PULPÍ, SPAIN - MAY 22: Antwan Tolhoek of Netherlands and Team Jumbo - Visma, Miguel Ángel López Moreno of Colombia and Movistar Team yellow leader jersey & Julen Amezqueta Moreno of Spain and Team Caja Rural-Seguros RGA celebrate at podium during the 67th Vuelta A Andalucia - Ruta Del Sol 2021, Stage 5 a 114,5km stage from Vera to Pulpí / @VCANDALUCIA / on May 22, 2021 in Pulpí, Spain. (Photo by Gonzalo Arroyo Moreno/Getty Images)

Obviamente o prato principal na próxima semana será a Volta ao Algarve, no entanto é preciso atentar também na Vuelta a Andaluzia, que vai contar com uma excelente lista de participantes e com um percurso muito, muito interessante.

 

Percurso

Etapa 1

Um desenho não muito habitual, principalmente pela contagem de 1ª categoria logo no início da jornada, que pode alterar os planos de muitas equipas caso haja cortes importantes. O resto da etapa é relativamente simples até aos 20 kms finais, com 8 kms a 3,7% a 12,5 kms da meta, uma rampa de 1300 metros a 7,2% a 5 kms do final e o último quilómetro a 8% de média, com pendentes ainda mais complicadas. Ao todo será 200 kms e 3460 metros de acumulado.




Etapa 2

É o chamado carrossel andaluz, com 3000 metros de acumulado em apenas 151 kms. Um sobe e desce constante que contempla 5 contagens de montanha, 4 delas de 3ª categoria. Nenhuma delas é muito complicada, não excedendo os 5,5% de inclinação média, mas vão deixar mossa antes da parte final. A média dos 3 kms finais engana, sendo de apenas 6%, principalmente porque os últimos 600 metros empinam a mais de 11%.

 

Etapa 3

Os sprinters têm aqui uma semi-oportunidade em Otura, mas uma equipa que queira deixar os sprinters mais puros para trás tem mais do que oportunidade para o fazer, para além das 3 contagens de montanha da primeira metade da jornada, os 50 kms finais têm 7,6kms a 3,9% e depois ainda 3,4 kms a 6,2%, que não são categorizados. Para além disso, o final em Otura não é plano, tendo o quilómetro final 2% de inclinação média.

 

Etapa 4

Será a melhor chance para os sprinters, caso não haja ataques no Alto de Purche, logo nos primeiros quilómetros. Se a corrida for lançada daí para a frente, visto que é uma das subidas mais dura, senão a mais dura desta prova, então é um dia táctico e da geral. Se tudo chegar junto à segunda metade do traçado, a última barreira a ultrapassar são 2,4 kms a 5%, já a 8,5 kms da meta.




Etapa 5

A Vuelta a Andaluzia termina com uma jornada mais curta, abaixo dos 150 kms, com a meta a coincidir com uma contagem de 2ª categoria. Como a etapa é curta, atenção aos primeiros 30 kms, novamente com muito para subir, é a fase mais dura. Depois a subida final em Chiclana de Segura tem 6,4 kms a 5,6%, não é muito complicada, com os últimos 1400 metros a 7,5%.

 

Tácticas

Costuma-se dizer que são os ciclistas que fazem a corrida dura e este percurso não podia apelar mais a isso. As subidas mais duras estão quase sempre no início das etapas e há quem possa querer arriscar aí para não estar dependente do “murito” de Alcalá e da subida de Chiclana.

Pelos finais de etapa há alguns nomes que claramente se destacam, mas desses poucos têm equipa para controlar de início ao fim, talvez mesmo nenhum. O bloco de montanha mais forte é o da Bahrain-Victorious, só que sem trepadores explosivos a melhor hipótese é atacar de longe e na mesma situação poderá estar a Bora-Hansgrohe. Poels, Landa, Haig e Caruso são todos ciclistas ofensivos e vão querer aproveitar as debilidades de uma Astana ou de uma Israel. Uma formação importante no desenrolar das etapas será a Quick-Step, têm 3 ou 4 ciclistas bons neste tipo de terreno.

 

Favoritos

Pelo que mostrou na recente clássica espanhola Alexey Lutsenko tem de ser encarado como um dos candidatos, até porque tem a explosão necessária para vencer em finais duros. O ciclista cazaque costuma apresentar-se em boa condição no início das temporadas, quando for atacado irá depender muito de como estarão Simone Velasco e Harold Tejada.



Será a corrida de estreia de Wout Poels em 2022, o holandês tem por hábito obter bons resultados no início de época, já é assim há alguns anos. A Bahrain esteve bem em Valência e terá aqui a força dos números nas subidas mais complicadas, costuma ser bastante transparente nos comunicados que faz e nomeou o holandês como líder para esta prova. É o mais explosivo do quarteto maravilha.

 

Outsiders

No papel estes finais são excelentes para Michael Woods, um dos melhores do Mundo quando a estrada vai acima dos 8% por um período curto de tempo. Não se esconde da corrida e vai precisar de assumir a mesma já que corredores bons na montanha dentro da Israel só estamos mesmo a ver Simon Clarke.

Mikkel Honoré poderá ser uma das confirmações da temporada e este traçado é bom para o dinamarquês que é um ciclista explosivo. É um corredor que poderá poupar esforço no pelotão enquanto Mauri Vansevenant desgasta a concorrência.



Pelo estado de forma temos de referir aqui Carlos Rodriguez, apesar do espanhol não ser propriamente o ciclista mais explosivo. É dos mais beneficiados se a Bahrain explodir a corrida e pode aproveitar essa situação, o nível em Valência foi alto e o corredor da Ineos-Grenadiers esteve próximo do nível de Vlasov e Evenepoel.

 

Possíveis surpresas

Se Simon Yates andar bem aqui consideramos uma meia surpresa já que o britânico nesta fase da carreira já se concentra muito mais nos grandes objectivos da época, pode ser dada aqui uma oportunidade a Nick Schultz. Emanuel Buchmann tem apresentado um nível aceitável e Lennard Kamna esteve bem em Jaén, ambos gostariam de mais alta montanha. Estamos com muita expectativa para ver o que Jack Haig consegue, mas tanto ele como o seu compatriota Ben O’Connor prefeririam subidas mais longas. Depois do que fez no último Giro e na última Vuelta a Murcia não se pode descartar Alessandro Covi, o italiano é um talento enorme, muito completo e tremendamente eficaz.




Super-Jokers

Os nossos Super-Jokers são: Steff Cras e Kobe Goossens.

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