Após um adiamento, a Vuelta a Andalucia sai para a estrada. Coincidindo com o Giro, as grandes figuras não serão tantas no entanto alguns nomes fortes ainda estarão presentes.
Percurso
Etapa 1
A Volta a Andaluzia começa com uma jornada de média montanha. O início da etapa logo com uma montanha de 2ª categoria pode proporcionar uma fuga forte, complicada de controlar. Com mais 2 contagens de 3ª categoria pelo caminho, temos um total de 2700 metros de desnível positivo, mas sem grandes montanhas. O final tem 1500 metros a 5,8%, o desfecho deve ser um sprint em subida em grupo restrito.
Etapa 2
O 2º dia terá um sobe e desce andaluz com quase 4000 metros de desnível, existe um potencial imenso de fazer diferenças. No menu há 3 contagens de 3ª categoria e 2 passagens pelo Alto de la Hortichuela, uma subida com 8,2 kms a 5,6%, sendo que a 2ª passagem é bem perto do final. Esta subida tem 6,7% nos 4 kms iniciais, é a parte mais complicada. Depois haverá um quilómetro final com muita gente a ficar a pé, ao ter mais de 11% de inclinação.
Etapa 3
A 3ª etapa é a mais dura de todas e onde os trepadores poderão sobressair mais, é também aquela mais difícil de controlar e onde é mais provável haver etapas de longe. Aqui já vai haver diferenças na geral e as 2 contagens de montanha mais duras, as de 1ª categoria, estão logo no início, o Puerto del Yelmo, com 10,7 kms a 7%, e o Puerto de la Toba, com 10,2 kms a 6%. Caso não haja movimentos aqui o mais provável é os favoritos esperarem pelo Alto Collado de los Yesos (6,7 kms a 6,5%), que está a 15 kms da meta. A jornada terá uma chegada em alto, no Puerto de Onsares, com 4 kms a 5,7%, em que o quilómetro final tem 6,3%.
Etapa 4
A 4ª tirada será uma excelente oportunidade para os sprinters em prova, com apenas 2150 metros de desnível. Ainda por cima as subidas mais complicadas estão na 1ª metade da jornada e os 30 kms finais são planos. Os 2000 metros finais são em ligeiro falso plano.
Etapa 5
A última etapa é curta e explosiva e terá vários cenários em cima da mesa. Uma subida de 3,4 kms a 5,4% a 5 kms da meta, incluindo 1 km a 7,4%, abre o apetite a muitos corredores. Os sprinters que passam bem a montanha esperam que não seja muito atacada, caso seja uma subida ofensiva os ciclistas da geral com uma boa ponta final e ainda é possível um ciclista chegar isolado à meta com um ataque final.
Táticas
Apenas com uma chegada em alto e sem um contra-relógio, esta será uma corrida muito aberta. Os principais nomes do ciclismo mundial que costumam estar aqui em Fevereiro estão, por esta altura, ou no Giro, ou a preparar o Tour de France, pelo que a qualidade do pelotão é ligeiramente mais fraca.
Não há nenhuma equipa com um alinhamento extremamente forte que consiga controlar as etapas pelo que, como já referimos, a corrida será aberta e esperamos bastante espetáculo. A 3ª etapa será a mais importante, mas as restantes podem ser armadilhas e provocar o caos.
Favoritos
Após ter ganho algum ritmo na Romandia e no Challenge de Maiorca, está na hora de Miguel Angel Lopez se mostrar! O colombiano tem andando discreto, numa das provas da semana passada esteve bastante ativo, pelo que a sua condição física está a melhorar. As 2ª e 3ª etapas têm finais perfeitos para si, principalmente a chegada em alto, local onde tem a obrigação para vencer.
Eddie Dunbar é uma das várias opções da INEOS Grenadiers para esta corrida. O talentoso irlandês tem tido poucas oportunidades para brilhar mas quando tem liberdade tem aproveitado. Trepador bastante explosivo, adorará as primeiras etapas e, sabendo da força da sua equipa, poderá ir um pouco mais descansado para a etapa rainha.
Outsiders
Após lesão, Ilnur Zakarin está, aos poucos, a regressar. Foi 8º nas Asturias e, já com mais ritmo, será um perigo maior. É certo que preferiria etapas mais duras, com montanhas mais longas, mas neste pelotão será sempre um dos mais forte. Uma vitória aqui seria importante para si e para a Gazprom-Rusveli
Sebastian Henao não tem tido muitas oportunidades desde que está na INEOS Grenadiers mas a forma demonstrada no Algarve faz acreditar que poderá ser um corredor protegido. O colombiano fez um trabalho incrível para o seu líder na montanha e mesmo assim fechou no top-10. Prefere as subidas longas às explosivas por isso terá que se defender até ao 3º dia.
Jonathan Lastra está a voar neste momento! O ciclista espanhol encontra-se, talvez, na melhor forma da sua carreira e vem somando diversos top-10, inclusive 4º na Volta ao Algarve e 2º numa prova do Challenge de Maiorca. Longe de ser um trepador, Lastra é um corredor mais explosivo, pelo que as primeiras duas etapas serão fundamentais para si, tentando defender-se ao máximo ao 3º dia.
Possíveis surpresas
Oscar Rodriguez ainda não mostrou porque é que a Astana o contratou, tem com começar a dar nas vistas, é um corredor que conhece estas estrada e gosta de subidas inclinadas. Atenção a Nicola Conci e Antwan Tolhoek, dois jovens de extrema qualidade que na maioria do ano são gregários, têm aqui uma chance para brilhar. Depois do 2º lugar na Turquia, não podemos descartar Jay Vine de outro brilharete, ele que lidera a Alpecin-Fenix. Na Movistar, ainda há Hector Carretero, corredor que conseguiu a primeira vitória da carreira este mês e vem de boas exibições em Maiorca. Uma terceira opção na INEOS Grenadiers é Ethan Hayter mas a dureza é muita para o jovem britânico. James Piccoli vem de fazer 2º no Tour do Ruanda, está em boa forma, um bom resultado é possível mas a concorrência aqui é muito mais forte. As equipas espanholas têm aqui uma boa oportunidade para brilhar. Na Euskaltel-Euskadi muito cuidado com o duo composto por Mikel Bizkarra e Luis Angel Mate, dois ciclistas já veteranos mas que conhecem muito bem o percurso e sobem relativamente bem. Na Kern-Pharma, a liderança será de Roger Adriá, ao passo que Daniel Navarro (vem com dois top-15 em gerais) liderará a Burgos-BH.
Super-jokers
Os nossos super-jokers são Finn Fisher-Black e Rune Herregodts.