Após um ano de interregno, a Volta a Turquia está de volta! Uma competição que está, à partida, bastante aberta, sem um nome sonante para geral, mas que conta com um excelente leque de sprinters. Destaque para o regresso à competição de Fabio Jakobsen.
Percurso
Etapa 1
Konya é o ponto de partida para mais uma Volta a Turquia. Dia muito curto, apenas 72,4 quilómetros com uma contagem de montanha de 3ª categoria pouco depois do meio da mesma, que não deverá evitar a primeira chegada ao sprint da competição.
De referir que esta não era a etapa inicialmente prevista mas fortes nevões fizeram com que a organização tivesse que alterar o percurso de forma considerável pois o perfil era bastante mais seletivo.
Etapa 2
O pelotão mantém-se em Konya para a 2ª etapa, num dia que também se deve decidir ao sprint. As dificuldades surgem todas na parte inicial e, apesar das diversas subidas, os homens rápidos devem permanecer no pelotão. O final é bastante simples, num sprint onde a potência será a base da vitória.
Etapa 3
Os sprinters que falharam até agora podem tentar redimir-se em Alanya. Maratona de 213 quilómetros e, mais uma vez, as dificuldades surgem na primeira metade, no entanto não serão suficientes para afastar os homens rápidos. Mais um final bastante simples, este junto à costa da cidade turca.
Etapa 4
O paraíso dos sprinters continua e, desta vez, com uma etapa praticamente plana com 185 quilómetros. Mais um final simples de explicar, com uma longa reta da meta a culminar a chegada a Kemer.
Etapa 5
A classificação geral terá a sua grande batalha em Elmali. Serão 12100 metros a 6,3%, uma subida bastante regular onde o último quilómetro tem rampas a uns terríveis 11%. Jaime Roson, Davide Rebellin e Rein Taaramae foram os últimos vencedores neste local.
Etapa 6
Marmaris volta a receber uma chegada da Volta a Turquia. Apesar da subida existente a 10 kms do fim (3kms a 6,9%), normalmente os sprinters costumam sobreviver e uma chegada ao sprint em grupo reduzido é aquilo que costuma acontecer. Nomes conceituados como Sam Bennett, Andre Greipel e Mark Cavendish já aqui venceram.
Etapa 7
O fim-de-semana decisivo começava com uma tirada de complicada. 2800 metros de desnível acumulado positivo, a maioria deles nos primeiros 100 quilómetros com duas subidas bastante complicadas. O final tem pequenos topos, o último a cerca de 7 quilómetros da chegada a Turgutreis com cerca de 3 kms a 5%.
Etapa 8
Não pensem que a derradeira etapa da Volta a Turquia será um passeio. 161 quilómetros com chegada a Kusadasi e com os últimos 30 quilómetros bastante difíceis. Aí surge uma colina de 1600 metros a 8,3%, subida que antecede dois pequenos topos já nos derradeiros 10 quilómetros, o último a 5000 metros da chegada com 1600 metros a 4,2%.
Táticas
Com a mudança forçada da primeira etapa, o 5º dia ganha uma importância ainda maior. É certo que as etapas do fim-de-semana não serão fáceis, no entanto, teoricamente, não deverão fazer diferenças tão significativas.
Mesmo assim, o facto do pelotão não ser tão forte e não existindo um bloco que se diferencie da concorrência, poderá tornar a corrida bastante aberta e propícia a ataques.
Favoritos
Com duas vitórias conquistadas no País Basco, a equipa da Astana estará motivada e Merhawi Kudus tem aqui uma oportunidade de ouro para liderar a formação cazaque. Numa prova com poucos puros trepadores, o eritreu sobressai. É certo que os resultados não têm sido os melhores mas também tem trabalhado para os seus líderes. 3º em 2019, Elmani é uma subida perfeita para si.
Quentin Pacher está longe de ser um trepador, só que nos últimos anos tem tido uma evolução bastante positiva, conseguindo aguentar melhor as escaladas mais longas e duras. O facto de ser um puncheur de origem dá-lhe uma ponta final mais forte, o que poderá ser importante na conquista de bonificações.
Outsiders
Javier Romo está a fazer a sua estreia no pelotão profissional depois de ter deixado o triatlo e já começou a mostrar o porquê da Astana o ter contratado. Foi 5º na Settimana Coppi e Bartali onde, na etapa rainha, perdeu apenas para Jonas Vingegaard. Ainda muito jovem, o mundo do ciclismo está a descobrir o espanhol no entanto pelo que já mostrou poderá conseguir o seu primeiro grande resultado.
José Manuel Diaz é um corredor bastante regular que raramente ganha, situação que pode mudar esta semana. O espanhol é um trepador competente, gosta de colocar o seu ritmo, e subidas longas são ideais para si. Tem já algum ritmo e, em 5 competições demonstrou a sua regularidade, sempre no top-25.
Porque não pensar em nova surpresa vinda das equipas continentais turcas? Na preparação para o grande objetivo da temporada, a Spor Toto viu Anatoliy Budyak triunfar no Tour of Mevlana, vencendo a etapa rainha. As referências do ucraniano de 25 anos são poucas, mas em competições de nível semelhante e com menor idade conseguiu imiscuir-se entre os melhores.
Possíveis surpresas
Noutros tempos, Eduardo Sepulveda era um dos principais candidatos, um trepador razoável, que se defendia na alta montanha. O argentino parece longe dos tempos áureos mas a sua ida para a Androni Giocatolli poderá fazer com que Sepulveda volte às boas exibições. Danilo Celano é um corredor que tanto poderá vencer como estar muito longe da vitória, um hit or miss clássico mas que tem qualidade mas que suficiente para triunfar. Em condições normais Kevin Rivera é um dos melhores trepadores da prova, só que o costa-riquenho é muito volátil, tanto tem um dia bom como falha redondamente. Se estiver numa semana “sim” será um perigo Sebastian Berwick destacou-se nas provas da Oceânia, veremos o que conseguirá fazer a um nível mais elevado e numa das primeiras competições pela Israel Start Up-Nation. Rodrigo Contreras, Mauro Finetto e Sebastian Schonberger são alternativas dentro da Astana, Delko e B&B Hotels. Olho nos russos Artem Nych e Nikolay Cherkasov, no norte-americano Kyle Murphy e no colombiano Jhojan Garcia, bons trepadores com resultados em provas menores.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Jay Vine e Pierre Rolland.