O World Tour está de regresso! O pelotão desloca-se até à Polónia para uma semana recheada de competição, onde João Almeida parte como um dos grandes candidatos.

Percurso

Etapa 1

A Volta a Polónia terá um início diferente, mas que será do agrado dos sprinters como é apanágio da competição polaca. O dia é longo com 218 kms e relativamente acessível, com cerca de 1500 metros de desnível. A chegada a Chelm não costuma ser usada e é em ligeira subida e em empedrado, há sprinters que se adaptam melhor a este final do que outros.




Etapa 2

Geralmente a abrir a corrida há 3 ou 4 jornadas para homens rápidos, este ano é diferente e a classificação geral começa-se logo a jogar ao 2º dia. Mais uma jornada longa, em que os últimos 30 kms têm 3 dificuldades. A primeira subida é a mais complicada, com 2,1 kms a 9,3%, em que 500 metros são a 11,2%. A segunda subida é a mais longa, com 3100 metros, mas apenas 5,9% de inclinação, cuidado porque o quilómetro inicial tem 7,8%. O final será muito explosivo, com 1500 metros a 8%, em que há rampas a 12% e 13%, é um quilómetro final duríssimo em que já vai haver diferenças.

 

Etapa 3

Um perfil muito curioso, mais uma maratona de 226 kms em que a primeira metade é muito dura, não acreditamos em emboscadas para a classificação geral, porém alguns sprinters podem passar dificuldades pois há cerca de 2000 metros de acumulado nos primeiros 110 kms. O final em Rzeszow é em ligeiro falso plano.

 

Etapa 4

Ao 4º dia há mais potencial para diferenças com a clássica chegada a Bukowina. Cremos que a jornada é menos dura do que parece. Tem apenas 2500 metros de acumulado e as subidas não são muito inclinadas, tirando a parte final. A contagem de Lapszanka a 11 kms da meta é um longo falso plano de 15 kms, que termina com 4 kms a 5,3%, antes dos 1900 metros a 7,3% de Bukowina, que terminam a 2 kms da meta. O resto do caminho é em ligeira subida, que não é categorizada.

 

Etapa 5

A chegada a Biesko-Biala é outro final habitual na Volta a Polónia. Se as equipas dos sprinters que passam melhor a montanha conseguiram controlar as 2 subidas anteriores ao circuito final (3,1 kms a 5,8%) e 4,1 kms a 6,5%) então o mais provável é termos um grupo restrito com alguns homens rápidos a discutir a vitória. Luka Mezgec ganhou em 2019, Michal Kwiatkowski em 2018.




Etapa 6

Mais uma prova que este traçado é bem original comparando com edições anteriores é a adição de um contra-relógio individual de 19 kms, que vai beneficiar imenso os trepadores que se consigam defender bem. O percurso é rolante, com 2 ou 3 pequenas colinas a meio.

 

Etapa 7

Um pouco em jeito de anti-climax a Volta a Polónia termina em Cracóvia com a etapa mais acessível de todas, num final relativamente conhecido e fácil.

 

Tácticas

Este traçado assenta na perfeição aos contra-relogistas que se defendam na montanha. Não há nenhuma etapa que seja com mais de 3000 metros de acumulado, o circuito de Biesko-Biala pode ganhar uma importância táctica acrescida, mas deverá ser nas jornadas 2 e 4 que as equipas que tenham trepadores vão jogar as suas cartas. Os que são melhores no contra-relógio basta defender e depois dar tudo por tudo no penúltimo dia.

 

Favoritos

Este percurso parece que foi desenhado para as características de João Almeida, um bom ciclista na montanha e nos contra-relógios, que está em boa forma depois de preparar os Jogos Olímpicos. Pela primeira vez na carreira irá partir como um grande favorito para uma corrida do World Tour, é um corredor muito racional que tem tudo para corresponder.



A Bahrain-Victorious é uma das equipas do momento e João Almeida precisa de marcar de perto Dylan Teuns. Os finais explosivos são perfeitos para o belga, que poderá ganhar aí segundos importante para a geral, para além de contar com um endiabrado Matej Mohoric. É um corredor que consegue também fazer bons contra-relógios.

 

Outsiders

Michal Kwiatkowski vai querer brilhar em casa, ainda para mais com este traçado sem alta montanha. É bom no contra-relógio, é explosivo neste tipo de finais e como se viu nos Jogos Olímpicos está em boa forma. A Ineos tem uma boa equipa na montanha e vai querer endurecer a corrida.

A UAE Team Emirates tem um conjunto de nomes bastante interessante para esta corrida, sendo que Diego Ulissi tem características excelentes para as etapas mais duras, tendo mostrado boa forma recentemente. Para além disso, já fez excelentes contra-relógios na carreira, é aquele ciclista que do nada pode andar muito.



Este é um nome um bocadinho fora da caixa, mas estamos muito curiosos para ver o que conseguirá fazer Pascal Eenkhoorn. Vencedor recente de uma clássica na Bélgica, 5º no Tour de Wallonie, está claramente em boa forma, é explosivo quanto baste e defende-se bem no contra-relógio, é um corredor em progressão.

 

Possíveis surpresas

O pelotão tem de estar em alerta com Matteo Sobrero, campeão nacional de contra-relógio diante de Ganna e Affini, tinha mostrado dias antes ser capaz de andar bem na montanha. Depois caiu no Nacional de estrada e regressa aqui, veremos em que forma. Existem alguns nomes que têm de tentar surpreender de longe nas etapas de montanha, o que pode tornar a corrida espectacular. As principais equipas têm de ter muito cuidado com o ofensivo Tim Wellens, o irreverente Gianni Moscon e o incrível Matej Mohoric. Já falámos na UAE Team Emirates, Mikkel Bjerg é o melhor contra-relogista da equipa e vai tentar aguentar as etapas de montanha, enquanto Alessandro Covi está em grande forma e até pode ganhar 1 etapa, não havendo grandes indicações sobre ele no contra-relógio. Depois há mais alguns bons contra relogistas que poderão tentar minimizar perdas na montanha, tais como Remi Cavagna e Patrick Bevin. Por fim, alguns puros trepadores pensarão apenas no top 10, tais como George Bennett, Matteo Fabbro, Jai Hindley e Tao Hart.



 

Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Stefano Oldani e Antonio Tiberi

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