A região de Valência acolhe a primeira prova por etapas do país vizinho. Com um grande leque de ciclistas e muita dureza durante os 5 dias, o espetáculo não deve faltar.

 

Percurso

Etapa 1

Não há muitos sprinters aqui presentes, mas os que estão certamente que têm esta etapa marcada. O perfil assusta, mas as subidas não são assim tão complicadas e há apenas 2000 metros de desnível em 188 kms. A contagem de 2ª categoria na verdade tem 9 kms a 4,7%, os dados oficiais são afectados por 2 pequenas descidas mais perto do topo, a contagem de 3ª categoria tem 3 quilómetros mais complicados a rondar os 6,5%, mas também não é nada de especial. Para além disso, do cume da última montanha até ao final ainda distam mais de 30 kms, há espaço para recuperações.




Etapa 2

Este é um dia realmente muito duro, há potencial para haver imensas diferenças nesta jornada pelo desgaste acumulado, 3500 metros com chegada em alto nesta fase da temporada é um grande teste. A fadiga será maior pelas 4 contagens de montanha que haverá logo nos primeiros 100 quilómetros e depois há a grande curiosidade de saber se há ataques ou se alguém pega na corrida em Cumbres del Sol, com 3400 metros a 8,5% é das subidas mais complicadas de toda a prova, mas ainda está a 33 kms da meta. A chegada ao Alto de Pinos na verdade são 2 kms a 9,1%, tudo o resto é um falso plano que vai culminar nestas duras rampas.

 

Etapa 3

Uma tirada que promove os ataques de longe e que tem como ponto principal a subida de El Garbi, que está a 27 kms da meta. Serão 4600 metros a 6,9%, com um miolo do mais duro que pode haver, um muro autêntico com 2300 metros a 11,1%. Vão ser feitas diferenças certamente, resta saber se as mesmas se vão manter na rápida aproximação à meta.

 

Etapa 4

Um dos dias de competição mais duros de Fevereiro, 3600 metros de acumulado em 181 kms, é uma etapa para os puros trepadores. Os ciclistas vão chegar aqui já com muitas diferenças na geral e o terreno acidentado dos primeiros 70 kms pode ver uma grande luta pela fuga e formar-se um grupo perigoso, que obrigue a um ritmo muito elevado. As equipas que não queiram esperar pelo final da etapa têm uma primeira passagem pela linha de meta a cerca de 60 kms do fim, vai ser certamente alvo de estudo para quem queira atacar. Em relação à última contagem de montanha, a chegada ao Alto de Cova Santa, não é incrivelmente duro, contabiliza-se 8100 metros a 4,8%, com uma dificuldade crescente, os últimos 3 kms são a rondar os 7%.

 

Etapa 5

A última etapa não é só de consagração em Valência. Apenas 95 kms, com uma grande dificuldade a meio, tem tudo para ser bastante explosivo, é que 5200 metros a 9% dá para fazer muitas diferenças e um líder da prova que não tenha uma grande equipa vai passar muito mal aqui. O miolo desta subida tem 2000 metros a quase 11%, uma autêntica parede que vai deixar corredores pregados na estrada. Os últimos 20 quilómetros são totalmente planos.

 

Táticas

Os 5 dias de competição pela Comunidade Valenciana prometem muito espetáculo, os metros planos não são assim muitos e as etapas fáceis não existem. Com muita dureza, os blocos com várias opções partem com vantagem, podem jogar algumas cartadas de longe, como é o caso da Bahrain-Victorious, uma equipa que tem 5 nomes que podem, perfeitamente, vencer a competição!



Muita da responsabilidade está na equipa árabe, mas a INEOS Grenadiers também quererá dar boa conta de si, depois de um início na Austrália menos positivo, tendo 3 opções viáveis. Estamos no início de temporada e isso também costuma ser sinónimo de algumas surpresas, há sempre ciclistas que preparam com maior afinco o começo de ano.

 

Favoritos

Aleksandr Vlasov pode estar a correr contra blocos mais fortes, no entanto o ciclista russo tem por hábito começar bem as temporadas, não fosse ele o campeão em título. O ciclista da BORA-hansgrohe adora estas subidas íngremes e explosivas e, em caso de sprint, defende-se o que pode ser importante para as bonificações. Matteo Fabbro, Bob Jungels e Lennard Kamna serão fundamentais durante toda a prova.

Já com ritmo competitivo no Tour Down Under, Pello Bilbao chega com outra capacidade a esta prova. O basco é um especialista em provas de uma semana e, a correr em Espanha, não costuma falhar. Trepador muito regular, é bastante explosivo e não nos admirávamos que arriscasse a descer. Num bloco tão forte como o da Bahrain-Victorious será um perigo ainda maior.

 

Outsiders

Porque não pensar numa estreia triunfante de Thymen Arensman? O reforço da INEOS Grenadiers quererá entrar com o pé direito no novo ano, mostrando já serviço, numa competição que se adequa às suas características. É um ciclista muito ofensivo, isso poderá ser importante, um ataque de longe pode colher frutos no final.



Wout Poels é, dentro dos homens da Bahrain-Victorious, aquele que será o primeiro trepador a ser “queimado”, no entanto o neerlandês já tem muitos anos de ciclismo e sabe escolher o momento certo para atacar. É assim que tem tido sucesso nas últimas temporadas, principalmente nas provas de começo de ano, onde tem obtido bons resultados. Muito explosivo, os finais em topo são perfeitos para si.

Fugindo às equipas já referidas, Brandon McNulty tem algo a provar depois de um Challenge Mallorca discreto. O norte-americano tende a começar bem as épocas e o ritmo conseguido poderá ser importante. Quando está bem é um perigo autêntico, não se pode dar um metro ao norte-americano.

 

Possíveis surpresas

Como já referimos, a Bahrain-Victorious vai com um bloco muito forte e, para além de Bilbao e Poels, Mikel Landa, Damiano Caruso e Gino Mader são opções a considerar. Estes são ciclistas que não costumam entrar a top na temporada no entanto, a correr em casa, Landa poderá mostrar-se bem, de forma a marcar posição. Ainda não falámos da Trek-Segafredo, no entanto a equipa norte-americana conta com os combativos Giulio Ciccone e Bauke Mollema, dois ciclistas sem medo de atacar e que gostam deste tipo de subidas. Destacamos, principalmente, Mollema, sabe que é agora que pode conseguir uma vitória. Tao Geoghegan Hart e Carlos Rodriguez são as outras cartas da INEOS, se o britânico é mais explosivo, o espanhol é mais regular e confiável, veremos que qual a versão do vencedor do Giro 2020 que teremos em Valência. Do que será capaz Thomas Gloag? O jovem talento da Jumbo-Visma poderá aproveitar o facto de não haver um líder declarado mas se começar a mostrar ao mundo do ciclismo, é um corredor muito perigoso. Eddie Dunbar, Samuele Battistella, Anthon Charmig e Roger Adriá estão numa segunda linha, não nos admiramos de vê-los a tentar a sua sorte de longe pois sabem que diretamente contra os grandes nomes não têm tanto sucesso. O percurso não é o ideal para Rui Costa mas, tal como referido mas os últimos nomes, terá que tentar antecipar os principais ataques, a forma está lá.




Super-jokers

Os nossos super-jokers são Pelayo Sanchez e Alessio Martinelli.

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