Chegou a hora de algumas das melhores equipas e dos melhores ciclistas do Mundo correrem em Portugal! Está aí a Volta ao Algarve e o espectáculo é garantido com um elenco de luxo e um percurso apelativo.
Percurso
A 1ª etapa sai de Portimão e termina em Lagos, após quase 200 kms. Com pouco mais de 2000 metros de desnível, a chegada ao sprint é previsível. No entanto a aproximação a Lagos é muito rápida, sendo feita em ligeira descida, é um perigo para as quedas. Fabio Jakobsen ganhou aqui em 2019
Logo ao 2º dia a geral vai começar a ser decidida no Alto da Fóia. Após 145 kms relativamente simples as dificuldades começam a surgir, numa sequência que é perfeito para endurecer a corrida ou instigar ataques de longe. Primeiro são 1800 metros a 7,4%, depois 2700 metros a 7,9% e ainda 2100 metros a 6,6%, antes do Alto da Pomba. São 3500 metros a 7,6%, uma contagem de 2ª categoria muito dura e entre ele e a subida da Fóia só há 6 kms. Esta vertente da Fóia, desde Monchique tem 7,8 kms a 5,8%, é uma ascensão muito regular depois do início abrupto.
A 3ª tirada é nova chance para os sprinters, com a tradicional chegada a Tavira, em ligeira subida. A primeira metade da jornada é animada com 2 contagens de 3ª categoria, uma classificação que pode ainda estar em aberto nesta fase da prova. O vencedor em 2019 foi Dylan Groenewegen.
A chegada mais mítica desta prova, o Alto do Malhão, este ano surge ao 4º dia, no Sábado. Uma dupla passagem pela montanha de 2500 metros a 9,7%, com a primeira passagem a ocorrer a 23 kms da meta. O terreno depois é ondulado, o que torna as perseguições complicadas. Será o tudo por tudo dos trepadores, numa subida que não faz diferenças enormes.
A corrida pode ainda chegar em aberto ao último dia, com o contra-relógio individual de 20 kms em Lagoa a decidir tudo. A parte inicial e a parte final têm partes a rolar, mas é muito complicado manter o ritmo no miolo ondulado.
Novidades para 2020
O percurso é semelhante aos anos anteriores, com 2 etapas ao sprint, 2 chegadas em alto e 1 contra-relógio individual. A grande diferença é que desta vez o esforço individual está a fechar a Volta ao Algarve, o que não é habitual. Com isto a grande questão é reside na atitude das equipas dos melhores trepadores na etapa da Fóia, aquela que tem mais potencial para fazer diferenças. É que se não rebentarem com a corrida e dá a geral de mão beijada aos melhores especialistas em contra-relógio.
Tácticas e blocos
Para acontecer o que referimos no ponto em cima é necessário haver um bloco forte, capaz de ter clara superioridade numérica em grupos reduzidos. Não é preciso estarmos com rodeios, Remco Evenepoel parte como claro favorito e é o alvo a abater. Parece-nos que só há 2 equipas capazes de ameaçar Evenepoel e uma Quick-Step relativamente fraca na montanha. O primeiro é o da Bora-Hansgrohe com Kamna, Grossschartner e Schachmann. O segundo é o da Team Ineos, com Dennis, Kwiatkowski, van Baarle, Swift e Thomas. O problema é que Kwiatkowski parece longe do seu melhor e a condição física de Thomas é uma incógnita.
Favoritos
Remco Evenepoel é o nome mais consensual no que toca ao favoritismo, apenas aos 20 anos. O que fez na Vuelta a San Juan, com a ajuda de Oscar Sevilla, foi muito especial e tem tudo para não só ganhar o contra-relógio individual, como também dar 1:30 a 2 minutos a muitos dos candidatos. O Alto do Malhão está dentro do tipo de esforços que gosta, existem 2 questões: como se sairá na Fóia e que tipo de apoio terá numa equipa onde só João Almeida é trepador.
Um dos poucos que tem capacidade para bater Remco Evenepoel é Geraint Thomas. Só que o britânico chega aqui preparado para fazer um teste, fará pódio ou fica fora do top 20. Thomas tem descurado um pouco este tipo de corridas desde que se começou a focar nas Grandes Voltas, no entanto foi 2º em 2018 aqui no Algarve, perdendo só para o seu colega de equipa, Michal Kwiatkowski.
Outsiders
Rohan Dennis tem tudo para estar no pódio. É um dos melhores especialistas do Mundo no contra-relógio e nas etapas de montanha tentará minimizar as perdas ao máximo, o australiano mostrou no ano passado na Volta a Suiça que melhorou muito neste campo e arrancou bem a época no Tour Down Under.
Rui Costa está muito motivado depois do que mostrou e conseguiu no Saudi Tour, onde era claramente o melhor trepador. Ter ritmo de competição irá ajudá-lo, bem como ter algumas ajudas na montanha como Joe Dombrowski ou Jan Polanc. É o seu regresso ao Algarve depois de ter sido 5º em 2012 e 2013 e 3º em 2014.
Maximilian Schachmann é um corredor muito perigoso, o alemão sabe que tem de atacar de longe para ter hipóteses de ganhar a prova e conta com uma equipa forte em seu redor. Anda sempre bem no início do ano e foi 7º aqui em 2018, outro corredor que se defende muito bem no contra-relógio.
Possíveis surpresas
Tim Wellens costuma começar muito bem as épocas, desta vez escolheu a Volta ao Algarve em vez da Vuelta a Andaluzia, onde ganhou 2 etapas em 2019, o belga tem alguns objectivos à porta e deve estar já a andar bem. Sai-se bem nas subidas curtas e no contra-relógio. Miguel Angel Lopez e Dan Martin até têm chances de ganhar 1 etapa, mas para a geral será praticamente impossível, irão perder mais de 1:30 no contra-relógio. Felix Grosschartner não esteve na mal em Murcia, tal como Lennard Kamna, enquanto Simon Geschke deve liderar a CCC Team depois do brilharete no Tour Down Under. Bauke Mollema vai chefiar a Trek-Segafredo e é um perigo para o pódio, tem prestações irregulares no contra-relógio, mas tem a confiança em alta depois do que conseguiu no final de 2019. Dylan van Baarle é perigoso se tiver carta branca para atacar.
Em relação às equipas portuguesas, aquele que nos parece melhor é Vicente Garcia de Mateos, depois da excelente exibição em Murcia, onde acompanhou os melhores na montanha. A W52/FC Porto tem um bloco muito sólido, mas ninguém tem dias de competição no estrangeiro. Resta saber entre Edgar Pinto, Amaro Antunes e João Rodrigues quem tem esta prova como um grande objectivo. A equipa Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel pode-se destacar pela competição que já teve na Argentina, veremos o que Marque, Frederico Figueiredo e Grigoryev conseguem fazer. A Efapel parece forte e motivada, veremos o que Tiago Machado consegue fazer com a experiência internacional que já tem.
Super-Jokers
Os nossos Super-Jokers são: Lennard Kamna e Luis Leon Sanchez.
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