Sai amanhã para a estrada mais uma edição da “Alentejana”! Deslocada do seu posicionamento habitual no calendário, a prova portuguesa contará com um pelotão forte, onde José Neves estreará a camisola de campeão nacional.



Percurso

Etapa 1

Reguengos de Monsaraz acolhe a partida da Volta ao Aletenjo, um dia com praticamente 200 quilómetros, sem grandes dificuldades e que se deve decidir ao sprint. O final, em Beja, é completamente plano, a reta da meta é bastante longa, perfeito para um sprint em potência.

 

Etapa 2

Os homens rápidos deverão ter uma nova oportunidade ao 2º dia, com chegada a Sines. Apesar de alguns colinas, é expectável uma nova chegada ao sprint, só que ao contrário do dia anterior, a chegada é mais técnica com, 4 curvas apertadas nos últimos 2 quilómetros, a última delas a apenas 400 metros do fim.

 

Etapa 3

Os sprinters voltam a ter nova chance para brilhar, desta vez na chegada a Mora. Dia com poucas dificuldades, onde apenas há a destacar os quilómetros finais. O final é bastante acessível, existe uma longa reta, de praticamente 2 quilómetros, até à curva final que leva os ciclistas aos 500 metros finais. O quilómetro final é em ligeira subida, 3% de inclinação.

 

Etapa 4

O sábado de ciclismo começa bem cedo com uma etapa vespertina, a mais dura da competição. Somente 84,5 quilómetros mas com passagens por Cabeço de Mouro (1600 metros a 11,7%), Monte Paleiros (2,5 kms a 5,9%) e Senhora da Penha (1300 metros a 8,5%) em apenas 20 quilómetros, sendo que ficam a meio da etapa.

A última subida fica a 18 quilómetros do fim e, a partir daqui o terreno é bastante rápido até à chegada a Castelo de Vide, onde a estrada começa a inclinar nos derradeiros 3000 metros, sendo o último quilómetro tem uma pendente média de 5%.

 

Etapa 5

Pela tarde, será hora do contra-relógio individual em Castelo de Vide. Apenas 8 quilómetros mas com duas duras subidas. A abrir surge a Senhora da Penha (1300 metros a 8,5%), seguindo-se uma fase mais rápida antes dos derradeiros 800 metros a 5,4%.




Etapa 6

Como já vem sendo hábito a Volta ao Alentejo termina em Évora, com 151 kms que ligam a capital do Alentejo Central a Castelo de Vide. Esta volta a ser uma etapa sem subidas categorizadas mas com um terreno bastante ondulante. Os últimos 500 metros da etapa, no centro de Évora (Praça do Giraldo), têm 6% de inclinação média, sendo feitos em empedrado.

 

Táticas

O traçado da Volta ao Alentejo é algo monótono, as coisas apenas devem animar ao 4º dia de corrida, com a jornada dupla junto de Castelo de Vide. Algo que poderia mudar isto seriam as bonificações. Com 10, 6 e 4 segundos na meta, 3, 2 e 1 segundos nos sprints intermédios daria mais imprevisibilidade e emoção à corrida, infelizmente não há bonificações. O Alentejo em Março por vezes até tem dias de vento e chuva, algo muito improvável agora.




Todos têm a noção que a corrida se ganha ao 4º dia e nos restantes é apenas para não perder, a 4ª etapa será muito nervosa e está bem desenhada, com Cabeço de Mouro (a subida mais dura) bem longe da meta, o que promete espectáculo. O contra-relógio depois é muito peculiar, é bom para ciclistas explosivos e com boa técnica, pode-se perfeitamente ganhar a descer.

 

Favoritos

José Neves provou nos Campeonatos Nacionais que esta é a sua temporada de afirmação, ouro na prova de estrada e bronze no contra-relógio, o novo campeão nacional está simplesmente a voar. Confiança e forma é tudo e José Neves vai querer adicionar esta corrida ao seu palmarés, já venceu esta época com um ataque de muito longe. Apesar de bom contra-relogista o esforço individual pode ser um problema devido à parte técnica.

Este perfil adapta-se bem a Luís Mendonça, um corredor que está numa das equipas do momento também. A Efapel parece muito unida e muito sólida, vários ciclistas estão a andar bem e a ganhar. Está a subir bem e vai aproveitar a sua vertente de sprinter no contra-relógio. É daqueles ciclistas que apreciaria a existência de bonificações.

Outsiders

Luís Gomes é muito explosivo e adapta-se bem a este traçado, a dureza da 4ª etapa não será em demasia para ele e depois tem uma boa ponta final. Depois da afirmação de 2020 está a ser bastante consistente em 2021, fazendo top 10 em quase todas as corridas que disputa.

O Louletano-Loulé Concelho tem melhorado de rendimento no último mês, Tomas Contte tem andado muito bem e esta pode ser uma oportunidade para César Paredes mostrar do que é capaz. O colombiano já foi 5º no G.P. O Jogo, 4º em Albergaria e top 15 no Abimota, um pódio está muito próximo.




Muitas vezes na W52-FC Porto se não ganha um ganha outro. Ricardo Vilela não tem competido muito, mas sempre que foi chamado à responsabilidade, respondeu bem. Caso se forme um grupo restrito  após o Cabeço de Mouro é provável que a formação liderada por Nuno Ribeiro tenha superioridade e nesse caso Ricardo Vilela pode beneficiar disso.

Possíveis surpresas

A formação de Mortágua vem com um alinhamento praticamente na máxima força e com um trio muito perigoso. Joaquim Silva tem dado muito boas indicações ao longo da época, Gaspar Gonçalves adapta-se bem a subidas curtas e explosivas e vem de uma medalha nos Nacionais e Tiago Antunes é a grande incógnita, a andar extremamente bem no início do ano, a queda na Volta ao Algarve trocou-lhe as voltas e regressa aqui à competição. No Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel é o russo Aleksandr Grigorev que melhor se adapta a estas subidas, mas tem estado longe do que já mostrou quando ingressou na formação algarvia. Mauricio Moreira vem de um triunfo no Douro que foi um importante reforço para a sua confiança, se tiver as mesmas pernas é um perigo se o deixarem ganhar uns metros. Na Rádio Popular Boavista não faltam opções para um bom resultado, mas o pódio parece complicado. Daniel Freitas vai tentar sobreviver ao Cabeço de Mouro, enquanto Hugo Nunes procura mostrar que deu mais um passo em frente na carreira. Na Kelly/Simoldes/UDO atenção também a Henrique Casimiro, um corredor muito consistente, em subida de forma, e que conhece muito bem estes terrenos. Não acreditamos que ninguém das equipas estrangeiras lute pela vitória, mas é precisar ter olho em Diego Rubio, Kiko Galvan e David Gonzalez.

Super-jokers

Os nossos super-jokers são Pedro Miguel Lopes e João Macedo.

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