quintana e Miguel Angel Lopez, com vitória para Yates.
Etapa 4
Já com algumas diferenças na geral feitas, a 4ª etapa tem tudo para ser complicada de controlar. Os primeiros 32 kms são praticamente sempre a subir e culminam numa contagem de 1ª categoria, isso deve causar que se forme uma fuga bastante forte. A 43 kms da meta há uma contagem de categoria especial, com 24,7 kms a 4,4% e a meta coincide com outra categoria especial, o Port Ainé, com 18,4 kms a 6,7%.
O Port del Canto é uma subida por fases, tem 5 kms a 8% logo ao início e depois conta com 2 pedaços mais fáceis, que estragam por completo a média de inclinação da contagem. Já Port Ainé não tem as tais fases de transição, mas também é irregular na sua plenitude. Os kms mais complicados são precisamente o primeiro, a 9%, e os 1500 metros finais, a 8,2%. A última chegada a Port Ainé remonta a 2016, com Thomas de Gendt a triunfar graças a uma fuga, diante de Nairo Quintana e Richie Porte.
Etapa 5
A 5ª tirada cheira a fuga, e não é pouco. Já haverá bastantes ciclistas atrasados na classificação geral e os sprinters sabem perfeitamente que não irão conseguir sobreviver à contagem de 1ª categoria já perto do final, visto que tem 7,5 kms a 6,7%. Aliado a isto, a contagem de 3ª categoria logo ao km 37 é perfeita para formar um grupo grande que venha a discutir a jornada.
Etapa 6
A ligação entre Tarragona e Mataró parece perfeita para os sprinters, mas poderá não ter tão fácil quanto parece. Primeiro porque já haverá nas pernas 5 dias de desgaste e algumas equipas desfalcadas, segundo porque é um dia de sobe e desce constante, com 2600 metros de acumulado. Também haverá uma contagem de 3ª categoria apenas a 13,5 kms da meta, o que é perfeito para um ataque.
Etapa 7
A Volta a Catalunha encerra com o já tradicional circuito em Barcelona, com passagem por Montjuic. Os ciclistas terão de ultrapassar por 6 ocasiões a Montjuic, que tem 2,4 kms a 5,1%, o que costuma proporcionar grande espectáculo. Os últimos 500 metros são claramente os mais complicados, a 13,7%. A parte final é muito rápida, em descida até à meta. Valverde (x2), Tsatevich, Simon Yates e Formolo foram os últimos vencedores aqui.
Tácticas
Com o contra-relógio para fazer algumas diferenças iniciais é expectável que as etapas de montanha sejam bastante atacadas. O mais provável é que João Almeida seja dos melhores dos favoritos após o esforço individual e que seja altamente atacada posteriormente pelas equipas rivais como a Ineos Grenadiers, que vem com um excelente colectivo. Mesmo a BikeExchange e a EF Education têm uma grande etapa para a montanha, com várias armas para jogar. Vai ser uma prova muito interessante de acompanhar porque vários nomes grandes como Carapaz, Hirschi, Uran ou Kelderman chegam sem grandes referências.
Favoritos
Com uma equipa destas a Ineos Grenadiers tem de conseguir um excelente resultado, principalmente porque as últimas semanas não correram nada bem à formação britânica. Com Porte convalescente do Paris-Nice, Carapaz a estrear-se e Thomas ainda não a 100% o ciclista protegido poderá muito bem ser Adam Yates. O britânico mostrou estar muito bem no UAE Tour, o facto de ter acompanhado de perto Tadej Pogacar diz muito.
Por falar em britânicos, estamos muito expectantes para ver o que conseguirá Hugh Carthy. A EF Education-Nippo tem conseguido excelentes resultados e as subidas longas assentam na perfeição em Hugh Carthy, que ainda não é um ciclista muito marcado no pelotão, e que vai tentar defender-se ao máximo no contra-relógio.
Outsiders
3º no UAE Tour e 6º no Tirreno-Adriatico, a Volta a Catalunha é mais uma importante peça no puzzle de João Almeida, que tem o Giro em mente. O ciclista português sai muito beneficiado por haver um contra-relógio e será o líder incontestável da equipa, tendo ainda James Knox e Fausto Masnada para o ajudar na montanha. É muito regular e em especial a subida de Vallter 2000 é boa para ele.
Simon Yates ainda não encontrou a regularidade que procura, a preparação para o Giro está a correr bem, mas no Tirreno-Adriatico desiludiu em 2 etapas duras e na outra foi o único capaz de seguir de perto Tadej Pogacar. Se tiver a geral no horizonte pode ser dos melhores trepadores no contra-relógio, e depois nas montanhas tem tudo para usar a sua capacidade de explosão.
Não descartamos totalmente a possibilidade de Richard Carapaz vencer esta corrida, é verdade que o equatoriano disse que vinha ganhar ritmo, mas a sua preparação correu bem e tem tanta capacidade na montanha que, se as pernas aparecerem, não vai abrandar.
Possíveis surpresas
Vamos ver até que ponto a Ineos Grenadiers não vai tentar controlar a corrida para Geraint Thomas. O galês sairá em vantagem no contra-relógio face à maioria dos seus rivais e no Tirreno-Adriatico vimos um Thomas a subir bem, mas não ao seu melhor nível, aqui irá apresentar uns furos acima. A Jumbo-Visma tem 3 boas hipóteses em George Bennett, Steven Kruijswijk e Sepp Kuss, o norte-americano deverá ser o líder visto que no UAE Tour acabou a trabalhar para Chris Harper, só que tem francas debilidades no contra-relógio. Na Movistar, Alejandro Valverde anda completamente fora da ribalta e Marc Soler é muito irregular, Enric Mas vai tentar intrometer-se no top 5. Muito cuidado com Jai Hindley, o australiano foi em crescendo no Paris-Nice na ajuda a Tiesj Benoot e as montanhas longas são do seu agrado. Wilco Kelderman e Lennard Kamna são as cartas a jogar pela Bora-Hansgrohe, mas sem ritmo competitivo e a este nível será muito difícil. A Trek-Segafredo está claramente em alta e Giulio Ciccone tem aqui mais uma chance para provar que esta é a sua temporada de afirmação. A Israel Start Up Nation coloca a carne toda no assador com Chris Froome, Dan Martin e Michael Woods, no entanto um top 5 já seria muito bom dado o actual estado de forma do trio. A UAE Team Emirates tem aqui um alinhamento interessante, Marc Hirschi estreia-se e as montanhas serão longas demais para ele, Brandon McNulty sai beneficiado com o contra-relógio e quer o top 10. Nairo Quintana deve andar com os melhores na alta montanha, só que o esforço individual vai deixar o colombiano muito atrasado, será outro ciclista a lutar pelo top 5.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são: Richie Porte e Robert Power.
Tips do dia
Para a classificação geral: Hugh Carthy a terminar no top 3 -> odd 3,50 (stake 1)
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