Vuelta al Pais Vasco 2018 - 58th Edition - 6th stage Eibar - Arrate 122.2 km - 07/04/2018 - Primoz Roglic (SLO - Team LottoNL - Jumbo) - Ion Izagirre (ESP - Bahrain - Merida) - Mikel Landa (ESP - Movistar) - photo Luis Angel Gomez/BettiniPhoto©2018

Espanha continua a acolher os ciclistas do World Tour, desta vez com o País Basco e os seus fervorosos adeptos a fazerem parte do espectáculo que se espera ao longo da semana.

 

Percurso

Uma das melhores provas de 1 semana do calendário internacional desta vez começa com um contra-relógio individual em vez de terminar com o esforço individual. Mas como todas as tiradas nesta prova, tem de ter montanha. São 12100 metros, mas com uma subida de 2200 metros a 9,7% a meio, está longe de ser um percurso para puros especialistas, há muito pouco terreno plano.

A 2ª etapa é uma novidade completa, uma espécie de Tour des Flandres no País Basco. 150 quilómetros de sobe e desce constante com pequenas colinas e 6 troços de empedrado entre os 55 kms e os 15 kms para a meta. Ao todo serão 5900 metros de empedrado onde o pelotão estará certamente nervoso, ainda mais se estiverem más condições meteorológicas. A chegada a Gorraiz não é nada fácil, o último quilómetro tem 5% e os últimos 500 metros mais de 7%.



Na 3ª tirada haverá mais um final típico para puncheurs, na chegada a Estibaliz, as restantes subidas estão demasiado longe da meta para fazer diferenças. O final é em ligeira subida, com os 1000 metros finais a 4%, não deverá ser duro demais para alguns sprinters.

É na 4ª jornada que a classificação geral se pode começar a definir. A contagem de 1ª categoria a Bikotz Gane a cerca de 40 kms da meta pode abrir as hostilidades, com 5 kms a 8,5%. Caso aí não haja diferenças os 10 kms finais têm dureza suficiente para isso, primeiro com 1,1 kms a 6,3% e depois 3,1 kms a 3,8%, um final enigmático e que assenta bem a vários ciclistas.

A classificação geral começa a decidir-se no 5º dia, uma etapa curta e explosiva com chegada a Arrate. Já depois de 4 contagens de 3ª categoria começa a montanha capaz de fazer grandes diferenças, a 40 kms da meta, com a subida de Izua (4,2 kms a 9,4%), depois há Trabakua (4 kms a 6,2%), antes da ascensão a Arrate, um clássico nesta Volta ao País Basco. Rampas temíveis, que não traduzem bem os 5900 metros a 7,4%. O último quilómetro é a descer e geralmente quem faz a descida na frente sai vencedor.





A última etapa tem tudo para ser um grande espectáculo, menos de 120 kms recheados de montanha, muitas subidas e ciclistas a precisar de recuperar tempo. Praticamente a abrir há 4700 metros a 6% e depois de mais 2 contagens de 3ª categoria temos a subida de Azurki, com 8 kms a 6,7%. Já a menos de 40 kms do final aparece a ascensão a Karakate, que tem 5 kms a 8,7%. A última contagem de montanha é em Asensio, com 3400 metros a 7,8%, uma subida que engana, já que são 7 quilómetros com o terreno sempre a inclinar. Caso ainda haja um pequeno grupo junto, já depois de uma longa descida existe um troço de 500 metros a mais de 10%, dentro dos 5 kms finais.

 

Tácticas

De forma realista tudo se decide nas últimas 2 etapas, que estão desenhadas para ciclistas e equipas que gostam de atacar de longe. O contrarrelógio é curto e tem montanha, o que minimizará diferenças. Até é plausível que na 5ª etapa haja um certo controlo por parte do pelotão, mas o último dia tem tudo para ter ataques de início ao fim, o que beneficia equipas que tenham vários candidatos.

A Astana mostrou que no Tirreno-Adriatico que não é preciso alta montanha para fazer diferenças enormes e curiosamente a equipa cazaque tem aqui aquela que é talvez a equipa mais forte em provas de 1 semana que já vimos, todos são capazes de fazer top 10, eles ditarão grande parte da corrida.

 

Favoritos

Jakob Fuglsang apareceu no Tirreno-Adriatico talvez na melhor forma da carreira. Algumas semanas depois vamos ver se o dinamarquês conseguiu manter o nível da prova italiana. Tendo em conta o estilo das subidas e o estilo de corrida no País Basco parece-nos dos ciclistas da Astana um dos mais indicados para este percurso.



Adam Yates foi outro corredor que esteve na luta pelo Tirreno-Adriatico e volta aqui a estar em acção. Apesar de ser um ciclista de ataque, a Mitchelton-Scott não tem tantas armas como a Astana, portanto podemos ter a formação australiana a tentar controlar a corrida, e aí Mikel Nieve terá um papel preponderante.

 

Outsiders

Um basco que está agora a regressar é Mikel Landa. O corredor da Movistar adora atacar de longe e corridas bastante ofensivas. Ganhou ritmo na Settimana Coppi e Bartali e deve aparecer aqui já em boa forma, numa Movistar que tem Carlos Verona, Marc Soler e Ruben Fernandez como principais gregários.

Se querem ciclismo ofensivo o nome certo é Alexey Lutsenko, o campeão cazaque está a preparar as clássicas das Ardenas, o seu grande objectivo do ano e está a atingir um grande pico de forma. A sua impressionante vitória de etapa no Tirreno-Adriatico ficou na memória.

Será a última etapa dura demais para Julian Alaphilippe? É uma boa pergunta, à qual não temos resposta, mas o perfil desta prova parece ser bom para o francês, tendo somente 2 dias com muita montanha. Nas restantes tiradas Alaphilippe pode perfeitamente ir buscar segundos de bonificações preciosos.



 

Possíveis surpresas

Como já dissemos, praticamente toda a equipa da Astana tem potencial de fazer top 10, particularmente o campeão espanhol Gorka Izagirre e o irmão Ion Izagirre, que não terminou o G.P. Miguel Indurain. Nairo Quintana gostaria de mais alta montanha, o estilo de ciclismo ofensivo que é necessário para se estar na frente aqui não encaixa bem no perfil do colombiano. Enric Mas não pareceu no topo da forma no Paris-Nice, no entanto em casa pode apresentar-se melhor. Dylan Teuns tem aqui um percurso muito ao seu jeito e a Bahrain-Merida não tem uma má equipa para o ajudar. Emanuel Buchmann deu-se bem em Espanha no início da temporada e pode voltar aqui a fazer uma gracinha. A Team Sky aparece com Geraint Thomas e Michal Kwiatkowski, mas o britânico parece ainda longe da melhor forma e o polaco pode ter dificuldades nas subidas mais longas. Tadej Pogacar e Daniel Martin são excelentes opções na UAE Team Emirates, Pogacar tem a vantagem de também descer muito bem e ter pouco a perder. Bauke Mollema, George Bennett e Sam Oomen são apostas sólidas para um possível top 10.

 

Super-Jokers

Os nossos super-jokers são Amaro Antunes e David Gaudu.


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