Chegou a hora de algumas das melhores equipas e dos melhores ciclistas do Mundo correrem em Portugal! Está aí a Volta ao Algarve e o espetáculo é garantido com um elenco de luxo e um percurso apelativo.

 

Percurso

Etapa 1

A 1ª etapa sai de Portimão e termina em Lagos, após quase 200 quilómetros. Com pouco mais de 2000 metros de desnível, a chegada ao sprint é previsível. No entanto a aproximação a Lagos é muito rápida, sendo feita em ligeira descida, é um perigo para as quedas. Fabio Jakobsen ganhou aqui em 2019 e 2020.





Etapa 2

Logo ao 2º dia a geral vai começar a ser decidida no Alto da Fóia. Após 155 kms sem grandes dificuldades, estas começam a surgir. A organização decidiu mudar a aproximação habitual à subida final, retirando as subidas de Alferce e do Alto da Pomba. Ao invés, os ciclistas terão pela frente a subida da Picota (10,3 kms a 5,3%). Entre o alto e o início da Fóia distam apenas 6 quilómetros. Esta vertente da Fóia, desde Monchique tem 7,7 kms a 5,6%, é uma ascensão muito regular depois do início abrupto.

 

Etapa 3

Um dos regressos da Algarvia acontece ao 3º dia, com a chegada a Faro a voltar ao mapa da competição pela primeira vez desde 2008. Mais uma maratona, esta com praticamente 210 quilómetros, onde tudo se deve decidir ao sprint, numa chegada em ligeira subida.

 

Etapa 4

Entre Vila Real de Santo António e Tavira vão 32 200 metros de contra-relógio individual! Longo percurso e esforço individual para os ciclistas, num percurso bastante rápido com exceção do seu miolo onde existem 3 300 metros a 3,3%.




Etapa 5

A chegada mais mítica desta prova, o Alto do Malhão, será o palco das decisões finais. Dia de sobe e desce constante com 3 contagens de montanha de 3ª categoria a anteceder duas passagens pelo Malhão. Picota (1500 metros a 7,6%), Vermelhos (3400 metros a 5,6%) e Alte (2400 metros a 6,8%) servirão de aquecimento para o Malhão, cuja primeira passagem será feita a 24 quilómetros do fim. Apesar de toda a dureza, tudo se deve decidir na derradeira passagem pelo Alto do Malhão. 2400 metros a 9,8% que prometem muito espetáculo!

 

Tácticas

Comparando esta Volta ao Algarve com a de anos anteriores, a diferença está na extensão do contra-relógio. Com mais de 30 quilómetros, os especialistas vão sair muito favorecidos e podem “apenas” defender nas etapas de montanha, algo que poderá levar a ataques de longe e a uma corrida mais endurecida por parte das equipas dos puros trepadores.

Novamente no seu local habitual, em meados de Fevereiro, as grandes figuras do pelotão internacional estão presentes, não só para a classificação geral mas também para as chegadas rápidas.

Como sempre, esta é uma oportunidade de ouro para as equipas nacionais, transmissão internacional, competição com equipas World Tour e se é verdade que o contra-relógio praticamente retira hipóteses no que toca a geral, os últimos anos mostrarem que não é descabido pensar numa vitória em etapa, na Fóia e no Malhão.

 

Favoritos

Remco Evenepoel está de regresso ao Algarve! Depois da vitória em 2020, o jovem belga quererá somar novo triunfo, ele que chegará ainda mais motivado, depois de ter perdido a Volta à Comunidade Valenciana. O longo contra-relógio individual são ótimas notícias para Evenepoel, conseguirá ganhar imensa vantagem para a maioria dos rivais. As subidas em Portugal são mais ao seu jeito, tudo depende de como as etapas serão atacadas pois o bloco de montanha da Quick-Step não é tão forte como o das outras equipas. Mas já vimos que a melhor defesa de Evenepoel é o ataque.



Outro ciclista em grande forma neste início de temporada é Brandon McNulty. O norte-americano já venceu em 2022 e no passado domingo voltou a estar em destaque em Almeria. No contra-relógio terá uma forte base para um excelente resultado, veremos se conseguirá distanciar os seus rivais nas subidas, este ano já mostrou que é possível. Contra si, terá o facto de apenas ter 4 companheiros de equipa.

 

Outsiders

A INEOS Grenadiers vem com um super bloco e com tanta opção, é difícil referir apenas um líder, no entanto acreditamos que Daniel Martinez se pode destacar. O colombiano sagrou-se campeão nacional de contra-relógio no passado fim-de-semana, vem em boa forma, e a subir já demonstrou que, nos melhores dias, é capaz de grandes exibições. Um bom resultado aqui pode catapultá-lo para lideranças em provas ainda mais importantes.

Ion Izagirre é um especialista em provas de uma semana com um contra-relógio à mistura. Em estreia pela Cofidis, o ciclista basco quererá deixar boa impressão logo à primeira oportunidade, numa equipa que começou 2022 com grandes resultados. Não é um corredor de grandes ofensivas, deverá seguir as rodas e aproveitar as situações de corrida.



Tobias Foss é um corredor muito completo, defende-se muito bem na montanha e anda como poucos no esforço individual. O norueguês tem tudo o que é necessário para conseguir um bom resultado na “Algarvia” a arrancar a temporada em grande, aproveitando uma oportunidade de ouro de liderar a Jumbo-Visma em provas por etapas. Tal como McNulty, só terá 4 colegas de equipa.

 

Possíveis surpresas

Como já referimos, a INEOS Grenadiers vem com diversas opções, entre o antigo vencedor Geraint Thomas, ciclista que nunca pode ser descartado devido à sua qualidade mas que, nos últimos anos, não tem iniciado as temporadas em grande forma. Ainda na equipa britânica estamos curiosos daquilo que será capaz Tom Pidcock, nas etapas de montanha deverá defender-se, veremos no contra-relógio. Ethan Hayter tem contas a ajustar com a prova, depois de ter caído no ano passado enquanto liderava, no entanto não parece na melhor forma. Samuele Battistella vem de um bom resultado em Provence, a forma está lá, mais um excelente resultado é bastante provável. Noutra equipa e com liberdade, Kasper Asgreen seria um sério candidato, no contra-relógio poderá ganhar muito tempo no entanto esteve recentemente infetado com COVID-19 e, para além diso, será o grande apoio de Remco Evenepoel. Sergio Higuita, David Gaudu e Warren Barguildeverão estar na luta nas duas etapas de montanha só que o contra-relógio será muito prejudicial para ambos e aí sairão, por completo, da luta pela camisola amarela-Nas equipas portuguesas, destacamos os nomes de Frederico Figueiredo, Amaro Antunes e o campeão nacional José Neves. Os muitos quilómetros de contra-relógio serão fatais para os primeiros no entanto Neves poderá defender-se e, depois de ter estado na ofensiva na Prova de Abertura, pode ser sinal de que quer começar bem a temporada. Jay Vine, Jonathan Lastra e Juan Pedro Lopez são opções para top-10, devem andar com os melhores nas etapas de montanha.



Super-jokers

Os nossos super-jokers são Georg Zimmermann e Javier Romo.

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