Espanha continua a receber o ciclismo desta vez com a primeira prova por etapas do calendário europeu. A W52-FC Porto está presente com uma forte equipa, numa competição que poderá ser vista no Eurosport.

 

Percurso

Esta Volta à Comunidade Valenciana tem de tudo, e começa com um contra-relógio individual de 10,3 quilómetros em Orihuela. Nem este esforço individual é fácil, o último quilómetro tem 6,4% de inclinação média e os últimos 500 metros têm mesmo rampas de 10%.

A 2ª etapa terá um desfecho incerto, tem 4 subidas com mais de 5 kms, mas nenhuma delas é extremamente complicada, a última delas está a 41,8 kms da meta e tem 7,8 kms a 3,4%. Equipas como a Jumbo-Visma, a Dimension Data, Bahrain-Merida ou UAE Team Emirates tentarão manter a corrida controlada para os seus sprinters.



A 3ª jornada é extremamente complicada, mais de 3000 metros de acumulado e 194 kms de extensão nesta fase de época é um grande teste. São 6 contagens de montanha de 3ª categoria, 3 na primeira metade e 3 na segunda metade do percurso. Os ataques podem começar no Sot de Chera, são 4,1 kms a 5,8% que acabam a 12 kms da meta. A última contagem não é complicada, 5,4 kms a 4,5%, e está já perto da meta. Depois de uma ligeira descida, os 500 metros finais têm cerca de 6%.

A 4ª etapa volta a ter muita montanha, mas com a penúltima subida a 50 kms do final, tudo se deverá decidir na ascensão final. A chegada a Alcala-Alcossebre tem 4200 metros a 6,9%, mas na verdade são 3500 metros a 8,8%, claramente a subida mais inclinada desta competição. Os últimos 300/400 metros são em descida.

 

Para acabar esta competição espanhola temos uma mera formalidade e uma chance para os puros sprinters. Trata-se de uma jornada totalmente plana e que tem um circuito bastante técnico nas ruas de Valência.




Favoritos

Uma prova muito completa em termos de percurso faz com que só um ciclista completo a possa ganhar. Mesmo assim, os trepadores não podem ser excluídos dada a dificuldade do contra-relógio inicial. Também a curta extensão das subidas faz com que os ciclistas mais explosivos partam em vantagem.

Já com alguma competição nas pernas, Alejandro Valverde vai tentar defender o título. Não ter ganho em Maiorca não significa que a forma não esteja lá, pelo contrário, foi bastante consistente. Em contra-relógios curtos defende-se muito bem e as subidas curtas e explosivas são perfeitas para as características do campeão do Mundo.

Luis Leon Sanchez foi quem perdeu para “El Bala” na temporada passada e esta temporada vai querer mudar o resultado. Começou, novamente, muito bem a temporada, foi dos melhores no Tour Down Under, e a existência de um contra-relógio são boas notícias para LuisLe pois vai ganhar tempo à maioria senão a todos os candidatos. Se estiver a subir da forma que o vimos na Austrália será complicado batê-lo.

 

Outsiders

Outra carta da Astana é Ion Izagirre. O basco faz a sua estreia pela equipa cazaque, ele que é um dos especialistas do pelotão internacional em provas de uma semana. Anda como poucos em contra-relógios acidentados e defende-se muito bem nas subidas que vai ter pela frente. Se for preciso sprintar, também tem uma boa ponta final.

Adam Yates parte com grandes ambições para a sua estreia em 2019, ele que foi 4º no ano passado. O britânico é um dos ciclistas mais explosivos presentes, como se comprovam pelos resultados, pelo que se não existisse um contra-relógio seria ainda mais favorito. O problema é mesmo o esforço individual, onde Yates tem evoluído. Se conseguir minimizar perdas pode vencer.



Geraint Thomas tem por hábito andar bem no início da temporada, veja-se as vitórias na Volta ao Algarve, e quererá começar 2019 da mesma forma de maneira a marcar uma posição dentro da equipa. No contra-relógio será dos melhores, resta saber em que ponto está a sua forma para se saber como se defende nas etapas mais duras, que até vão de encontro às suas características.

 

Possíveis surpresas

A maioria dos ciclistas começa aqui a sua temporada, pelo que a sua forma é uma incógnita. Dylan Teuns tem tudo para ser dos melhores nas etapas mais duras mas o contra-relógio vai afastá-lo da luta pela geral, tal como acontece com Daniel Martin. David de la Cruz é uma alternativa credível dentro da Team Sky, ele que é muito regular neste tipo de provas e desde que chegou à Team Sky evoluiu bastante no contra-relógio. Jesus Herrada e Sergio Higuita foram dos melhores no Challenge Mallorca, mostrando estar em forma, mas o contra-relógio vai ser fatal. Nelson Oliveira pode ser uma surpresa, pois foi fundamental no apoio a Valverde em Maiorca e no contra-relógio pode ganhar algum tempo considerável que o deixe bem posicionado. José Gonçalves também irá beneficiar do esforço individual. Olho, ainda, em Ben Hermans e Pello Bilbao, mais uma alternativa dentro da Astana. Rui Costa e Amaro Antunes abrem 2019 com alguma expectativa e um top 10 não pode ser de descartar para qual um deles. Na W52-FC Porto terminar no top 10 é possível, mas tudo depende da condição física dos seus ciclistas e da visão que a equipa portuguesa tem para esta prova. João Rodrigues, Joaquim Silva, Rui Vinhas, António Carvalho, Edgar Pinto, Raul Alarcon sobem todos bem mas tendo em conta a fase da temporada Edgar Pinto, pela lógica, poderá liderar a equipa. No entanto, estando no escalão Profissional Continental e com a necessidade de mostrar serviço, conjugando com o facto de jogar em casa, Raul Alarcon pode ser uma muito agradável surpresa. Uma boa classificação colectiva também é muito possível.

 

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Diego Rosa e Floris de Tier.



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