Aí está a primeira prova por etapas do World Tour desde o regresso à competição. Ao longo destes 5 dias em território polaco haverá alguém capaz de bater Remco Evenepoel?
Percurso
Será uma Volta a Polónia diferente, mais curta que o habitual, de 7 a organização passou para 5 etapas.
A Volta a Polónia costuma optar por repetir as chegadas de ano para ano, a 1ª jornada será como é tradição ao sprint, com um final muito rápido em Katowice. Muitas vezes aqui compensa começar o sprint mais de trás e chega a haver recuperações incríveis.
Ao 2º dia temos mais uma oportunidade para os sprinters, desta vez em Zabrze. Não há muito a dizer, é mais uma chegada rápida, em ligeira descida, em que ocasionalmente vemos corredores a sprintar sentados.
A chegada a Biesko-Biala é onde se pode começar a definir a geral. Luka Mezgec já ganhou aqui, Ackermann e Nizzolo estiveram perto, a questão é que este ano há mais montanha durante a jornada, num total de 3300 metros de desnível positivo. Há espaço para partir a corrida, em caso de sprint em grupo restrito, como o final é em ligeira subida, parece-nos uma chegada perfeita para Eduard Prades ou Diego Ulissi.
Depois temos a habitual chegada a Bukowina, serão 3000 metros de desnível condensados em 150 kms. Basicamente é um circuito a ser cumprido por 3 vezes, neste circuito há 3 subidas encadeadas, primeiro 4,8 kms a 5,7% (com 1,6 kms a 9,9% para acabar), 1,8 kms a 6,5% e para terminar, quase coincidente com a meta na última volta, 2,5 kms a 6,8%. Resta depois apenas 1,5 kms de falso plano. Geralmente não se conseguem fazer grandes diferenças neste percurso, sempre com 20 a 30 ciclistas a chegarem dentro do mesmo minuto do vencedor.
Ao contrário de anos anteriores, o final é com uma jornada plana, com final em Cracóvia, um incentivo para os sprinters ficarem em competição até ao fim. Os 2200 metros de desnível estão na primeira metade da etapa, há espaço para os homens rápidos recuperarem forças. Em Cracóvia ganharam Sagan e Ackermann nos últimos anos, sendo que o alemão pode fazer um hat-trick este ano.
Favoritos
O traçado é menos duro que em anos anteriores e vai obrigar algumas equipas a tentarem partir a corrida de longe. Temos um misto interessante de ciclistas que já correram, com outros que ainda não sabem bem como estão. Cremos que aqueles que têm ritmo competitivo podem estar em vantagem, até por uma questão de confiança.
Obviamente depois do que se viu em Burgos, Remco Evenepoel parte para a Volta a Polónia como o grande favorito. A equipa sabe disso e trouxe para o apoiar um conjunto sólido de trepadores: Mattia Cattaneo, Dries Devenyns e James Knox. O mais certo é que a formação belga tente lançar o prodígio belga ao ataque na etapa de Bukowina.
Maximilian Schachmann continua em grande forma. Foi o maior opositor de Remco Evenepoel na Volta ao Algarve e depois ainda foi ganhar o Paris-Nice. Neste regresso à competição fez pódio na Strade Bianche, uma corrida em que fazia a sua estreia. O alemão é bastante explosivo e a Bora-Hansgrohe tem de aproveitar o facto de ter Patrick Konrad e Rafal Majka para obrigar as outras equipas a trabalhar.
Outsiders
Jakob Fuglsang arriscou e foi um pouco acima do seu limite na Strade Bianche. Ainda assim, o que o dinamarquês fez foi impressionante, continua indubitavelmente em grande forma. Fuglsang e a Astana gostam destes percursos acidentados, veja-se o que conseguem fazer nas clássicas e no Tirreno-Adriatico. Têm a grande vantagem de trazer também Ion Izagirre, outro bom candidato.
Diego Ulissi começou muito bem o ano e conseguiu na Strade Bianche um resultado bastante respeitável, terminando em 16º. Isto demonstra que está em boa forma, já teve tempo de descansar e este traçado é perfeito para as características do explosivo italiano, que sempre adorou finais explosivos.
Muito cuidado com Simon Yates, tendo em conta as características da prova deverá ser o líder da Mitchelton-Scott. O 16º lugar em Burgos engana muito, o britânico trabalhou muito para Esteban Chaves e para além disso perdeu 3 minutos no 1º dia. Não fosse isso e teria sido 7º na geral, mesmo trabalhando para um colega de equipa. Em termos de coesão a Mitchelton-Scott é das melhores equipas aqui.
Possíveis surpresas
A Team Ineos tem várias possibilidades, apesar de ter Carapaz e Dennis na equipa, é preciso ter muito cuidado com Eddie Dunbar, um corredor muito explosivo. Parece-nos que Rui Costa ainda precisa de mais ritmo competitivo nas pernas, geralmente o ciclista português demora algum tempo a aquecer o motor. Dentro da Sunweb, apesar de haver Wilco Kelderman, olho em Jai Hindley, 2º aqui no ano passado e vencedor do Herald Sun Tour este ano. Wout Poels começa aqui a sua preparação para o Tour, já andou aqui muito bem em 2017, tem grandes clássicas no currículo, mas costuma precisar de alguma competição. Com um traçado destes muitas vezes compensa um ataque de muito longe, para isso há ciclistas como Tim Wellens, Simon Geschke, Ion Izagirre ou Patrick Konrad, que precisam de surpreender e atacar a corrida. A melhor opção da Movistar é claramente Eduard Prades, mas o espanhol, tal como Ulissi, estará a contar com uma corrida pouco atacada. Por fim, cuidado com as múltiplas opções dentro da Mitchelton-Scott, para além de Yates também Esteban Chaves e Mikel Nieve estão a andar bem, e a equipa ainda tem Daryl Impey.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Rafal Majka e Jonas Vingegaard.
Tips do dia
Para a classificação geral: Remco Evenepoel no pódio -> odd 1,70 (stake 1)
Para a classificação geral: Simon Yates melhor que Rafal Majka -> odd 1,71 (stake 1)
Para a 1ª etapa: Edward Theuns melhor que John Degenkolb -> odd 1,725 (stake 2)
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