Começa amanhã a maior prova por etapas da Argentina, a Vuelta a San Juan. Um alinhamento de luxo onde estão incluídas 6 equipas do World Tour e o Sporting/Tavira.
Percurso
Os primeiros 163 quilómetros entre San Juan e Pocito não apresentam grandes dificuldades, somente 2 contagens de 3ª categoria a meio do percurso e o final é também acessível. É praticamente a mesma etapa do ano passado que foi ganha por Fernando Gaviria à frente de Niccolo Bonifazio e Matteo Pelucchi.
A 2ª etapa vê a média montanha aparecer, um circuito que é cumprido por 5 ocasiões e que inclui o Alto Punta Negra, com 1000 metros a 8,3%. Em 2018 os sprinters ficaram fora da discussão e venceu Roman Villalobos com cerca de 30 unidades a chegarem com o tempo do vencedor.
Os corredores regressam a Pocito para o contra-relógio individual de 12 quilómetros, num traçado de ida e volta na mesma rua, praticamente sem desnível. Provavelmente não será permitido utilizar as bicicletas de contra-relógio, tal como em anos anteriores. Em 2018 o esforço individual tinha mais 2.5 kms.
Tudo pode acontecer nesta 4ª etapa, praticamente 20 quilómetros sempre a subir a meio da etapa podem originar vários desfechos, mas o mais provável é vermos um pelotão reduzido a discutir a vitória.
Aí está a etapa rainha, uma réplica de 2018 com o Alto del Colorado (quase 19 kms a 4,4%) a ser o palco de todas as decisões. A direcção do vento será um factor predominante para as diferenças, recordando que Gonzalo Najar ganhou aqui em 2018 (sendo depois desqualificado ficando Oscar Sevilla com o 1º lugar) e Rui Costa triunfou em 2017.
O Autódromo El Villicum recebe a partida e a chegada da 6ª etapa, uma jornada plana até aos 10 kms finais, que podem trazer alguma animação, pois há 4.4 kms a 2,3% e depois ainda mais algumas pequenas colinas.
Os ciclistas terminam onde tudo começou, em San Juan com mais um circuito para se disputar. Giacomo Nizzolo festejou em 2018 e em 2017 tinha sido Max Richeze a beneficiar de mais um grande trabalho do comboio da Quick-Step Floors.
Favoritos
Esta é daquelas provas onde não há grande tática. A receita é estar atento aos cortes nos 3 dias com média montanha, defender-se no contra-relógio e estar bem no Alto del Colorado. Obviamente uma boa equipa pode ser muito útil.
Apesar de ter 42 anos, muito cuidado com Oscar Sevilla. O espanhol é o campeão em título e em relação à concorrência deve estar numa condição física mais próxima do seu melhor já que este é um dos grandes objectivos do ano. Defende-se bem no contra-relógio e depois a subida enquadra-se nas suas características. A equipa da Medellin é muito forte, com vários trepadores colombianos de qualidade.
Ricardo Escuela foi 4º em 2017 e em 2018 parecia estar numa excelente condição física quando caiu e foi forçado a abandonar. Um dos melhores corredores argentinos, está extremamente motivado e a imprensa local diz que está em grande forma.
Outsiders
Claro que Julian Alaphilippe tem a qualidade necessária para ganhar esta corrida, defende-se muito bem nos contra-relógios curtos e depois sobe como poucos, mas o francês tem o hábito de fazer uma primeira prova da temporada sempre abaixo do esperado e pode estar aqui somente para treinar antes de uma longa temporada.
Tiesj Benoot foi uma das surpresas de 2018 aqui ao subir com os melhores. O belga disse que quer melhorar ainda mais da montanha em 2019 e que treinou para isso, é hora de mostrar serviço. Pode aproveitar aquelas etapas de média montanha para ganhar tempo ou somar bonificações.
A grande questão é quem será a grande aposta da Movistar. Sepulveda joga em casa e em 2018 foi líder. Acabou em 24º, mas sem as perdas de tempo desnecessárias em etapas acessíveis terá estado no pódio. No entanto disse que Quintana e Carapaz serão os líderes. Deverá ser a estrada a decidir.
Possíveis surpresas
O contingente argentino é enorme e inclui um dos melhores ciclistas do panorama interno, Laureano Rosas, que tal como Oscar Sevilla tem aqui talvez o maior objectivo da temporada. Campeão argentino de contrarrelógio por 2 vezes, foi 6º em 2017.A Bora-Hansgrohe também vem com 2 soluções, nomeadamente Pawel Poljanski e Felix Grossschartner. As equipas Profissionais Continentais italianas vêm recheadas de talentosos colombianas, mas que devem perder muito no contra-relógio: Dayer Quintana, Miguel Florez, e Alejandro Osorio. A selecção mexicana tem Luis Villalobos, 8º no Tour de Utah em 2018 e argentinos como Daniel Diaz também aspiram a um bom lugar. No Sporting/Tavira um lugar no top 10 não é impossível, desde que a condição física já esteja lá nesta fase da temporada. Tiago Machado, Alejandro Marque, José Mendes e Rinaldo Nocentini sobem todos bem e principalmente Alejandro Marque anda bem no esforço individual.
Super-Jokers
Os nossos super-jokers são Gino Mader e Daniel Diaz